quarta-feira, 3 de dezembro de 2025



 Viagem a Europa

 

MADRI

 

Li em algum lugar que “viajar é trocar a roupa da alma”. E em outro lu
ar, li que “viagem tem que ter perrengue”.

Assim, “viajar é trocar a roupa da alma por perrengue”. Ou algo assim.

Estivemos, eu e a Sueli, na Europa, especificamente na Espanha e na França.

Foram 20 dias de viagem, com divertimentos, “embasbacamentos”, vendo coisas lindas e outras esquisitas, aprendendo um monte de coisas e, claro, passando por sufocos e perrengues.

Mas, agora em casa, só dá para rir de tudo.

 

São Paulo – Madri, pela empresa aérea Iberia. Voo nem tão muito tranquilo. Turbulências e a Su passando mal na aterrisagem. Sobrevivemos.

Chegamos em Madri e tínhamos o “transfer” contratado. O rapaz, um peruano (salvo engano) simpático, falante, nos levou até o hotel. Ou melhor (primeiro perrengue - pequeno) até PERTO do hotel.

A rua do hotel (e alguma ruas próximas) estavam passando por obras. O carro não chegou na porta do hotel, parando em uma rua próxima. E toca a levar as malas, arrastando-as pela rua, até o hotel.

Estávamos com duas malas grandes, uma mala “de bordo” e minha mochila de equipamento fotográfico.

Chegamos até o hotel sãos e salvos. Mas, como era cedo, o quarto só estaria disponível à tarde.

Acabamos conversando com a moça da portaria, deixamos a bagagem com ela e fomos tomar café da manhã no hotel mesmo.

(Parêntese:  nessa viagem, a melhor experiencia gastronômica, na minha humilde opinião, foram os cafés da manhã. Não posso dizer que tivemos algum ruim. Claro que uns foram melhores que outros. Mas em todos os hotéis, comemos bem. E em alguns, comemos MUITO bem)

Quando voltamos, a moça informou que, no fim das contas, o quarto estaria disponível dali a uma hora. Resolvemos esperar ali pela recepção mesmo, já que depois da viagem (12 horas de voo) queríamos mesmo era tomar um banho e descansar um pouco.

E foi o que fizemos.

Depois de um banho e uma descansadinha, fomos para a rua. O hotel era muito bem localizado. Restaurantes aos montes por perto. E a Plaza Maior, também a uma “andada” de distância.

Um detalhe.

Os “tontos” aqui acreditaram na história de que “novembro ainda não é inverno na Europa”. Ok. Não é mesmo. Mas estava frio. E nós havíamos nos preparado para uma “meia estação”, lá pelos 15ºC. Doce ilusão...

Enfim, fomos até a Plaza Maior, andando descuidadamente, olhando o mundo. EM TESE, a Plaza Maior ficava em linha reta, pela rua do hotel.






(achei muito "simpática" essa representação de um "garrote" da Inquisição em um monumento da praça...)


Olhamos tudo, fizemos fotinhos, enfrentamos o frio. Gente de monte. E toca a voltar para o hotel, parando para almoçar no caminho.

(Um parêntese: na Espanha, é tudo na base das “tapas”, que são as nossas brasileiríssimas “porções”. Tem “tapa” de tudo: queijo, embutidos, frutos do mar e sei lá mais o que. Muito legal, na verdade.)

O almoço foi no “Revoltosa Prado”. E eu fui em uma tapa maravilhosa: “Jamon Serrano”, um tipo de “embutido” delicioso, ovos fritos e batatas fritas. Esse prato parece ser uma das “tapas” onipresentes nos restaurantes de Madri.

Saímos do restaurante, e viramos para a direita. Estávamos, acreditávamos, na rua do hotel. Anda que anda e nada do hotel.

Pega o Google Maps, analisa e não chegamos à conclusão nenhuma.

No fim, graças a algumas lojas e restaurantes que já havíamos visto, percebemos que estávamos indo para LONGE do hotel e não em direção a ele.

Acertada a rota, chegamos.

À noite, ainda cansados, resolvemos ir jantar em um restaurante na frente do hotel. O nome era “Cafu”. “Ora, se o jogador foi bom, o restaurante deve ser também!”. Erro crasso. Apesar de bonitinho, o restaurante era quase ordinário. Uma das piores refeições da viagem.

 

TOLEDO (bate-e-volta de um dia)

 







No dia seguinte, viagem de trem até Toledo, uma cidade medieval muito simpática.

Uma dificuldadezinha para pegar o trem (absurdamente, quase não temos trem aqui no Brasil!!! Não sabemos usar esse tipo de transporte!!!) e fomos para Toledo. Rapidinho, uma hora de viagem.

Lá, um “golpezinho”: Toledo é um “morrão”. Não ia subir aquilo (já que a cidade velha é lá em cima) a pé. Assim, pegamos um ônibus de turismo, tipo “circular”. A ideia é comprar um “passe”, para descer e subir, quantas vezes se quiser, já que o ônibus pararia em diversos pontos. Acontece que, para nós, o interessante foi o centro da cidade, lá no alto. Subimos, ficamos por lá e só usamos o ônibus para subir e descer, na hora da volta. Talvez um taxi ficasse mais barato. Viajando e aprendendo.

Na volta, outro perrenguinho: começou a chover. O frio aumentou, e a estação de trem, na parte coberta, quase não tinha lugar para sentar. Fomos obrigados a ficar sentados do lado de fora, esperando o trem, sob uma cobertura que não protegia totalmente. Acontece.

Mas, Toledo é bem legal. Ruas estreitas, becos, lojinhas e restaurantes.

Na hora do almoço, entramos em um restaurante. Simpaticamente, a moça informou que o restaurante ainda não estava aberto, mas poderíamos ficar por ali, já na mesa, esperando abrir. Ótima notícia, já que estava garoando e fazendo frio.

Com o restaurante “aberto”, almoçamos (tapas).

