domingo, 27 de janeiro de 2013

LONDON, LONDON


While my eyes
go looking for flying saucers in the sky”



Bom, começo com o óbvio: LONDRES É MUITO LEGAL!!!
Tem muita coisa pra contar.
Este post vai ficar longo...

Infelizmente, com a tal da libra a R$3,66, não deu pra ficar mais de cinco dias lá nas terras da Rainha. 

Uma pena.

E com o tempo maluco que estava por lá, não deu tempo pra ver tudo.

Mas foi bom demais.


O TEMPO



Começo com o tempo: estava frio.

MUITO FRIO.

Frio pacas.

Pelo programinha que tenho no celular, chegamos a pegar -6º graus celsius...
É interessante a diferença que faz a tal da neve. Já passei muito inverno em Campos do Jordão e nas Serras Gaúchas
Mas por aqui, quando faz frio, no geral o tempo está seco. Dá bem pra gente aguentar.
Lá, com a neve, a umidade é alta.
E o vento é cortante.

Chegamos lá com muito frio, mas sem neve ou chuva.
Mas no dia seguinte, nevou.
Interessante que, na minha cabeça, a hora mais fria do dia acontece na madrugada.
Mas começou a nevar pela manhã, depois que saímos para a rua!!! Até então, estava frio, mas tudo seco.
E foi nevando.
E foi piorando.
E o vento aumentando.

O mané aqui, se achando macho pacas, saiu com camiseta, camisa, blusa de lã e casaco até próprio para frio. E, acreditem ou não, tinha até BOTAS PARA NEVE!!!
Mas, saí somente com a calça de jeans. Nenhum "cuecão" ou "ceroulas" por baixo.

Meu caro e quase inexistente leitor: QUASE CONGELEI!!! Especialmente naquelas partes, como direi... "importantes"...

Tentamos cumprir a programação feita no Brasil, de visitar algumas coisas a pé e ir ver a "troca da guarda".
Paramos o táxi de um lado de um parque e tínhamos que atravessar o tal do parque, pelo meio dele, pra chegar onde deveria acontecer a tal da troca.
Só sei que, no meio do caminho, com neve, dava pra ver o laguinho que tem lá congelando!!!
Tinha pato (ou ganso, ou cisne, sei lá) nadando, enquanto outros estavam andando em um "iceberg" que se formava no lago!!!

Não fosse o frio e a neve que caia, teria sido lindo... Só sei que, por causa do frio intenso, nem me animei a tirar a máquina fotográfica da mochila nesse momento.

Pois bem, cruzamos o parque, numa caminhada que parecia (pra mim) estar sendo feita em um dos pólos, chegamos ao local da tal troca de guarda.

QUE NAO TEVE!!!



Parece que, com frio e neve, os guardinhas não se trocam (piadinha horrível...).

Acabamos mudando o programado e fomos fazer programas em lugares fechados. Fomos pra museus.
Nessas, fica claro que, ir pra Inglaterra no inverno, se você quer fazer longos passeios a pé e ver a natureza, não é exatamente o melhor programa.

(Engraçado que os carros ficavam cobertos de neve e ninguém parece ter tido a idéia de cobri-los com capas, como fazemos aqui no Brasil, colocando capas em carros que ficam "no tempo". O pessoal que fabrica capas para carros deveria ficar de olho nesse mercado...)





Mas, se você tiver uns programas pra fazer em locais fechado, tudo ok.
Hoteis, restaurantes, museus, enfim, todo lugar fechado, tem aquecimento. Nesses locais você não passará frio.
Mas, obviamente, você tem que sair um pouco. Não dá pra ficar só em lugar protegido.

Aí, as dicas óbvias:

- Vista-se em "camadas". Camiseta, camisa, blusa, casaco, calça sobre calça, luvas, botas e gorro. Eu não gosto de gorro, mas em alguns momentos, senti falta. Acabei comprando (e usando) um boné de pano, lá do Hard Rock Café. Até que quebrou um galho com a neve que caia.
Uma dica legal, que vi em um livro: se você é metido a fotógrafo, usar aquelas luvas "de dirigir", sem dedos, de couro, é uma boa. Você fica com a mão quentinha, e consegue manusear a máquina.

