“While
my eyes
go looking for flying saucers in the sky”
Bom,
começo com o óbvio: LONDRES É MUITO LEGAL!!!
Tem
muita coisa pra contar.
Este
post vai ficar longo...
Infelizmente,
com a tal da libra a R$3,66, não deu pra ficar mais de cinco dias lá nas terras da Rainha.
Uma pena.
E com
o tempo maluco que estava por lá, não deu tempo pra ver tudo.
Mas
foi bom demais.
O
TEMPO
Começo
com o tempo: estava frio.
MUITO
FRIO.
Frio
pacas.
Pelo
programinha que tenho no celular, chegamos a pegar -6º graus celsius...
É
interessante a diferença que faz a tal da neve. Já passei muito inverno em
Campos do Jordão e nas Serras Gaúchas
Mas
por aqui, quando faz frio, no geral o tempo está seco. Dá bem pra gente
aguentar.
Lá,
com a neve, a umidade é alta.
E o
vento é cortante.
Chegamos
lá com muito frio, mas sem neve ou chuva.
Mas
no dia seguinte, nevou.
Interessante
que, na minha cabeça, a hora mais fria do dia acontece na madrugada.
Mas
começou a nevar pela manhã, depois que saímos para a rua!!! Até então, estava
frio, mas tudo seco.
E
foi nevando.
E foi
piorando.
E o
vento aumentando.
O
mané aqui, se achando macho pacas, saiu com camiseta, camisa, blusa de lã e
casaco até próprio para frio. E, acreditem ou não, tinha até BOTAS PARA NEVE!!!
Mas,
saí somente com a calça de jeans. Nenhum "cuecão" ou "ceroulas"
por baixo.
Meu
caro e quase inexistente leitor: QUASE CONGELEI!!! Especialmente naquelas
partes, como direi... "importantes"...
Tentamos
cumprir a programação feita no Brasil, de visitar algumas coisas a pé e ir ver
a "troca da guarda".
Paramos
o táxi de um lado de um parque e tínhamos que atravessar o tal do parque, pelo
meio dele, pra chegar onde deveria acontecer a tal da troca.
Só
sei que, no meio do caminho, com neve, dava pra ver o laguinho que tem lá
congelando!!!
Tinha
pato (ou ganso, ou cisne, sei lá) nadando, enquanto outros estavam andando em
um "iceberg" que se formava no lago!!!
Não
fosse o frio e a neve que caia, teria sido lindo... Só sei que, por causa do frio intenso, nem
me animei a tirar a máquina fotográfica da mochila nesse momento.
Pois
bem, cruzamos o parque, numa caminhada que parecia (pra mim) estar sendo feita
em um dos pólos, chegamos ao local da tal troca de guarda.
QUE
NAO TEVE!!!
Parece
que, com frio e neve, os guardinhas não se trocam (piadinha horrível...).
Acabamos
mudando o programado e fomos fazer programas em lugares fechados. Fomos pra
museus.
Nessas,
fica claro que, ir pra Inglaterra no inverno, se você quer fazer longos
passeios a pé e ver a natureza, não é exatamente o melhor programa.
(Engraçado
que os carros ficavam cobertos de neve e ninguém parece ter tido a idéia de
cobri-los com capas, como fazemos aqui no Brasil, colocando capas em carros que
ficam "no tempo". O pessoal que fabrica capas para carros deveria
ficar de olho nesse mercado...)
Mas,
se você tiver uns programas pra fazer em locais fechado, tudo ok.
Hoteis,
restaurantes, museus, enfim, todo lugar fechado, tem aquecimento. Nesses locais
você não passará frio.
Mas,
obviamente, você tem que sair um pouco. Não dá pra ficar só em lugar protegido.
Aí,
as dicas óbvias:
- Vista-se
em "camadas". Camiseta, camisa, blusa, casaco, calça sobre calça,
luvas, botas e gorro. Eu não gosto de gorro, mas em alguns momentos, senti
falta. Acabei comprando (e usando) um boné de pano, lá do Hard Rock Café. Até
que quebrou um galho com a neve que caia.
Uma
dica legal, que vi em um livro: se você é metido a fotógrafo, usar aquelas
luvas "de dirigir", sem dedos, de couro, é uma boa. Você fica com a
mão quentinha, e consegue manusear a máquina.
