terça-feira, 4 de agosto de 2020

Aventuras em tempos de quarentena...




Por mais incrível que possa parecer a tal da quarentena foi período de descobrir coisas novas.

Explico.

Em tempos “normais”, mesmo agora depois de aposentado, após o meu café da manhã, saia todo dia para o estúdio.

Lá, mesmo sem clientes, sempre tinha alguma coisa para fazer: limpar equipamento, estudar, mexer em fotos.

O meu “normal” era ouvir notícias no rádio, ver o jornal da TV e, mais rádio, agora músicas.

Com a quarentena, passei a ficar em casa o dia todo.

Assim, depois do café e depois de ler jornal, ia para frente da televisão.

Mas, aconteceu algo que eu deveria ter previsto: apesar de ter uns três milhões de canais na “TV paga”, tinha hora que não tinha o que assistir.

Juro que é verdade.

Mesmo com os “canais de streaming” (chique isso, né? Mas é só o Netflix), às vezes não tinha saco para ver nada do que estava disponível.

Sabe aquela vontade de sair de casa, de pegar estrada e viajar?

Pois é. Não queria ficar em casa fazendo buraco na poltrona. Mas, não tinha opção.

Nesse momento, em um dia triste, descobri o tal do YouTube, que posso assistir na minha TV da sala.

Na verdade, obviamente, eu já conhecia aquilo.

Mas nunca tinha parado mais que alguns minutos para ver alguma coisa que tinham me mandado o link. Ou algumas “lives” de músicos que gosto.

Sou metido a jipeiro e metido a fotógrafo.

Assim, comecei a procurar vídeos sobre jipes, 4x4, equipamentos off-road, além de fotografia e equipamentos.

O tal do YouTube é espertinho.

E começa a mostrar para você coisas “parecidas” com os vídeos que você assistiu.

Assim, além dos vídeos óbvios sobre fotografia, técnica fotográfica, fotógrafos famosos, começaram a aparecer vídeos de ralis, corridas de carro, provas de subida de morros com carros, provas de motos.

Aí, você começa a assistir essas coisas.

E o YouTube, cada vez mais espertinho, começa a mostrar para você vídeos de lojas de equipamentos off-road.

E você assiste.

Aí, começam a aparecer vídeos de equipamentos de camping e/ou aventuras. E Kombis transformadas em “casinhas”. E viagens de Kombi.

E eu, que nunca acampei (nem pretendo... gosto mesmo de hotéis, de preferência aqueles com café da manhã pantagruélicos...) comecei a assistir aquilo.

Das barracas para o teto do carro (que não vou comprar), pula, o YouTube, para outros equipamentos, como facas & canivetes (aí já começo a pensar em comprar... gosto de lâminas...) guinchos para jipes, fitas de reboque, geladeiras de carros e sei lá mais o que.

O YouTube ainda quer fisgar você.

E começa a sugerir vídeos de aventuras, escaladas, viagens de moto (não, não quero uma moto. Já fui motoclicista aos 30 anos e não pretendo voltar. Meu negócio são as 4 rodas. Ou 6 rodas... ou 8 rodas – já vi cada caminhão bonitinho!) até chegar ao suprassumo das coisas que eu não pretendo fazer: vídeos sobre SOBREVIVENCIALISMO!

Sim, MCeQIL, sobrevivencialismo.

Esses caras, os tais sobrevivencialistas, alguns com o olhar meio “maníaco”, ensinam você como sobreviver a um apocalipse (seja um apocalipse zumbi ou não).

Claro que eles mesmos se gozam, fazendo piadas sobre os perrengues de seu estilo de vida. Mas levam a sério sua opção de vida.

Nos vídeos, indicam como conservar comidas sem geladeira, como escapar de tragédias, como preparar alimentos sem gás e coisas do estilo.

(Tem um canal (“Família X"), em que um casal, com um molequinho super engraçado, estão preparando um sítio, na serra catarinense, para ser autossustentável.

É muito interessante.)

Comecei a assistir essas coisas, armando-me de meu pior preconceito, me preparando para rir muito: “Olha que absurdo! Esses caras são malucos!”.

Mas, aos poucos, vi algum sentido naquilo.

Não vou fazer conservas em casa, nem preparar um bunker, como o “Batata” (é o apelido de um desses caras) fez.

Mas juro que fiquei pensando: essa pandemia e a quarentena não seriam prenúncios de um fim-do-mundo?

E Brumadinho e Mariana?

E os roubos em Botucatu?

 

Rapaz...

Pra pensar.


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