A "SANTA"

O Homem, ao longo de sua vida, tem vários “ritos de passagem”.

Coisas como aprender a andar, aprender a andar de bicicleta, empinar pipa, a primeira namorada, tirar carta de motorista...

Esses ritos tem por finalidade, fazer a gradativa mudança de CRIANÇA para HOMEM.

Eu, ontem, tive a possibilidade de ajudar meu filhote em mais um desses “ritos de passagem”: levei o filhote para “bater perna” na R. SANTA IFIGÊNIA!!!

Caro e quase inexistente leitor: aquilo continua ótimo!!!

Para quem não sabe (se é que alguém não sabe) a R. Santa Ifigênia, conhecida, carinhosamente, por “Santa”, é uma rua no centro velho de Sampa, perto da tristemente famosa “cracolândia”, que tem um comércio voltado para produtos eletro-eletrônicos.

Frequento a “Santa” desde os meus 14/15 anos de idade.

Quando era moleque, eu e minha turma, fazíamos “bailinhos” nas garagens da vida.

Teve época de termos festa TODO O FINAL DE SEMANA!

Era ótimo!

E, para isso, tínhamos, eu, o Edu, o Edgard, o Zé Antonio, o César e o Nilinho, que comprar lâmpadas coloridas, fios elétricos, luz estroboscópica, luz negra, luz rítmica, globo de espelhos, canhões de luz.

Além de, obviamente, caixas acústicas, aparelhos de som, fitas K7 (gente, que coisa antiga...) e etc.

E o local para comprar tudo isso era, obviamente, a “Santa”.

Pegávamos o ônibus “expressinho” em Guarulhos, e seguíamos até a “rodoviária velha” (aquela toda colorida – hoje, no local, tem um campinho de futebol, sabia?).

Se íamos comprar coisas maiores e mais pesadas, tínhamos que contar com a boa vontade de alguém, para ir de carro buscar a “tranqueira” comprada.

O Zé Carlos (primo), foi algumas vezes, sabadão, com a Variant `72 branca do meu pai, buscar caixa acústica lá...

Com o passar do tempo, esse comércio de grandes lojas, mudou para um comercio de lojas menores, de produtos de informática.

Era ali que comprávamos computadores, placas, monitores, mouses, cd´s graváveis, etc.

Hoje, o comércio mudou novamente.

Quase não existem mais lojas grandes.

Os produtos de informática meio que sumiram.

Agora, o negócio são os celulares xing-ling, produtos “importados”, máquinas fotográficas, acessórios para ipad, ipod e iphone, jogos eletrônicos “y otras cositas mas”.

O filhote queria um acessório para o glorioso Nintendo DS dele.

E eu, queria só “olhar”.

Ele avisou aos amigos que iria na “Rua Senhora Eugenia” (bateu na trave vai...) e fomos.

Depois de um sermão sobre tomar cuidado, guardar o equipamento com cuidado na mochila que usava, não falar com estranhos (lá, tirando eu, só tinha “estranhos”) fomos à luta.

Saímos de lá, depois de umas 2 horas correndo por causa da chuva que não veio, ele com o acessório que queria, mais um porrilhão de jogos.

Eu, com alguns equipamentos para o meu iphone, ipad e ipod.

E a sensação gostosa de ter passeado com meu filhote e mostrado a ele mais uma coisa legal de Sampa.