(Outro parêntese: um todo restaurante na Espanha, tem as “croquetas”. Não é o nosso CROQUETE. Está mais para “bolinho”. E tem de tudo. De “jamon”, de queijo, de frutos de mar. Em geral, são bem gostosos.)



E voltamos para Madri, para o programa noturno: Show de Flamenco.

Não, não tem nada a ver com um certo time de futebol. Flamenco é uma DANÇA típica espanhola.

Fomos a uma casa de show muito pertinho do hotel. O show tinha um jantar incluído. Adivinha? Tapas. Mas, infelizmente, muito meia boca.

O show foi interessante. Muito sapateado, uma bailarina ótima (e olha que não entendo bulhufas de dança), uma dançarina mais ou menos e um bailarino que... digamos... deixou a desejar.

Mas, a música daquilo é complicada. Como eles tiveram uma influência árabe muito forte, a música do tal do flamenco lembra MUITO as músicas árabes. Os cantores têm a mesma voz, o mesmo timbre e berram do mesmo jeito.

Aquilo com um rock ficaria sensacional. Enfim...







Voltamos para o hotel e demos a noite por terminada.

No dia seguinte, toca andar. Primeiro até o Museu do Prado. O prédio é enorme, lotadinho de pinturas. Todas com elementos religiosos, ou de guerra, ou de “ninfas gregas”. Pouca coisa fora disso.

Depois do terceiro corredor, começa a ficar chato.



(antipaticamente, não se pode fotografar lá dentro)

O dia estava lindo. Saímos andando e fomos almoçar em um restaurante – Murilo – pertinho. Foi o restaurante mais caro que fomos. E não foi o melhor. Também não foi pior. Detalhe: estavam recebendo um grupo. Assim, tivemos que sentar do lado de fora. Dia lindo. Mas frio.

À noite, momento de compras. Fomos na loja da Columbia, onde não compramos nada. E na Uniqlo, onde compramos umas camisetas térmicas. Que meio que nos salvaram do frio que veio depois.

Um detalhe que será importante.

Estas lojas ficam na Gran Via, um avenidão que tem por lá. Estávamos relativamente perto, mas, para ir, fomos de Uber. Como o carro não chegava no hotel (não esqueça: estava tudo em obras em volta do hotel), andamos um quarteirão, até uma rua “aberta” e pedimos o carro na porta de um outro hotel. E voltamos para o nosso hotel a pé.

O dia seguinte, era o dia de ir embora. Tínhamos carro alugado, que pegaríamos na estação de trem chamada “Atocha”. Uns 2km do nosso hotel.

Tudo muito bom, tudo muito bem.

Pegamos nossas “malinhas” e as arrastamos até o tal hotel que mencionei acima, para pegar um taxi ou um Uber para a tal estação de trem.

Era domingo. Frio, apesar do sol.

Arrastamos as malas por um quarteirão. E, quando chegamos no hotel, as ruas vazias. Estranhamente, já que ali não tinha obra.

A Su foi até a portaria e... SURPRESA!!! Estava tendo uma corrida (a pé) e todo o centro estava fechado para carros!!! Ninguém entrava ou saia daquele centrinho!!!

A única opção era ANDAR até a tal da estação. Dois quilômetros arrastando malas, desviando de quem assistia a prova, atravessando rua no meio dos corredores!!!

Bom, andando e xingando, chegamos na tal estação (depois de uns 45 minutos de sangue, suor e lágrimas), que estava depois de uma avenida, por onde passavam os corredores.

A Su foi até um guarda que estava por ali, perguntar como chegar na estação. Não tinha outro caminho. Sugestão do guarda: espere um momento que tenha menos corredores e atravesse a avenida... então, tá.







Até que, finalmente, chegamos na estação. E toca a procurar a loja onde pegaríamos o carro. Obviamente (a Lei de Murphy é implacável!!!) a loja ficava do OUTRO lado da estação, no “sub-solo”. Estávamos no térreo.

Chegamos na loja e... fechada.

Perguntamos na loja ao lado, de OUTRA locadora. A resposta: eles mudaram daqui. Agora estão do OUTRO lado, no estacionamento 3, no térreo. Estávamos no estacionamento 1, no equivalente ao terceiro andar.

Andamos até o 3. Arrastando mala. E lá tinha elevador. Quebrado (ouviu falar na Lei de Murphy?). Bom, sei que a Su desceu para resolver e eu fiquei de guardião da bagagem. Ela tinha cópia do meu passaporte o que permitiu que conseguisse resolver toda a burocracia. Menos a assinatura no contrato, que tinha que ser a minha, por ser o “motorista principal”. Por sorte, o cara da locadora era “do bem” e subiu os três lances de escada para pegar minha assinatura. Depois, desceu os três lances de escada, agora comigo, para pegar o carro.

De posse de uma SUV Nissan (não lembro o nome, mas não tem no Brasil), consegui subir uma rampa para chegar na Su e na bagagem.

Aí, caiu uma ficha: o carro era “e” alguma coisa. “Pronto”, pensei eu, “carro elétrico”. E eu não queria carro elétrico!

Malas no carro, voltamos lá para baixo, fomos atrás do cara que, pacientemente, mostrou o bocal do tanque de gasolina, certamente nos achando uns paspalhos. Até agora não tenho certeza se o carro não era híbrido.

Mas era um carrão, com um monte de tecnologia embarcada, que deu o maior trabalho para decifrar.

Com ajuda do GPS que eu levei e com o Waze do celular da Su, conseguimos sair de Madri com relativa tranquilidade. Aí, só estrada até...

 

ZARAGOZA

 

Era só uma “parada técnica”, de uma noite.

Começou a saga de localizar o hotel. Localizado, outra saga para achar a porta do ESTACIONAMENTO do hotel.

(Parêntese. Sim, outro...: Europa não é Estados Unidos. Não são países “automotivos”. Nem todo hotel tem estacionamento. E quando tem, são vagas limitadas e mínimas. E eu de SUV...)