- Se vai "turistar", não hesite em usar uma mochila, deixando o "glamour" e a elegância de lado (afinal lá ninguém te conhece mesmo...). A mochila é ótima para se colocar o agasalho nos locais onde você não precisa ficar vestido com ele.

- Comprei, no Brasil mesmo, uma bota para neve e usei com meias grossas. Não escorreguei e fiquei com o pé quentinho. Não é um item de luxo ou supérfluo. É necessidade.

- Para homens, usar uma calça de pijama grossa, sob a calça de jeans, ajudará a preservar seus "tesouros"...

- Eu não levei "aquecedor de orelha". Acho esquisito aquilo. Mas a orelha gelou...



No fim, fiquei com a impressão que, mesmo para os padrões londrinos, o frio que pegamos estava exagerado.
O aeroporto chegou a fechar, um dia, por causa da neve!
Nem os ingleses estavam esperando tanto frio...



O QUE FAZER


Londres, assim como toda a Inglaterra, é muito antiga.
Ruas estreitas, prédios antigos, praças, parques, monumentos, estátuas. Muita coisa para se ver.
Tem história para todo lado.

Só não espere fazer grandes compras. A Europa, em geral, não é lugar para compras. Deixe isso para os States.
Mas o inverno não é a melhor época para ver toda essa história. 

Mesmo assim, dá pra ver muita coisa.




- Trafalgar Square, onde tem a estátua do Almirante Nelson, em cima de uma coluna. Uma "praçona", onde fica a National Gallery. Tem boas oportunidades para fotos.



- Temple - este é um bairro que, "nos antigamentes", pertencia aos Cavaleiros Templários. Vale muito a visita. Infelizmente, não deu pra visitar a Temple Church, a circular igreja templária que aparece no filme "O Código Da Vinci", que estava fechada. Mas o bairro todo é muito legal Uma verdadeira viagem ao passado.



- A região da Torre do Big Ben (que é o SINO e não o relógio). Tem o Parlamento (só dá pra ver por fora) e a Catedral (que cobra entrada... eu achei desaforo e não entrei). Tudo muito cheio de estátuas e tudo muito bonito. Lá perto tem a London Eye,  que é aquela rodona gigante. Tá, é legal... Mas é uma "roda gigante". Se o tempo estiver aberto, tem uma vista legal.




- Os passeios em lugares fechados devem incluir, a National Gallery, o Museu Britânico, o Museu de História Natural, o Museu de Ciência e a Sala de Guerra de Churchill. Tirando o último, é tudo GRATIS. Eles pedem uma contribuição. Mas você contribui se quiser e puder.



HOSPEDAGEM E COMIDA


Ficamos no Lancaster Gate Hotel, um hotel próximo ao Hyde Park.
Hotel confortável, apesar dos quartos pequenos. Aquecimento ok, água quente no chuveiro, cama meio "torta".
Mas, em geral, na Europa é tudo funcional, pequeno.
Os funcionários eram corretos, corteses e profissionais.
Café da manhã surpreendentemente bom (tinha até feijão e cogumelos...), e um restaurante passável.

Lá perto tinha um "armazém" onde se podia comprar água (no quarto não tem frigobar), chocolates, batata Pringles e algumas outras coisinhas.
Tinha alguns restaurantes em volta e até uma rua de comércio por ali.
Mas, para ver tudo que mencionei acima, tinha que se pegar táxi ou ônibus.

Aliás, se estiver em mais de três pessoas (estávamos em quatro), vale a pena pegar táxi ao invés do ônibus. Acaba ficando mais ou menos o mesmo valor e o táxi é, obviamente, mais rápido e mais confortável, especialmente no frio. Mas uma voltinha no ônibus vermelho de dois andares é OBRIGATÓRIA!!!


