Rali dos Sertões
Acompanhar o maior rali das américas e um dos maiores do
mundo. Quem quer?
Dias de sol, calor, poeira, acordar cedo, não comer muito
bem, dirigir quilômetros e quilômetros.
Ainda quer?
SIM!!!!
Eu quero!!!
E fui.
Pela primeira vez, consegui acertar minhas coisas e fui. Não
para CORRER o rali, mas para ACOMPANHAR o rali.
E de carro novo, a picape Nissan Frontier, que batizei como “Babe
Blues” (longa história para esse nome).
A ideia é acompanhar o percurso dos corredores, as vezes
usando as mesmas estradas deles. Íamos mais cedo que a largada, parávamos em
algum ponto estratégico e esperávamos os caras passarem.
Vamos por partes, desde já esclarecendo que não farei um
relato detalhado, dia a dia. Será mais um acumulado das minhas impressões.
Este ano, o Rali começou em Brasília, terminando lá também.
Para mim, que moro em São Paulo, foi ótimo. Fui até Uberlândia,
dormi lá e, no dia seguinte, cheguei em Brasília. Na volta, quase o mesmo
caminho, com a diferença que dormi em Uberaba.
Primeiro, um elogio: há uns 15 anos, tinha ido até Brasília
de carro. As estradas eram muito ruins, todas de pista simples, esburacadas,
lotadas de caminhões.
Agora, estão todas duplicadas, relativamente bem conservadas
e com mais algumas obras pelo caminho. Viagem tranquilinha.
No dia da chegada, jantar com o pessoal do grupo, para nos
conhecermos.
No primeiro dia em Brasília, foi o momento de adesivar os veículos
do meu grupo. A organização do rali exige uma adesivação específica, para facilitar
a identificação dos veículos que estavam na categoria “Expedição” e tinham
direito a entrar na “Vila Sertões”.
A tal “vila” foi montada no estacionamento do estádio “Mané
Garrincha”. ENORME!!!
(file:///C:/Users/malva/AppData/Local/Microsoft/Windows/INetCache/IE/7PE58HCF/VilaSertoes2024[1].pdf)
Nesse local, as equipes preparavam os carros, tinham suas
barracas, trailers, caminhões e sei lá mais o que. É um ambiente sensacional,
para quem gosta de carros e velocidade.
Alguns carros são verdadeiras obras de arte. Exalam potência!!!
Lindos!!!
Rolou assistir ao “briefing” e entrevistas com pilotos e com nós mesmos,
das equipes de “Expedição”.
E o mais legal: todas as pessoas foram muito gentis,
simpáticas e receptivas. Você chega ao lado de uma dessas “oficinas” e o
pessoal, gentilmente, até para o que está fazendo para fotografarmos!!!
Conversei com mecânicos, pilotos e navegadores. Não me senti
“rejeitado” por nenhum deles. Todos me atenderam gentilmente.
Fiquei pensando... em uma “corrida”, em circuito, onde um
piloto compete contra outro, os nervos ficam a flor da pele. Os carros têm que
ser “afinados” até o último momento. Não dá para pilotos e mecânicos serem
gentis com nós, meros curiosos.
No rali, cada um compete contra si mesmo! Cada carro larga
com a diferença de um ou dois minutos entre eles. É preciso conseguir o melhor
tempo, a maior velocidade, sem destruir o carro. Raramente alguém ultrapassa alguém,
já que “carro avistado é carro ultrapassado” (norma dos ralis), ou seja, quando
um carro encosta no outro, o da frente deve dar passagem. Tem até um
aparelhinho que sinaliza isso.
Talvez seja esta a diferença entre as competições e entre o
humor do pessoal.
Sei lá.
Uma historinha que achei divertida. Na “vila” montada na
cidade de Luís Eduardo Magalhães/BA, a noitinha, enquanto eu andava olhando
tudo, em um trailer, um cozinheiro preparava o jantar.
Cheguei perto e perguntei, brincando, o que “iríamos” comer.
Ele disse o menu (não me recordo qual era) e ME CONVIDOU PARA JANTAR COM
ELES!!!
Ri muito, agradeci, mas não jantei com eles. Não poderia
atrapalhar a intimidade da equipe. Mas fiquei contente de ter sido convidado.
E este foi o nível da gentileza que encontrei.
No primeiro dia, a competição em circuito fechado, montado
ao lado da “vila”. Cheio de poeira, onde se iria decidir a ordem de largada dos
pilotos mais bem ranqueados. Na verdade, é uma “largada promocional”, que
permite àqueles que não vão acompanhar o rali, terem um gostinho da competição,
assistindo a prova das arquibancadas montadas ali.
Ficamos em um local coberto, com comidinhas e bebidinhas. Muito papo, muita risada e um pouquinho de ansiedade pelo começo “real” da competição.
No dia seguinte, teríamos estrada até o local onde ficaríamos.
Só sei que iriamos acordar de madrugada, lá pelas 3:00hs, para chegar até um
local onde ficaríamos esperando os veículos. Mas, frustração: quando o
despertador tocou, uma mensagem no grupo de “zap” do pessoal da organização. A
etapa havia sido CANCELADA!!!
Uma ponte havia sido “desmontada”, não existindo outro
caminho por ali. Obviamente, alguém não queria o rali passando por aquele
local. Uma bobagem.
Bom, restou voltar a dormir e tomar um belíssimo café da
manhã, no belíssimo hotel que estávamos.
Para matar o tempo, demos uma voltinha no “Parque Nacional
Grande Sertões Veredas”. Bem bonitinho. Com direito a cafezinho feito pelo guia
e, para quem teve coragem, pulo no rio que nasce ali.