Encontrei a porta e um funcionário abriu.

O estacionamento era MÍNIMO. Tanto que com a minha “barca” ocupei DUAS vagas. Até porque, do lado, tinha uma vaga que, na frente, tinha uma COLUNA. Impossível estacionar nessa vaga. Coisas europeias.

Acabamos só dando uma voltinha pela cidade (com direito a uma paradinha em um bar de uma chinesa, para uma coca cola e um sanduba de jamon - ele, sempre ele!!!), só para não passar em branco e voltamos descansar.

Demos uma passadinha antes de voltar, na praça onde estava a catedral de Zaragoza. Enorme. E a praça (adivinha?) toda em obras.

A igreja é bem bonita. E tem o teto pintado de VERDE, AMARELO, AZUL e BRANCO. Lembrou de algo?




Para jantar, como não queríamos mais sair, conseguimos convencer o cara do balcão a pedir uma pizza para a gente. Ele pediu para nós uma pizza Margherita. Se aqui no Brasil, Margherita é uma pizza de muçarela, com rodelas de tomate e manjericão, por lá é uma pizza de queijo e... só. E ruim. E cara. E sem graça.

Fim do dia.

No dia seguinte, pegar estrada. Mas, antes, sair daquela garagem minúscula e esquisita. Deu tudo certo.

 

BARCELONA

 

Saímos de Zaragoza para Barcelona.

Na chegada, apesar do GPS e do Waze, tivemos um pouco de trabalho para achar o hotel. Adivinha por quê? Claro... obras na rua do hotel. Não dava para ir direto pela rua do hotel. Tivemos que chegar por uma rua lateral. Mas não dá para classificar como “perrengue”. Só um contratempo.

No hotel, garagem apertada (óbvio). Abriram o portão e entrei. E parei em uma vaga reservada para entregadores do hotel. Desonestamente, fingi que não percebi. Não ia manobrar o carro e procurar outra vaga naquele estacionamento liliputiano. O carro ficou naquela vaga por 3 dias. Ninguém reclamou. E olha que um funcionário foi até lá, ver se eu tinha conseguido parar.

Saímos andar e comemos (adivinha? Tapas) na frente do hotel, em um bar chamado “Pepeta”. A garçonete/gerente, a Vitória, supersimpática, nos atendeu super bem.






Saímos dali e fomos andando até a Catedral da Sagrada Família, que estava a uns 3 ou 4 quarteirões. Nosso plano era, nesse dia ver o lado externo da igreja e, no outro dia, visitá-la por dentro, já que (absurdamente) tinha que se comprar INGRESSO para entrar na igreja.








E aí, momento perrengue. A Su tentou comprar ingresso pela internet (não tem venda “ao vivo”) e... esgotado para o dia seguinte.

Imagine a frustração. Fomos a Barcelona basicamente para ver a tal igreja!

Bom, com o desespero batendo, toca a procurar alguma opção. Que foi encontrada. Um “passeio guiado”, que já vinha com o ingresso!

Se é o que temos, é o que temos.

À noite, fomos para o jantar que, se não foi o melhor, foi o mais inusitado e divertido.

Eu queria comer frutos do mar. E perguntei para a IA quais os restaurantes de frutos do mar. A IA elencou alguns. Escolhemos um meio pelo “unidunitê”. Chamamos um taxi e fomos.

O local era meio esquisito, em um “bequinho” meio escuro. Logo na entrada, uma filinha. Não entendemos nada.

Tinha um balcão cheio de gelo e ali, camarões, lulas, polvos, peixes, ostras. Tudo cru. Sem saber o que fazer, pedimos ajuda a uma funcionária. Simpática, ela explicou: você escolhe o que quer comer, um cara pesa, pergunta se você quer aquilo frito ou na chapa e leva para a cozinha. Você vai em frente, paga, recebe um daqueles trequinhos eletrônicos que vibra na sua vez e vai se sentar. Lá pelas tantas aquele treco vibra, você vai até uma “janela”, pega seu prato e vai para a mesa comer. Não tem garçom. Quer outra bebida? Vá buscar.

Mas estava bom demais. Fomos de lula e uma outra coisa que parecia lula. E camarões. Cozidos. Com uma saladinha e um molho de maionese com alho. Simples, direto e muito gostoso.

Voltamos para o hotel bem alimentados e felizes.

No dia seguinte, pela manhã, bater perna nas “ramblas” (onde comprei um casaco na loja da Columbia! Uhuuu!!!), almoço por ali mesmo, depois de ver a “Casa Batlo” e “Casa Milá”, umas construções famosas por lá.

Visitamos o mercado da cidade. Colorido e divertido. Tomamos uns sucos ótimos.







E voltamos prontos para a visita ao lado de dentro da catedral, com um guia.

O problema era que o passeio era em inglês. E não falamos inglês (diria que somente “balbuciamos” em inglês). Mas, era o que tínhamos. E acabou sendo divertido.

O guia era um cara meio esquisito, de rabinho de cavalo, “ripongo”, que a cada 3 palavras largava um “OK”. Mas não era um simples “OK”. Estava mais para “óquuuueeeiii?”. Era engraçado.

Seguimos o passeio, o cara foi embora e ficamos olhando tudo aquilo. Que é bem legal.

(Parêntese pessoal – não fique bravo, mas tenho que dar minha opinião: pode-se falar o que quiser. A tal da catedral é bonita. Mas não é uma “igreja”, formalmente falando. Está mais para uma obra de arte. O que justificaria a cobrança de ingresso, coisa impensável para uma igreja “séria”, de verdade)





(acreditem: este é São Jorge)





Novo jantar no “Pepeta”, para nos despedirmos da Vitoria. Que estava ouvindo música brasileira no bar.

No dia seguinte, estrada.

