sábado, 30 de agosto de 2014

TUDO O QUE VOCÊ QUERIA SABER SOBRE O PERU, MAS TINHA VERGONHA DE PERGUNTAR. 1ª parte


Fale a verdade, meu caro e quase inexistente leitor: o que você sabe a respeito do PERU?

Juro que me julgo um cara mais ou menos bem informado. Mas, ao pensar nisso, verifiquei que pouco sabia desse país.

E um guia de lá, me deu uma explicação para isso, que me pareceu bem lógica.

O PERU, durante muito tempo, foi alvo de organizações terroristas, como o “Sendero Luminoso”, o que afastou os turistas de lá.

O Presidente Alberto Fujimori conseguiu, nas palavras do guia, “vencer a guerra” contra o terror.

E aí, somente a partir de 2007, quando Machu Pichu foi elevada a categoria de patrimônio na humanidade, houve um incentivo ao turismo. Ou seja, o turismo no Peru, e por conseqüência a divulgação sobre informações turísticas, é coisa recente!

O certo é que o Peru tem coisas bem legais para se ver.

É mais recente ainda, a vocação gastronômica do país, divulgando o já famoso “ceviche” (um “sashimi” peruano).

E tem comidas bem “exóticas” e mais “tradicionais” do país, como o CUY, que é o nosso simpático porquinho-da-índia, que o povo de lá come como se fosse um “churrasquinho” (talvez devêssemos chamar de “churratinho”... – ok, terrível, eu sei...).

Experimentei o CUY, mas não no espetinho, e sim como ingrediente de um prato, junto com um purê muito bom. Ficou gostoso, o bichinho.

Mas, o mais legal do Peru é a parte de arqueologia.

O país está tomado de construções antigas, incas e ainda mais antigas, que os peruanos estão aprendendo a “usar” como atrações.

É visível e perceptível que o Peru está em um momento de transição.

Convivem, lado a lado, a vocação turística e os bons restaurantes, belos hotéis de categoria internacional, com estradas ruins, carros antigos, ônibus velhos.

Organiza-se, bem, o acesso aos pontos turísticos, com venda antecipadas de bilhetes, com acesso por trens exclusivos, mas não se consegue afastar os vendedores ambulantes e as pessoas que, com trajes típicos, pedem dinheiro para com elas se tirar fotos.

Enfim.

Do fim para o começo.



No fim da viagem, ficamos duas noites e três dias em Lima.

A capital do Peru é uma cidade grande, de dez milhões de habitantes, até que limpinha. Mas, desculpem-me os limenhos, FEIA PACAS!

Pelo que deu para entender, pela posição geográfica, entre o Pacifico e os Andes (ou qualquer outro motivo desse naipe), a cidade está quase sempre NUBLADA. Mas não chove.

Assim, acaba ficando tudo meio sem cor, meio cinza.

Além de um trânsito simplesmente caótico, onde os limenhos, ao invés de usar o FREIO dos carros, usam a BUZINA.

Mas têm coisas bacanas, como igrejas antigas, edifícios antigos e até um sitio arqueológico bem no meio da cidade,

Além de uns shopping-centers interessantes, meio fechados, meio a ar-livre, com lojas boas e famosas.

Mas não busque o Peru para fazer compras.

Os preços são muito próximos aos do Brasil, não valendo a pena.

Mas a comida é boa e barata.

Fomos, em dois, a uma “cevicheria” da moda, “Pescados Capitales”, comemos entrada, prato principal (dois), sobremesas e, sem bebidas alcoólicas, gastamos aproximadamente R$200,00.

Achei excelente.

Mas, se não tiver muuuuita curiosidade, a visita a Lima pode ser só de passagem.

(Cusco é marrom, por causa das pedras usadas nas construções 
e por causa da falta de chuvas.)



Legal mesmo é CUSCO (ou CUZCO, ou QUSQO...).

A cidade foi a capital do Império Inca.

Mas, se depois dos conquistadores espanhóis, na cidade em si, pouca coisa sobrou dos incas, nas imediações ainda tem muita coisa para ver.

Cusco está a quase 4.000 metros de altura.

Isso é MUUUUITO alto.

E o ar rarefeito NÃO É UM MITO, nem coisa de jogador de futebol “chinelinho”.

Você fica sem ar sim.

Ao descer do avião, não senti muita diferença.

Mas, já ao chegar ao hotel, ainda que não tenha andado ou feito esforço, tive que sentar.

Respiração pesada, cabeça doendo um pouco.

Fomos “socorridos” pelo pessoal do hotel, que já nos trouxe, imediatamente, o tal do “chá de coca” que, em tese, combate os efeitos da altitude.

Não sei até que ponto funcionou.

