quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Expressões




Expressões e gírias surgem, dia após dia, sem que a gente saiba a origem.

A molecada insiste no “tipo” ou "tipo assim".
Quando eles falam sai algo como "tipummmm" ou "t`puu".
Imaginei que, a essa altura, já teriam esquecido, já que faz tempo que essa expressão está "rolando" ("rolando" eu gosto...).
Mas não. 
O “tipo” continua firme e forte.
Apesar de que o “tipo” não é exatamente gíria: tá mais pra muleta...

Eu uso muito “rapaz”.
Falado, sai algo como “raaapaizzz”.
É a minha expressão de espanto preferida.

E, confesso, uso muito "saco".
Pra qualquer coisa que me incomode, largo um "saco!!!".
Bem sonoro e cheio.

Para o trato com pessoas uso "meu amigo". Ou só o paulistaníssimo "meu".
"Cara" também não me é estranho.

Já o meu irmão, gosta do “vai vendo”.
Boa. 
E serve pra quase tudo.

Mas as boas são as que minha avó falava.

A vó Cotinha pouco estudou.
Mas era muito inteligente e rápida nas respostas.
Juntávamos meu pai, eu, meu irmão e começávamos a falar uma imensidade de bobagens.
E vinha a vó com a famosa frase: “Burro. Besta. Nem parece que é doutor!!!”.
Essa fez história dentro da família.

Uma vez, na estrada, fomos ultrapassados por um grupo de motoqueiros.
Ela: “E esses cú de fogo, apinhocados de quatro ou cinco, chuleando na nossa frente!!!

SENSACIONAL!!!

(Quer a tradução? Cú de fogo: o motoqueiro, com a luz vermelha traseira da moto acesa; apinhocados de quatro ou cinco: eles estavam em bando, com duas pessoas em cada moto, “apinhocados”, pois; chuleando: fazendo zigue-zague.
Não é perfeito????)

Da minha mãe, que tem especial predição por “coisa” (“essa coisa que tá coisando aí...”) escolho uma que acredito ser das melhores: “rato morto”.

É o seguinte.

Minha avó Cotinha, mãe dela, era meio “acumuladora”.
No quartinho dela, ela tinha quilômetros e quilômetros de restinhos de lã. 
Ela fazia blusas na máquina de tricô. E a lã que sobrava, ela guardava.
Além de restinhos de pano, “recheio” de bonecas e almofadas e coisas do estilo.

Tranqueiras.

Minha mãe chamava aquilo de “rato morto”: "Aqueles rato morto da sua vó!!!" (assim mesmo, no singular).

Se pensar bem, a expressão é ótima: pra que serviria um “rato morto”, senão para ocupar espaço?

Lembrei disso porque o meu carro está lotado de “rato morto”.




Não vou contar quem colocou lá...



3 comentários:

  1. Eu conto..."Complicada e Perfeitinha"

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  2. Dizem que as meninas procuram alguém parecido com o pai, e os meninos alguém parecido com a mãe. Será que você encontrou alguém parecido com a vó?

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  3. Não vou falar nada.
    Mas você sabe o que eu estou pensando...

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