Mas, para ir embora, tinha que sair da garagem, né?
Quando chegamos, encontrada a porta da garagem, esta, repentinamente, abriu e eu entrei. Acontece que abriu porque um cara ia sair do estacionamento. Gentilmente e até por falta de opção, o cara deu ré, permitiu que eu passasse e estacionasse minha “barca”.

Lembra que acabei de falar que entrei na garagem porque outro cara queria sair? Pois bem. Nós não sabíamos como fazer para a porta da garagem ABRIR.

Sai da vaga e subi pela rampa, no fim da qual estava a porta da garagem. E não era uma porta “de correr”. A porta abria “para dentro” da garagem.

Parei o carro e fui procurar algum botão para abrir o tal portão. Botão que era lá embaixo. Só que, nesse momento, outro carro também ia sair. E o motorista sabia onde estava o tal botão. Acionou. E a porta começou a abrir. E ia bater no meu carro!!!

Audaciosamente e como estava fora do carro procurando o tal botão, corri e... segurei a porta. No “muque”, enquanto berrava para a Su dar ré no carro. Mas ela não tinha dirigido o carro. Não sabia nada. Até sentou no banco do motorista, mas ficou olhando para mim e perguntando como dar ré.

Por sorte, o portão parou. Não sei se alguém apertou algum botão ou se eu quebrei alguma coisa. Voltei para o Nissan, dei ré, o portão abriu inteiro e eu, rapidinho, dei o fora.

Anota esse perrengue aí. Não perca a conta.

E toma estrada para um lugar que me era totalmente desconhecido.

 

ANDORRA

 

Andorra foi categorizada por alguém como sendo “O Paraguai da Europa”. Lojas e mais lojas. Todas com bebidas, cigarros, perfumes e produtos da China. Aquelas tranqueiras que vendem por aqui mesmo.

Preços não convidativos, como os que encontramos no Paraguai “de verdade”.

Mas, contemos da chegada.

Anota outro perrengue.

Tínhamos o endereço do hotel que era em uma das ruas centrais da cidade de “Andorra a Velha” (não sei se tem “Andorra a Nova”). Endereço no Waze e somente “Andorra” no GPS. Chegamos na cidade sem qualquer problema. Achamos a rua onde estaria o hotel. Mas, nada de hotel.

Nas “pontas” da rua, nos dois extremos, rotatórias. Entramos e saímos dessas rotatórias um monte de vezes, procurando o hotel. E ele não estava lá.

Acabamos parando e colocando o nome do hotel no GPS. E este apontou que o hotel estava a uns quilômetros dali.

Fomos. Chegamos lá e... não era AQUELE hotel. Tinha o mesmo nome, mas era outro. E o atendente insistiu que o hotel era na rua onde não o encontramos!

Voltamos e caiu a ficha. O hotel ficava, efetivamente, naquela rua. Mas a ENTRADA era pela rua paralela. Que (adivinha?) estava em obras!

Conseguimos, sei lá como, dar uma volta e achar a entrada do hotel em uma rua que, para mim, era um calçadão.

Bom, o estacionamento do hotel era no terceiro andar. E tínhamos que chegar lá por um elevador. O carro entrava no elevador! E eu de SUV.

“Mirei” na entrada do tal elevador e consegui entrar, sem qualquer raladinha no carro.

E foi o melhor hotel da viagem.

O quarto era imenso.

Banheiro com banheira. Para dois (imagina o que rolou a noite... Não posso contar. Mas, só imagina...).

Saímos para almoçar. E fomos procurar um restaurante indicado para a gente. Restaurante que não mais existia.

Entramos em outro, na “orelhada”. Simples, cardápio restritíssimo. Mas, até que foi gostosinho.

Após, bater perna, para procurar boas compras. Não tinha. Lojas imensas vendendo perfumes mais caro que no Brasil. Outras vendendo baldes (literalmente) de cigarros.

Havia até pesquisado umas lojas de equipamento fotográfico. Depois do que vi por ali, até desisti de procurá-las.

Andorra foi meio decepcionante. Jantamos no hotel mesmo.

Dia seguinte, estrada rumo a França.

 

LIMOGES

De Andorra para Limoges, cidade já na França.

Foi, sem dúvida, o pedaço de estrada mais bonito que percorremos.

Andorra é estação de ski. Assim, mesmo ainda não sendo inverno “total”, já tinha neve no alto dos morros e até umas “nevinha” na beira da estrada.

Problema: sem acostamento. Não deu para parar para fazer fotos. Em alguns poucos lugares, em algumas “vilas” pelo meio da estrada, até deu para dar uma paradinha e fotografar alguma coisa. Mas os pontos mais bonitos ficavam na estrada sem condições de parar.

E que estrada!!!

Conhece a estrada do Rio do Rastro em Santa Catarina? E a rodovia Oswaldo Cruz, em São Paulo? Pois é. A estradinha depois de Andorra é uma mistura das duas, com neve por cima.

Ficamos sabendo que, no inverno, os carros só passam com correntes nos pneus. Está aí uma aventura que estou dispensando.

A paisagem é linda. Coisa de cinema mesmo.







Mas, vamos para Limoges. A cidade nos pareceu uma cidade “não turística”. Não percebemos a presença de muitos estrangeiros lá. Exceto o garçom colombiano que nos atendeu em um restaurante.

Voltando.

Chegando em Limoges, toca a procurar o hotel (mais um perrengue para a sua conta). Que não achamos de primeira. Tínhamos o endereço. Andávamos na rua e nada de ver o letreiro do hotel.

Lá pela terceira vez que passamos na rua, vimos o hotel. Adivinha? Estava em obras!!! O letreiro estava encoberto por uns andaimes ou coisa assim.

Parei em uma “entrada”, sob o tal andaime e descarregamos o carro. Isso porque a garagem do hotel era nos fundos do hotel. Para chegar, tinha que ir até a rua perpendicular a que estávamos e procurar o portão da garagem. Achei. E fiquei esperando a boa vontade de alguém abrir o tal portão. O que acabou acontecendo minutos depois.