Durante o tempo que ficamos lá, sempre que andei um pouco mais rápido, ou fiz um pouco mais de esforço, senti algum “desconforto”.

Cheguei a acordar, durante a noite, sentindo falta de ar e com o coração acelerado.

(encontramos uma moça que teve que ficar internada uma noite, em razão da falta de ar, pois chegou a desmaiar.)

Tomei algumas xícaras do tal chá, durante toda a estadia, mas não foi totalmente eficiente...

Os habitantes dos Andes, não tomam “chá”. Colocam uma porção de folhas de coca na boca, enroladas, e vão mastigando aos poucos, chupando o sumo das folhas.

Deve ser mais eficiente. E de sabor pior, já que o tal chá é bem “sem graça”.

(E antes que venha com gracinha e piadinhas, saiba você, meu caro e quase inexistente leitor, que a concentração de “cocaína” em cada folha de coca é mínima, sendo necessário mais de 100 quilos de folhas de coca para fazer um quilo da “cocaína” vendida nas ruas.

a verdadeira “droga” que se encontra por lá, em qualquer lugar, é um refrigerante chamado INCA COLA. Rapaz, que coisa ruim!!!)



Assim, o legal, para sua viagem, é programar o dia da chegada como sendo um “dia livre”. Beba muita água, o tal do chá, coma pouco e comidas leves, não ande rápido, não faça esforço e, principalmente, DESCANSE MUITO.

Em Cusco, você terá para visitar alguns sítios arqueológicos.


(É muito maluco como 
essas pedras são encaixadas!!!)



Um deles é o Saqsayhuaman.

Pertinho da cidade, alguns minutinhos de van ou ônibus, o local é um tipo de local sagrado.
Grandes muralhas, vários níveis, pedras imensas (que não consigo acreditar tenham sido colocadas lá pelos pequeninos incas e só com a força dos músculos...).




Um dos níveis é atingido por uma escada de pedras, de uns 100 degraus.
Nem é tão íngreme. Mas é um bom teste para o quem depois: o esforço de subir aquilo é brutal. O ar realmente falta, se você não estiver absolutamente em forma e não for um atleta olímpico.



Outro é o Tambomachay.
Depois de uma pequena subida (que para a gente fica IMENSA por causa da falta de ar) você chega a um templo, ou coisa parecida.
De um buraco, sai água.
E o interessante é que, segundo o guia, não se conseguiu ainda, determinar de onde os incas trouxeram aquela água!
Existe uma tubulação, que traz a água de algum lugar. Mas não se sabe de onde.






Mas, obviamente, a grande atração é MACHU PICHU.
Sempre disse, quando falo da Amazônia, que aquilo é coisa de maluco, sendo impossível descrevê-la: é preciso ir lá, para se apreender o tamanho de tudo aquilo.
Com Machu Pichu acontece a mesma coisa.
Não da pra explicar o que é aquilo!
Não dá pra imaginar como os malucos dos Incas foram até lá em cima, só pra construir uma cidade.
Você já deve ter visto as fotos de lá.
Da a impressão de que estamos em um vale, cercado de montanhas.
ERRADO!!!
Estamos no TOPO de uma montanha, cercados por montanhas ainda MAIS ALTAS!!!

Na verdade, Machu Pichu está cerca de 1.000 metros abaixo de Cusco.
Não há, pois, falta de ar, em razão da altitude.
Mas existem escadas.
Milhares delas.
E você subir e descer aquilo, acaba por tirar o fôlego.
Senti meu coração bater na garganta várias vezes...




Fomos de trem, de Cusco até lá. Foram 3 horas e meia de viagem, em um trenzinho bem simpático.

No pé das montanhas, pegamos um microônibus, e subimos até a cidade inca.
E lá, toca a subir escadas para ver tudo aquilo lá de cima.
Mesmo sem fôlego, aquilo é lindo demais!!!

Anda que anda, sobe que sobe, em um dia de sol glorioso e, no fim da tarde, após umas 500 fotos, estava mortinho, pronto pra não querer nada.
Voltamos de “onibinho” pra cidade, onde não consegui sequer almoçar, tal o cansaço que sentia.
Três horas e meia de trem e, novamente, estávamos no hotel de Cusco, onde não sai nem para comer.
Rolou um sandubinha no quarto mesmo.
QUE PREGO.




Por fim, no dia seguinte, Vale Sagrado e Ollantaytambo, uma outra super construção, para onde fomos de ônibus, e onde eu não agüentei subir as escadas.
Mas é bem legal também.



A viagem foi dez.
Teve até pequenos terremotos.
Mas esta história, e outras que ainda tenho para contar, ficam pra outro dia...

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