sábado, 8 de junho de 2013

ALTA FIDELIDADE.





Alguns filmes me perseguem.
Tenho algumas teorias sobre isso.
A primeira, e mais óbvia, é que os canais pagos passam sempre OS MESMOS filmes.
E como muitos desses tais filmes são ruins, eu não lembro do enredo e acabo assistindo de novo e de novo...
E sempre acho ruim.

Tem também aqueles filmes que eu assisto porque GOSTO.
E pronto.
Gosto do filme e assisto vezes sem conta.

Ainda, meu caro e quase inexistente leitor, tem aqueles filmes que passam nos momentos em que precisamos deles (“Há mais mistérios entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia, gafanhoto...”).

Finalmente, tem aqueles filmes que eu GRAVO e vou assistir em um dia que não tem nada melhor pra fazer.

Foi o que aconteceu ontem com o “Alta Fidelidade” (2000, John Cusak, Jack Black, Dir. Stepehn Frears)
Se temos que fazer alguma classificação, diria que se trata de uma “comédia filosófica”.
O John Cusak, um cara que gosta de música e listas, passa o filme discutindo músicas, fazendo listas (do tipo "as 5 melhores músicas sobre morte") e tentando descobrir porque foi abandonado (ou abandonou...) pelas ex-namoradas.

Mas o que quero comentar, é das manias dele.
O filme se passa lá pelos anos 2000.
Já existe o cd, que ainda convive com discos de vinil e – acredite ou não – fitas K7 (aliás, nunca descobri se o certo é “K7” ou “cassete”. Alguém sabe?).
Ele tem uma loja de discos, onde vende, basicamente, rock em vinil.
Um dos empregados dele é o Jack Black, um “purista”, chato até, que só vende alguns discos raros para determinados clientes, por achar que outros não “merecem” os tais discos raros.

O certo é que fiquei lembrando do meu tempo de discos de vinil.
Hoje em dia você, meu caro e quase inexistente melômano leitor, quando quer uma música, “baixa” da Internet.
Sou do tempo em que você ouvia a música no rádio (alguém ainda lembra o que é isso?), gostava, ia até uma loja, procurava o disco, comprava, levava para casa, tirava da capa, colocava na picape (não, não é um carro, é o “toca discos”!!!) depois de ter passado uma flanela no disco, dava um assoprão na agulha, ligava o amplificador, e SOM NA CAIXA!!!
Ouvia, embevecido, todas as outras 11 músicas, para chegar a conclusão de que só gostava daquela que tinha ouvido no rádio mesmo...

Mas juro que era uma delícia comprar discos.
Primeiro, que não dava pra comprar “de estalo”.
O disco era uma coisa frágil, grande e desajeitada pra carregar.
Se você tinha que pegar ônibus, ou se estava com as mãos ocupadas com embrulhos, NEM PENSAR EM COMPRAR UM LP (era assim que chamávamos os discos grandes)!!!

Se você estava melhorzim de vida e já tinha um fusca azul (deu saudade do meu...) a coisa ficava um pouco mais fácil.
Mas, se estava um dia quente, de sol, e você deixasse o LP no carro, F****!!!
O calor “empenava” o disco novinho que você tinha acabado de comprar e nunca mais ia poder ouvir.

O meu primeiro álbum “Paris” do Supertramp (álbum duplo) ACABOU de tanto eu ouvir.
Aí, fui comprar outro e NÃO TINHA!!!
Procurei muito até achar um importado da ARGENTINA!!!
Hoje tenho o CD desse álbum, o blue-ray (pra ver e ouvir em casa) e o DVD (pra tocar no carro...).
Que delicia!!!

Eu adorava comprar “discos alternativos”.
Tinha muita gente boa, gravando discos meio “por conta”, que vendiam em shows e em lojas “alternativas”.
Coisas como “Tarancon”, “Grupo Rumo”, “Arrigo Barnabé”, “Clara Sandroni”, “Premeditando o Breque”, “Língua de Trapo” e coisas assim.

Rapaz, como era divertido tudo isso!!!

Tenho saudades de entrar em lojas de discos.
Isso foi uma pena ter acabado.
Adoro tecnologia, não vou trocar meu IPOD (160 gigas, quase 20.000 músicas gravadas) por um velho toca-discos.
Mas era divertido.

2 comentários:

  1. Leia o livro.

    É do Nick Hornby.

    Como sempre, é muito melhor que o filme.

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  2. Nao resisti
    Jã esta comprado, no Mercado Livre.

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