Estacionamento descoberto, com vagas minúsculas. E eu de SUV. Ok. Vamos embora.

Perrenguinho: estávamos pagando os hotéis com os pontos dos programas de pontos. Era só chegar, falar isso e eles “cobravam” os pontos e ainda davam upgrades de quarto e drinks de boas-vindas (que nos trocávamos por garrafas de água).

Em Limoges foi um parto. O cara que estava no balcão, acho que nunca tinha ouvido falar nisso. No dia seguinte, a chefe dele levou uma surra do computador para conseguir fazer a cobrança. Mas, deu certo.

Limoges é a “capital da cerâmica” da França. A Su queria visitar uma fábrica. Até fomos lá. Mas, sem nada de chamar a atenção.

Mas o engraçado foi o seguinte: a fábrica era longe. E chovia. Nada de ir a pé. Chamamos um Uber. E veio um carro, dirigido por um negro africano. Gentil sem ser falante, nos levou até a fábrica.

Como disse, não tinha nada muito interessante. Assim, ficamos pouco tempo ali. Para voltar, chamei um Uber. Quem veio? O mesmo motorista. Ele nos viu e já começou a rir. Coisas de cidade pequena.

Em Limoges já percebemos uma coisa, que parece ser muito francesa. Se não fizer reserva, você não janta no restaurante que quiser.

A Su, organizadona, havia pesquisado vários restaurantes. Brasileiramente, saímos do hotel, programando ir até um restaurante, para jantar umas 20hs.

(Parêntese – Cacilda, isso não acaba? : na França, diferentemente da Espanha, janta-se CEDO. É comum encontrar os restaurantes lotados as 19hs. Para nós foi complicada a “adaptação” a esses horários)

Quando chegamos, fomos recebidos por uma moça que, se não foi mal-educada, também não estava muito a fim de ser gentil. Perguntou se tínhamos reserva. E como não tínhamos, fomos informados que não seriamos atendidos.

(Parêntese – sim, mais um...: o folclore diz que os franceses são mal-educados, grossos. Não notamos isso. Bem ao contrário. No geral, todos foram gentis com estes turistas aqui, fazendo grande esforço para nos entender e bem atender. Todo mundo fala algo de inglês ou espanhol. Nos viramos muito bem, ainda mais com a ajuda de “São Google Translator”. Instale isso no seu celular e você não precisa falar língua nenhuma! Era um tal de escrever no celuleba, verter para o francês e pedir para a pessoa ler o recado. Funcionava! E teve momentos em que a pessoa digitou a resposta para nós! Sensacional! Mais abaixo conto uma história engraçada sobre “falar francês”)

E isso aconteceu algumas vezes durante a estada na França. Assim, fica a dica: faça reservas para o restaurante que realmente quer visitar.

No fim, nessa primeira vez, acabando voltando para o hotel e entramos em um restaurante ao lado do hotel. E foi ótimo. Comida boa, um garçom atencioso, fazendo o máximo para nos entender.

Aconteceu uma segunda vez (não, não aprendemos). E fomos a outro restaurante que nos atendeu, sendo servidos por um simpático colombiano que estava na França para... estudar francês. Apesar do frio, tomei um sorvete de limão muito bom.

Ainda em Limoges, fomos até o “Museu da Resistência”. Pelo que deu para entender, Limoges passou um mau pedaço durante a Segunda Guerra. O museu tem imagens chocantes, além de farto material usado pelos resistentes e material apreendido dos alemães.





(este "conteiner" era lançado de paraquedas, pelos aliados, com armas e outras coisas, para ajudar a Resistência)


E aqui, uma história engraçada.

Depois do museu, saímos meio sem destino, andando por lá. Tinha uma igreja (mais uma) bonita e fechada. Um jardim bacana. E ninguém nas ruas.

Só sei que, lá pelas tantas, apareceu uma velhinha. Acabou nos cumprimentando. Como a Su respondesse, ela começou a “conversar” com a Su. Falou, falou, falou e a Su, simpaticamente e sem entender uma palavra, sorria para a velhinha.

Não resisti e pedi para fazer uma foto delas. A velhinha ficou toda feliz com isso. Mas, o que ela falou, se perdeu. Não deu para entender nada, a não ser que ela não gostava de Paris e que o governo francês era ruim...


E foi em Limoges que a Su aprendeu a usar uma lavanderia. Chegou lá, pediu ajuda para uma moça, que deu todo o caminho das pedras para ela. Roupa lavada.

Ora de ir embora, perrenguinho, para não perder o costume.

O estacionamento era na rua perpendicular a entrada do hotel. Para chegar foi fácil. Agora, tinha que pegar o carro e voltar para a frente do hotel para pegar a bagagem.

Agora imagine: cidade antiga, ruas estreitas de mão única, ruas “tortas”, um monte de contramão. A menina do hotel pegou o celular e colocou o endereço do hotel no Google Maps, para que eu pudesse voltar para a frente do hotel.

Fui para o carro, sai do estacionamento, e comecei a seguir o mapinha. Que, de repente, disse que eu estava a 20 minutos da porta do hotel!!! Obviamente, algo de errado não estava certo.

Acabei me perdendo (obviamente). Mas, minha “bussola interna” acabou me levando de volta (na verdade dei uma tremenda sorte e acabei chegando meio sem querer).

E foi isso em Limoges.

Próxima parada:

 

PARIS

 

Ah Paris, toujour Paris! (que brega... credo...)

Paris é uma cidade grande. E antiga. E cheia de gente. A movimentação por lá sempre é mais complicadinha.

Chegamos já com a obrigação de devolver o “meu” Nissan para a locadora. Que ficava em uma estação de trem. Chegar na estação em si foi fácil. Achar a loja e o local para devolver foi outra história.

Antes. Tinha que encher o tanque para devolver. Até ali, eu tinha abastecido o carro sem maiores problemas. Os postos nas estradas eram grandes. Fácil parar, fácil abastecer (depois que aprendi como se fazia isso).

