sexta-feira, 5 de outubro de 2012

"EU MEREÇO!!!"





Uma das grandes frases da língua portuguesa é:

EU MEREÇO!!!

Assim mesmo, em letra maiúscula e com pelo menos três pontos de exclamação no final.

Explico.
Essa frase, meu caro e quase inexistente leitor, é proferida quando você, sabendo que alguma coisa vai dar “lerda”, você insiste em fazer!

O Tio Toninho, de São Luiz do Paraitinga, do alto de sua sabedoria, dizia: “Não mexe com o que tá quieto...”.

Mas não...

Você não consegue ficar quieto, você tem que consertar o que não está quebrado...

Sabe quando você resolve, por exemplo, trocar de operadora de telefone celular?
Você sabe e tem certeza absoluta que isso não vai ser tão fácil e simples como disseram a você que seria.
Mas, ainda assim, você insiste e... TROCA DE OPERADORA!!!
Obviamente, seu celular fica mudo, você tem que ligar um milhão de vezes pra ele voltar a funcionar, a conta da nova operadora não chega, você recebe conta da operadora antiga (mesmo tendo cancelado a assinatura), e etc., etc., etc...
TODOS os problemas acontecem.
E você só pode dizer:

EU MEREÇO!!!

O mesmo acontece com operadora de telefone fixo, com Internet, com tv a cabo, banco, plano de saúde, conserto de geladeira, trabalho de encanador...
Tudo, mas absolutamente TUDO, dá uma dor de cabeça que você não precisa.
Mas você insiste.
E faz o que não seria recomendável.
E no fim, só pode dizer:

EU MEREÇO!!!

(Aliás, pensei nisso agora. O “EU MEREÇO!!!” não passa de mais uma das manifestações de “Lei de Murphy”!!!!)

Mesmo tendo consciência disso, mesmo sabendo que tudo não é como você acha que deveria ser, eu resolvi colocar uma capota na minha picape.
A picape já tinha aquela capotinha de lona.
Mas eu queria mais.
Tinha que ser uma capota rígida, de fibra de vidro.
Tudo em nome da segurança e “conforto” das malas que eu levo lá atrás.

Obviamente, eu tinha que escolher uma capota “diferentona”, daquelas que não estão a venda nas “melhores casas do ramo”...

Fuça que fuça, descobri na Internet a tal da “Tropical Capotas”, uma empresa do interior do Paraná.
E que tinha uma capota que era, nas fotos, SIMPLESMENTE O MÁXIMO!!!

Manda e-mail, recebe respostas, e liga, depois, pra empresa.
Claro que foi dito que a capota era muito boa e, claro, muito fácil de instalar.

“- Não vai ter qualquer problema. Qualquer um instala!
E, se tiver dúvida, liga pra cá...

Não, eu não precisaria levar meu carro até quase Foz do Iguaçu pra colocar a tal da capota: eles mandariam a “bichinha” pra mim.

Assim, combinei o preço, o valor do frete e fiz um doc do depósito. Capota comprada!
Conversei em uma loja de instalação de equipamentos aqui perto e combinei que a tal da capota seria entregue diretamente lá.
Liguei novamente pro Paraná, e combinei a entrega da capota na loja.
Pra dali a 3 dias.

Adivinha?
No dia marcado, a capota NÃO CHEGOU!!!
Uhuuuu!!!

EU MEREÇO!!!

Liguei pra lá e descobri que, quando a capota ia ser embarcada, acabou sendo riscada.
Teve que voltar pra fábrica pra ser repintada.
Novo embarque marcado pra dali a 3 dias.

Adivinha?
No dia marcado, a capota NÃO CHEGOU!!!
Uhuuuu!!!

EU MEREÇO!!!

Toca a ligar novamente.
Desculpa daqui, desculpa dali.
Nova entrega pra 3 dias.

Adivinha?
Ok, ok.
Dessa vez, chegou.

Levei a picape até lá.
O pessoal da loja, com paciência e traquilidade chinesas, afirmou que instalar aquele treco seria molezinha.

Tranquilo, fui pra casa trabalhar.
No fim da tarde, ligaram da loja: a capota estava no lugar, mas...
Fui até lá.
E a tampa traseira da capota simplesmente não fechava.
Acreditem ou não, a tal da tampa tinha uns 2 centímetros a mais do que o necessário. A capota não fechava.

EU MEREÇO!!!

Eu já entrando em parafuso.
Com meu tradicional sangue quente, já estava pensando em colocar aquilo na caçamba da picape, amarrar e levar pro Paraná, a fim de enfiar goela abaixo do vendedor.

EU MEREÇO!!!

Ainda pacientemente, o dono da loja falou que era só levar pra um funileiro, que ele cortaria o excesso.
E já indicou um carinha da confiança dele.

EU MEREÇO!!!

No dia seguinte, com a tampa da capota grudada com fita crepe pra não abrir, lá vou eu pro tal do funileiro.
Este, também “chinês”, com imensa tranquilidade, disse que era só cortar.
E como tinha um funcionário bom de “fibra”, se desse algum pepino, o cara consertaria.
Deixei o carro na terça de manhã, com a promessa de que seria devolvido na quinta.

Acreditem ou não, já na quarta feira, de manhã, o funileiro me ligou: carro pronto!
Foi só... cortar.
Não houve necessidade de nenhum tipo de acabamento.
De quebra, consertou uma ralada que algum “v..dinho” tinha dado no pára-choque dianteiro da picape!

Volta pra loja, faz-se alguns ajustes, coloca o insulfilm (é assim que se escreve isso?), e TCHARAM!!!
Picape nova!!!

Super invocada!!!
Lindona!!!

E, o mais legal, NÃO VI NENHUMA IGUAL!!!

E a verdade é uma só: EU MEREÇO UM CARRÃO LEGAL ASSIM!!!


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