- Se
vai "turistar", não hesite em usar uma mochila, deixando o
"glamour" e a elegância de lado (afinal lá ninguém te conhece
mesmo...). A mochila é ótima para se colocar o agasalho nos locais onde você
não precisa ficar vestido com ele.
-
Comprei, no Brasil mesmo, uma bota para neve e usei com meias grossas. Não
escorreguei e fiquei com o pé quentinho. Não é um item de luxo ou supérfluo. É
necessidade.
-
Para homens, usar uma calça de pijama grossa, sob a calça de jeans, ajudará a
preservar seus "tesouros"...
- Eu
não levei "aquecedor de orelha". Acho esquisito aquilo. Mas a orelha
gelou...
No
fim, fiquei com a impressão que, mesmo para os padrões londrinos, o frio que
pegamos estava exagerado.
O aeroporto chegou a fechar, um dia, por causa da neve!
O aeroporto chegou a fechar, um dia, por causa da neve!
Nem
os ingleses estavam esperando tanto frio...
O
QUE FAZER
Londres,
assim como toda a Inglaterra, é muito antiga.
Ruas
estreitas, prédios antigos, praças, parques, monumentos, estátuas. Muita coisa
para se ver.
Tem
história para todo lado.
Só
não espere fazer grandes compras. A Europa, em geral, não é lugar para compras.
Deixe isso para os States.
Mas
o inverno não é a melhor época para ver toda essa história.
Mesmo assim, dá pra
ver muita coisa.
-
Trafalgar Square, onde tem a estátua do Almirante Nelson, em cima de uma coluna.
Uma "praçona", onde fica a National Gallery. Tem boas oportunidades
para fotos.
- Temple
- este é um bairro que, "nos antigamentes", pertencia aos Cavaleiros
Templários. Vale muito a visita. Infelizmente, não deu pra visitar a Temple
Church, a circular igreja templária que aparece no filme "O Código Da
Vinci", que estava fechada. Mas o bairro todo é muito legal Uma verdadeira
viagem ao passado.
- A
região da Torre do Big Ben (que é o SINO e não o relógio). Tem o Parlamento (só
dá pra ver por fora) e a Catedral (que cobra entrada... eu achei desaforo e não
entrei). Tudo muito cheio de estátuas e tudo muito bonito. Lá perto tem a
London Eye, que é aquela rodona gigante.
Tá, é legal... Mas é uma "roda gigante". Se o tempo estiver aberto,
tem uma vista legal.
- Os
passeios em lugares fechados devem incluir, a National Gallery, o Museu
Britânico, o Museu de História Natural, o Museu de Ciência e a Sala de Guerra
de Churchill. Tirando o último, é tudo GRATIS. Eles pedem uma contribuição. Mas
você contribui se quiser e puder.
HOSPEDAGEM
E COMIDA
Ficamos
no Lancaster Gate Hotel, um hotel próximo ao Hyde Park.
Hotel
confortável, apesar dos quartos pequenos. Aquecimento ok, água quente no
chuveiro, cama meio "torta".
Mas,
em geral, na Europa é tudo funcional, pequeno.
Os
funcionários eram corretos, corteses e profissionais.
Café
da manhã surpreendentemente bom (tinha até feijão e cogumelos...), e um
restaurante passável.
Lá
perto tinha um "armazém" onde se podia comprar água (no quarto não
tem frigobar), chocolates, batata Pringles e algumas outras coisinhas.
Tinha
alguns restaurantes em volta e até uma rua de comércio por ali.
Mas,
para ver tudo que mencionei acima, tinha que se pegar táxi ou ônibus.
Aliás,
se estiver em mais de três pessoas (estávamos em quatro), vale a pena pegar
táxi ao invés do ônibus. Acaba ficando mais ou menos o mesmo valor e o táxi é,
obviamente, mais rápido e mais confortável, especialmente no frio. Mas uma
voltinha no ônibus vermelho de dois andares é OBRIGATÓRIA!!!
O pato
Fish & chips
E a
comida inglesa, você deve estar se perguntando, meu caro e quase inexistente
leitor. É assim tão "fraquinha" mesmo, como narra a tradição?
Bom,
comemos um ótimo "fish and chips", um belo pato, uma torta de frango,
tudo muito legal, em três restaurantes (meio pubs) bem legais.