Mas, chegou o primeiro momento de competição, em uma cidade
chamada Chapada Gaúcha.
Ficamos em uma reta. Os carros, lá longe, faziam uma curva a
esquerda e “metiam o pé” na retona. Passavam pela gente em altíssima velocidade.
E ali tinha um “degrau”. Alguns carros e motos “decolaram”, rendendo boas
fotos.
Eu, metido a fotógrafo, achava que sabia tudo. Depois da
passagem do primeiro carro, tive que modificar toda a configuração da minha câmera.
A velocidade dos carros exigia alta velocidade do obturador também.
Montada uma barraquinha, entre um carro e outro, uns
petiscos e umas bebidinhas (não alcoólicas).
Chegando em Luís Eduardo Magalhães/BA, acabei surpreendido.
A cidade é bem grande e bem estruturada. O hotel era bom, ainda que
relativamente simples (fiquei no 3º andar, sem elevador... sacanagem com o velhinho aqui...).
A “vila” lá estava montada. Também bem grande. Tinha até uma
praça de alimentação, com vários “food trucks”.
No dia seguinte, mais competição.
Ficamos em uma fazenda, que inclusive nos cedeu um local, um
quiosque, com sombra. Chique pacas.
Os carros vinham em uma reta, rasgando. Curva a esquerda,
retinha, curva a direita e outra curva a direita. Reta e toca acelerar,
levantando poeira.
Para quem gosta desse tipo de competição, é muito legal ver
o carro fazendo a curva “ao contrário” (se a curva é para esquerda, o piloto dá
um golpe na direção para a direita e, em seguida, para a esquerda, fazendo o
carro escorregar para o lado certo da curva), derrapando as rodas traseiras
para entrar mais rápido na reta depois da curva.
No último dia de prova (para nós), outra reta longa, com uma
curva aberta a esquerda. Fomos para lá de madrugada, fazendo um café da manhã
comunitário, até a hora da largada.
O local até que era legal, mas não havia como fugir da
poeira. Nos espalhamos pelo espaço, aguardando os carros.
Só sei que, lá pelas tantas, uma picape passa por mim e some
na curva. Em seguida, barulhos de metal. A picape tinha capotado, ficando de
cabeça para baixo.
O pessoal do grupo que estava mais perto, correu e ajudou o
piloto e o navegador a saírem do carro. Ao mesmo tempo, outros foram para a
reta, acenando para os carros que vinham, avisando-os do perigo.
Quero acreditar que o grupo ajudou para que o acidente não fosse
ainda mais grave.
Após, um outro carro da equipe desvirou a picape que, ao
final da prova, voltou andando. E, acreditem: largou no dia seguinte!!!
Almoço no restaurante de “Mainha”. Uma baiana muito
engraçada e feliz. Comida gostosa, em um lugar muito lindo, com um rio de águas
muito limpas.
Já estávamos começando a voltar para Brasília e fomos para o Parque da Terra Ronca (acho que o nome era isso), para pernoitar em uma pousadinha.
E aí a coisa pegou.
Claro que não é culpa de ninguém. Mas, que pousada ruim!!!
Tudo meio “largado”, meio improvisado. Para ter uma ideia, pedi
uma garrafa de água para um dos “funcionários”. A resposta: “não tem água em garrafa.
Bebe da pia...”. Antes de eu perder as estribeiras, o Leli, da organização,
apareceu com uma garrafa de água.
No jantar, pizzas pedidas para uma moradora das imediações.
Não foi a pior pizza que já comi na vida (esse título fica para uma pizza de
Capitólio/MG. Mas isso é outra história) mas, estava longe de ser a melhor.
Muuuuuito longe.
Não vou comentar mais nada. Só sugiro que NÃO parem por lá.
Fomos visitar um “cavernão”, bem bacana.
Depois, muita estrada, de terra e de asfalto, até voltarmos
para Brasília.
E lá, subimos a rampa, ganhamos medalha de participação.
(As duas últimas fotos de Haroldo Nogueira de Sá Júnior)
A noite, jantar com o grupo e no dia seguinte, toca voltar
para casa.
Foi mais ou menos isso.
Devo ter confundido alguma coisa, mas o resumo é esse.
O que mais dizer?
Foi bom. Foi divertido. Foi cansativo.
E deu uma tremenda vontade de voltar ano que vem.
Ao pessoal que estava no grupo, um imenso abraço.
Ao pessoal da “Gaia Expedições”, além de um imenso abraço,
meu obrigado pela organização e pelo trabalho realizado.
Vamos aguardar o roteiro do ano que vem.
Quem sabe dá para ir novamente.
E este é o trajeto feito, em mapa gerado pelo meu Spot X.
Foram mais de 4.000km de pura diversão!!!
Sensacional Mauro!! Bom demais suas anotações e lembranças.
ResponderExcluirMuito bom Mauro, compartilho com a sua visão de todo evento, muita emoção, poeira e curtição! Confesso que fiquei um pouco frustrado, com a expectativa de poder ficar ali mais próximo dos carros da competição dos mecânicos e dos pilotos, acho que fantasiei demais hehehe, quem sabe na próxima!!
ResponderExcluirE parabéns pelas suas fotos, top demais!👏👏
Legal demais
ResponderExcluirÉ um sonho participar de um evento deste. Precisa ter "bala na agulha"! Parabéns pelo post
ResponderExcluirObrigado!!!
ExcluirÉ, realmente, uma experiencia inesquecível!!!
Show meu amigo! Sensacional
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