Mas, em Paris a coisa foi um pouco mais complicada. Ia abastecer na chegada, mas não achamos posto. Fomos achar um posto na própria estação em que devolveríamos o carro. Acontece que era um “miniposto”. Três bombas, em linha, em uma “lateralzinha” da avenida. Entrei e tinha um carro um pouco a frente. Acabei me perdendo e parei longe. E o diabo da mangueira não alcançava o bocal do tanque. Toca voltar para o carro, andar um metro (se tanto) para frente, para conseguir abastecer.

O carro da frente era um taxi (tem outra história a respeito de taxi mais para a frente). A Su foi falar com o motorista, para ver se ele indicava aonde deveríamos ir para devolver o carro. O motorista, mais velho um pouco, não falava uma única palavra de inglês ou espanhol. Mas, por mímica, conseguiu dar a indicação de onde deveríamos ir. Deu certo.

Era o “subterrâneo” da estação. Depois de achar a entrada, ainda precisamos pedir informação de onde deveríamos levar o carro. Tudo ok.

Devolvido o carro, toca arrastar as malas para cima, para pegar um taxi. Lá em cima, a Su perguntou para um guarda, com o nosso franco-hispânico-inglês macarrônico, onde poderia pegar um TAXI. O guarda fez aquela cara e não entendeu. Perguntou-se novamente. Nada. Até que caiu a ficha para o guarda: não entendeu TAXI, porque para ele era... acreditem... “TAQUISSÍ”!!! A nossa paroxítona vira oxítona em francês. E aí o cara entende. Entendeu?

Bom, “taquissí” conseguido, toca ir para o hotel que (adivinhe?) estava em reforma!!!! Mais um!!!

As ruas no entorno (adivinhem?) estavam em obras. Mas o “taquissí” conseguiu chegar bem perto. Só arrastamos as malas por uns pouco metros, depois de subir uns degraus.

Hotel bem legal. De cara, uma brasileira nos atendeu, a Gabriela. Facilitou muito a nossa vida, inclusive conseguindo um upgrade de quarto.

Hotel bem localizado, com uma padoca (francesa, claro) na frente e um shopping (meio esquisito) em volta.

Depois de um descanso, programa de turista: fomos jantar em um barco, que fazia passeio no Rio Sena. Bem divertido. Bem bonito ver as luzes da cidade, da Torre Eiffel e tudo o mais. Comida ok.






No dia seguinte, Torre Eiffel. Que rendeu boas fotos. A torre estava parcialmente coberta de neblina, na hora que chegamos!!!

Rodamos por tudo, fomos até embaixo da torre. Fotos e mais fotos. Encontramos brasileiros (que novidade...) e chineses.











Saímos de lá e cruzamos com um simpaticíssimo encontro de Dachshunds, o nosso cachorro “salsicha”. De todas as cores, tamanhos, pelos curtos e longos. Muito bonitinhos.

Ainda andando, chegamos ao Arco do Triunfo. A rua estava fechada, pois preparavam o “acendimento” das luzes de Natal. Acabou que deu uma bela vista.







Dali, fomos almoçar no “Café de Paris”, um simpático restaurante ali perto.

(Parêntese – e não, não é o último: interessante como os franceses gostam de mesas pequenas em seus restaurantes. Mal dá para colocar pratos, talheres, copos, guardanapos e a comida. Meio claustrofóbico)

Voltamos para o hotel e, mais a noite, fomos visitar o shopping, pensando em uma praça de alimentação. Não tinha. Como não tinha bancos. Como não tinha aquecimento. Como não tinha porta que segurasse o vento. Rapaz, que shopping esquisito.

Saímos, compramos uns petiscos e fomos comer no hotel, dando o dia por encerrado.

No dia seguinte, Galeria Lafayete. Um belo shopping. Tudo caro pacas. Fiz questão de comprar um joguinho de gamão para a minha coleção. Só para dizer que tinha comprado lá.








(Lá tem um terraço com uma bela vista da cidade)


Saímos e fomos para o Louvre. É um museu, ok. Mas você compra ingresso com horário de entrada. O nosso era 12:30hs. Chegamos mais cedo e ficamos no frio. E que frio...

Aqui fica o interessante da coisa. O museu é enorme. Mas, o único local que estava realmente cheio, era a sala onde mora a Monalisa.

Eu, pessoalmente, gosto mais de esculturas que de pinturas, ainda que reconheça, como fotografo que sou, o valor da pintura.

Mas a tal da “Venus de Milo” é muito fofa.










Saímos e fomos ver o que eu acho a coisa mais legal de Paris: a Catedral de Notre Dame. É efetivamente linda. E cheia de histórias (que não vou contar aqui por que esta narrativa já está longa demais e ainda falta um monte de coisas).
























Voltamos, jantamos e demos o dia por encerrado.

E na terça feira, um programa que, para mim, foi arrepiante.

Um bate-e-volta para a...

 

NORMANDIA

 

Normandia é a região norte da França, tendo por litoral o Canal da Mancha. Uma região bem bonitinha, antiga.

Mas, por que visitar a Normandia?

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Normandia foi palco da maior operação anfíbia da história, quando os aliados invadiram a França, dando início ao fim da guerra.

Normandia tem “cheiro” de história. E eu, que gosto muito de história, não poderia deixar de visitar aquela região.

Pois bem.

Contratamos a “excursão” de Paris até lá com o COUTINHO, um simpaticíssimo português, que se dedica a levar nós, turistas falantes de português, para cima e para baixo na França. Ele tem uma bela van Mercedes, luxuosa, bonitona, silenciosa. Uma delícia de carro.

Saímos cedo e trafegamos por umas 3 horas. E lá, fiquei boquiaberto.

Paramos próximo ao local conhecido como “Praia Omaha”, local do desembarque mais sangrento dos aliados. A coisa foi feia ali.