Atenção
e elogios especiais para as batatas fritas: excelentes!!!
E,
obviamente, com os “anjos” juntos, tivemos visitas obrigatórias ao Planet
Hollywood e ao Hard Rock Café. Nestes, sem qualquer novidade. Comida gringa de
sempre.
Mas
falta para os ingleses, coxinhas, risoles, pão de queijo e sandubas de padoca.
Isso,
só tem aqui.
O
POVO
Sempre
somos bombardeados com aquela bobagem de que "o brasileiro é o povo mais
simpático do mundo".
Não
sei quem foi que inventou isso, mas não aceito essa besteira.
Até
porque, eu, por exemplo, não sou um modelo de simpatia...
E
conheço um porrilhão de gente que deveria ser gentil e educada, mas nem isso
consegue ser.
Mas
os britânicos, em geral, são gente boa.
Fazem
questão de serem educados e gentis. Procuram entender o que você fala (meu inglês
é horroroso...) e procuram facilitar a sua vida.
Mas,
coloquemos o dedo na ferida.
Em
algumas coisas, os ingleses são ABSURDAMENTE mais evoluídos que nós.
Enquanto
nós, aqui em Pindorama, acreditamos que “todo mundo é culpado até prova em
contrário”, desconfiando de tudo e de todos, os ingleses dão um show de
honestidade, civilidade e porque não dizer, de inteligência.
Explico.
Comprei,
ainda no Brasil, pela Internet, ingressos para duas atrações, a London Eye e o
estúdio do bocó do Harry Potter (o “bocó” aqui foi só pra provocar...).
Comprei
três ingressos para adultos e um para criança (menor de 14 anos), já que o
filhote, apesar de estar quase do meu tamanho, tem só 13 anos.
EM
NUNHUM LUGAR ME PEDIRAM IDENTIFICAÇÃO OU PROVA DE IDADE DELE.
Ou
seja: os caras confiam que você vai, honestamente, comprar o ingresso de
criança, para uma criança.
Temos
ou não, ainda, um longo caminho a trilhar?
Aqui,
o tal do “meio ingresso” é uma forma de cambista, em shows e jogos, ganhar
dinheiro!!!
E vou
"filosofar" um pouco.
A
Inglaterra era um país de comerciantes.
Em
um determinado momento da história, dominou o mundo, com um misto de comércio
de bons produtos e uso de força.
Era
um país de homens corajosos, inteligentes, criativos e violentos.
Quando
você visita os museus, você vê que eles verdadeiramente "saquearam"
boa parte do mundo.
São
peças vindas do Egito, Grécia, Mesopotâmia, China, Índia, Oriente Médio...
Sem
contar a “Pedra da Roseta”, que está lá e foi a chave para que se pudesse
decifrar os hieróglifos egípcios.
(Na
beira do Tâmisa, lá perto da Torre do Big Ben, tem um obelisco egípcio, “doado”
à cidade pelo Lord Não-Sei-das-Quantas... Tá lá, no tempo...)
Mas,
por outro lado, com essa atitude, eles preservaram muito da cultura mundial.
Será
que se essas peças não estivessem em Londres, elas ainda existiriam no Egito,
no Irã ou sei lá mais onde...?
(Lembrem-se
dos "budas" destruídos por fundamentalistas islâmicos lá no Afeganistão.)
Bom,
depois os ingleses passaram por duas guerras mundiais, sendo que, em pelo menos
uma delas, eles impediram, praticamente sozinhos (a França? Estava sendo
invadida de novo...) que o malucão do Hitler dominasse a Europa inteira,
conseguindo segurar as pontas até os americanos entrarem na guerra.
Sofreram
pacas, com as bombas caindo em Londres.
No
museu do Churchill, existem cartazes onde o governo pedia que o povo comesse
menos pão, economizasse comida e gás.
Tinha
até um livro de culinária com receitas para "tempos de guerra".
Hoje,
parece que os ingleses se orgulham de seu passado, preservando-o.
E,
gentil e humildemente, cuidam de suas vidas, acompanhando as peripécias da
família real, atendendo aos turistas com educação e, quase sempre, com um
simpático sorriso no rosto.
Resumindo:
foi uma bela viagem.
Dá
pra voltar.
E logo.
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