O pato

Fish & chips



E a comida inglesa, você deve estar se perguntando, meu caro e quase inexistente leitor. É assim tão "fraquinha" mesmo, como narra a tradição?
Bom, comemos um ótimo "fish and chips", um belo pato, uma torta de frango, tudo muito legal, em três restaurantes (meio pubs) bem legais.
Atenção e elogios especiais para as batatas fritas: excelentes!!!
E, obviamente, com os “anjos” juntos, tivemos visitas obrigatórias ao Planet Hollywood e ao Hard Rock Café. Nestes, sem qualquer novidade. Comida gringa de sempre.
Mas falta para os ingleses, coxinhas, risoles, pão de queijo e sandubas de padoca.
Isso, só tem aqui.


O POVO


Sempre somos bombardeados com aquela bobagem de que "o brasileiro é o povo mais simpático do mundo".
Não sei quem foi que inventou isso, mas não aceito essa besteira.
Até porque, eu, por exemplo, não sou um modelo de simpatia...
E conheço um porrilhão de gente que deveria ser gentil e educada, mas nem isso consegue ser.

Mas os britânicos, em geral, são gente boa.
Fazem questão de serem educados e gentis. Procuram entender o que você fala (meu inglês é horroroso...) e procuram facilitar a sua vida.



Mas, coloquemos o dedo na ferida.
Em algumas coisas, os ingleses são ABSURDAMENTE mais evoluídos que nós.
Enquanto nós, aqui em Pindorama, acreditamos que “todo mundo é culpado até prova em contrário”, desconfiando de tudo e de todos, os ingleses dão um show de honestidade, civilidade e porque não dizer, de inteligência.

Explico.

Comprei, ainda no Brasil, pela Internet, ingressos para duas atrações, a London Eye e o estúdio do bocó do Harry Potter (o “bocó” aqui foi só pra provocar...).
Comprei três ingressos para adultos e um para criança (menor de 14 anos), já que o filhote, apesar de estar quase do meu tamanho, tem só 13 anos.

EM NUNHUM LUGAR ME PEDIRAM IDENTIFICAÇÃO OU PROVA DE IDADE DELE.

Ou seja: os caras confiam que você vai, honestamente, comprar o ingresso de criança, para uma criança.
Temos ou não, ainda, um longo caminho a trilhar?

Aqui, o tal do “meio ingresso” é uma forma de cambista, em shows e jogos, ganhar dinheiro!!!

E vou "filosofar" um pouco.

A Inglaterra era um país de comerciantes.
Em um determinado momento da história, dominou o mundo, com um misto de comércio de bons produtos e uso de força.
Era um país de homens corajosos, inteligentes, criativos e violentos.

Quando você visita os museus, você vê que eles verdadeiramente "saquearam" boa parte do mundo.
São peças vindas do Egito, Grécia, Mesopotâmia, China, Índia, Oriente Médio...

Sem contar a “Pedra da Roseta”, que está lá e foi a chave para que se pudesse decifrar os hieróglifos egípcios.

(Na beira do Tâmisa, lá perto da Torre do Big Ben, tem um obelisco egípcio, “doado” à cidade pelo Lord Não-Sei-das-Quantas... Tá lá, no tempo...)

Mas, por outro lado, com essa atitude, eles preservaram muito da cultura mundial.
Será que se essas peças não estivessem em Londres, elas ainda existiriam no Egito, no Irã ou sei lá mais onde...?

(Lembrem-se dos "budas" destruídos por fundamentalistas islâmicos lá no Afeganistão.)

Bom, depois os ingleses passaram por duas guerras mundiais, sendo que, em pelo menos uma delas, eles impediram, praticamente sozinhos (a França? Estava sendo invadida de novo...) que o malucão do Hitler dominasse a Europa inteira, conseguindo segurar as pontas até os americanos entrarem na guerra.

Sofreram pacas, com as bombas caindo em Londres.

No museu do Churchill, existem cartazes onde o governo pedia que o povo comesse menos pão, economizasse comida e gás.
Tinha até um livro de culinária com receitas para "tempos de guerra".

Hoje, parece que os ingleses se orgulham de seu passado, preservando-o.
E, gentil e humildemente, cuidam de suas vidas, acompanhando as peripécias da família real, atendendo aos turistas com educação e, quase sempre, com um simpático sorriso no rosto.

Resumindo: foi uma bela viagem.
Dá pra voltar.
E logo.

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