Esperava um “monumentinho” marcando o local. Pois bem. Tem um “monumentão”, além de dois ou três museus (visitei um) na região, um imenso cemitério, onde se encontram os americanos mortos no desembarque e um outro local, onde desembarcaram os ingleses, com sinais do desembarque. Ali tínhamos, no mar, ainda pedaços dos “portos Mulberry”. No museu, pude ver uma “barcaças Higgins”. São as “invenções” mais significativas desse desembarque.

(Não vou me alongar com essas histórias, que são sensacionais, já que esta não é a finalidade deste texto. Mas, não deixe de procurar na internet, vídeos e filmes sobre o assunto. Vale a pena conhecer essa história.)




















Manhã inteira nessas andanças, almoço na cidade de Bayeux  (onde foi difícil encontrar um restaurante que nos atendesse, dada a hora que fomos comer...) visita a uma igreja (mais uma) do local. Linda, com seus vitrais iluminando e colorindo o interior da igreja e suas gárgulas, do lado de fora, guardando a igreja.






















Na volta, já anoitecendo, fomos para “Saint Michel” uma bela cidadezinha medieval. Para-se longe e em um ônibus, chega-se à cidade.

É lindinha. Mas o frio brabo que fazia impediu uma visita mais longa. Quem sabe não voltaremos lá com mais tempo e com menos frio. Tem muita coisa a ser vista.














Volta muito tranquila a Paris, ao hotel e a caminha. Cansados, mas felizes. Especialmente eu.

No dia seguinte, sair de Paris com destino a...

 

LYON

 Íamos de trem, por ser bem prático e para desfrutar da experiencia. Já disse que quase não temos trem por aqui e queríamos ver como era a coisa.

O mesmo Coutinho fez o nosso “transfer” do hotel até a estação e nos ajudou a encontrar o trem.

O trem é uma coisa sensacional. Trem bala, velocidade de uns 300km/h. O trem não é absolutamente luxuoso (não pense em trens do tipo “Oriente Express”). Está mais para o interior de um avião, com bem mais espaço). E é bem legal. Silencioso, bem cuidado e, como estávamos na “primeira classe”, teve até um “lanchinho” a bordo.





Em umas três horinhas de viagem, estávamos em Lyon, onde pegaríamos outro carro alugado.  Saímos do trem e... onde ir? Não fazíamos a mínima ideia de onde estaria o carro. Perrengue a vista.

Bom, perguntamos para uma moça que estava por ali (Viva “São Google Translator”!), que ESCREVEU para nós o que fazer. Sair, ir para a direita, pegar um ônibus (na França “ônibus” é “navette”. Achei simpático) que levaria até as lojas de aluguel.

Ok. Encontramos o tal ônibus. Este fazia um trajeto circular, gratuitamente, levando da estação até os pátios onde estavam as lojas e os carro.

Nosso carro foi alugado da “Sixty”. Pegamos a “navette” que, de tempos em tempos, anunciava quais as lojas estavam naquela parada. Em francês, obviamente.

Só sei que, um uma dessas paradas, falou-se alguma coisa e o tonto aqui achou ter ouvido “Sixty”, mesmo não sendo esta a parada, como constava de um desenho no “busão”. Descemos, com nossas 3 malas e uma mochila, sem contar a bolsa da Su.

Obviamente, estava errado. Não era a parada certa. Toca voltar até o ponto do ônibus, aguardar o próximo (que veio rapidinho) e descer na parada certa.

Lá, uma menina muito boazinha, se esforçando no espanhol, nos entregou o carro. Outra SUV. Mas esta da marca “Skoda” (que hoje faz parte do grupo Volswagen). Muito legal também, apesar do tempo que levou para “decifrar” todos os comandos. Só um exemplo: o carro era automático, mas para colocar em “D” (ou a ré), não havia nenhum tipo de “câmbio” ou botão. Os comandos estavam em uma “haste”, como aquela de acionar o pisca, do lado direito do volante. Depois que aprendi, achei muito legal.

Lyon era só uma cidade de passagem. Ficamos só uma noite. Mas o hotel era show!

Aquele hotel “antigão”, em uma praça, com um monte de funcionários, super aconchegante. Para você ter uma ideia, tinha funcionário para levar as malas para o quarto, coisa que NÃO EXISTE na Europa.

Demos uma voltinha pelo centro da cidade, obviamente não achamos restaurante para almoçar (era “tarde” para a francesada...). Acabamos comendo comida “mexicana”, em um fast-food franco-mexicano. O dono, francês, aprendeu espanhol só para “compor” ambiente do restaurante. Foi até bonzinho.

Para o jantar, a Su tinha pesquisado um restaurante. Ok. Pedimos para o carinha da recepção reservar para a gente (lá tudo é na base da reserva, lembra?) para as 20hs.

E fomos para o quarto. Tranquilos, desencanados da vida, estávamos nos preparando para sair as 19:30hs, já que, segundo a Su, o restaurante era “pertinho”. Só sei que o carinha da recepção ligou e noticiou que... a reserva era para as 19:30hs e não 20hs!!! Já era 19hs. Toca sair correndo, tomar banho, trocar de roupa e sair. Claro que estava chovendo. E claro que “pertinho” é um conceito relativo. Era, “longinho” ao invés de “pertinho”. Deu tempo. E fomos colocados em uma “mesinha”, como sempre acontece em restaurantes franceses.

Mas, comemos bem.

No dia seguinte, café da manhã. Falei que o hotel era “chique”? Pois bem. Na sala do café, acho que tinha mais funcionário que cliente. Todos absolutamente gentis. Esquema diferente, com os funcionários colocando bule de café na mesa! Até agora, era pegar café (surpreendentemente bons) em máquinas.

Mas, não foi o melhor café da manhã da viagem. Bem ok, tudo que tinha estava bem gostoso e quentinho. Mas foi meio decepcionante, pelo nível do hotel.









Carro arrumado e toca pegar estrada com destino a...

 

CARCASSONE

Imagine que você é um cavaleiro medieval montado em seu cavalo de batalha, atravessando um bosque para chegar na cidade murada. Carcassone é a cidade murada. Mas, sem cavaleiros.

Viagem tranquila, estradas boas (em grande parte, a velocidade máxima é de 130kmh. Fazia muito tempo que não dirigia nessa velocidade) com belos visuais.

Chegamos e toca procurar o hotel. Achamos. Obviamente, a coisa não poderia ser simples. Parei o carro meio na calçada, na curva, para a Su ir “pilotar” o nosso check-in.

(Parentese - ... nem vou falar mais nada...: se, como nós, você foi passear de carro, procure hotéis com estacionamento. Na Europa, nem todos os hotéis têm estacionamento. E estacionar na rua é praticamente impossível)

Feito o check-in, fomos informados que o estacionamento era embaixo do hotel. Tranquilo, certo? Não. A entrada do estacionamento era em uma ruazinha atrás de onde estávamos. Estávamos parados em uma rua de mão única.

Recebemos a indicação de como chegar a tal entrada. E toca dar volta na cidade, com suas ruazinhas de mão única, “tortas” e estreitas. Quando chegamos na rua da entrada do estacionamento, não encontramos a entrada. Parei e começamos a olhar. E nada. Até que, de repente, vimos a tal entrada. Obviamente (lembra da Lei de Murphy?) a entrada tinha ficado para trás. De saco levemente cheio, resolvi que não ia dar outra volta. Dei uma ré e pronto. Entramos no estacionamento que era até grandinho. A SUV ficou tranquilinha lá dentro.

Hotel estilo “Ibis”, com o nome de “Tribe”. Mas como o prédio era antigo, foi preciso algumas “gambiarras” no quarto. Que não era ruim. Tinha até uma varada com vista para a muralha (estávamos do lado de fora) da cidade antiga.











O que era esquisito era o banheiro. O box do chuveiro e a pia eram em um “cômodo”. O vaso era no “cômodo” ao lado. Pintado de vermelho. Apertadinho. E cada um desses “cômodos” com sua porta. Que abria para o corredor de entrada.

Ou seja, para sua segurança, deixe as portas FECHADAS, para não dar de cara com uma, quando for ao banheiro de madrugada. E é por isso que sempre carrego uma lanterninha comigo quando viajo...

No dia da chegada, nos limitamos a uma voltinha pela cidade, perto do hotel. E a noite, fomos a um restaurante e eu fui de CASSOULET, o prato típico da região. É aquela “feijoada”, feita com feijão branco. Achei bem gostoso. Voltamos ao hotel e demos o dia por terminado.

No dia seguinte, “cidadela”. Estávamos a uns 15 minutos a pé da “cidadela” propriamente dita. E fomos andando até lá. Até porque, não tem muito jeito de ir de carro. Até tinha um estacionamento lá perto, mas como não sabíamos disso, fomos a pé mesmo.

E estava frio. Muito frio.

Apesar de agasalhados, estávamos mal agasalhados. Um friozinho não mata.

A tal da cidadela é um castelo murado. Segundo vimos, são três quilômetros de muralhas. Parece que vem sendo usado, o local, desde a época dos romanos. Coisa antiga.

Mas, está muito bem conservado. E é bem bonito.

Você tem a opção de pegar um aparelhinho, que vai contando a história do local. Em espanhol. Ou inglês. Mas dá bem para entender.

Mas não dá muito para explicar. Se tiver a oportunidade, vá ver pessoalmente.











Almoço em um restaurantezinho perto da muralha e, no jantar, pizza ruim no hotel mesmo.

Dia seguinte, dia de ir embora para...

 

TOULOUSE

 
Como já disse, a Europa não é “automobilística”. O hotel onde ficaríamos dizia ter estacionamento. Ficava em uma praça enorme. A porta do hotel era em um “calçadão”. E o estacionamento era um estacionamento público que ficava embaixo da tal praça. O hotel pagava a estadia para você. O mais difícil foi achar a entrada do estacionamento.

O hotel era mais um “Ibis”. Mas o quarto era bom e o hotel era muito bem localizado. Diversos restaurantes próximos (mais uma vez fomos barrados em um deles, por não ter reserva... acabamos no McDonald´s, que não precisa de reserva) e lojas próximas.

Não vou me alongar demais.

Cidade bacana, antiga e... com chuva. E frio.

Fomos até a “Cidade do Espaço”, onde tem um museu e umas peças (replicas) de foguetes, da estação espacial russa e coisas assim.

Bem divertido.







E, acabou.

Voltamos de lá para Madri, de avião, onde pegamos o voo para São Paulo.

Merece destaque aqui, a “sala vip” da Iberia em Madri. Imensa!!! Super aconchegante, com banheiro, chuveiros e até um local para tirar uma soneca, que não aproveitamos, apesar das 3 horas de espera.

E foi isso.

 O que se tira dessa história toda?

A Europa é lugar de museu, igrejas e castelos. Não gosta de história, não vá.

Não tem “comprinhas”. Tudo caro. Diferente dos “States”, que é o país das compras.

Caiu por terra, ao menos para nós, o “mito” de que francês é rude e mal-educado. Não sentimos isso. Bem ao contrário. Em geral, todos se mostraram dispostos a nos entender e a ajudar.

Viagem cansativa, como toda boa viagem deve ser. Vai ser difícil superar tudo de bom que vimos por lá.



Um comentário:

  1. Luiz Antonio Mendonça4 de dezembro de 2025 às 00:56

    Muito bom Primo ! Sua narrativa me lembrou a viagem que fiz a França. São momentos inesquecíveis que a gente nunca vai esquecer. Um lugar maravilhoso de se conhecer é a Suíça. Caso voce ainda não conheça, sugiro deixar anotado na sua agenda para uma próxima viagem.
    Abraços

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