Ando meio estressado.
Assim, resolvi escrever um post maldoso.
Totalmente de graça.
Maldoso e chato.
Só pra descarregar.
Fui a um restaurante, almoçar.
Era um restaurante simples, onde servem costela no bafo, com
um calor infernal, sob um telhado de metal e com ventiladores que não servem
pra nada.
Mas a comida é boa.
Enfim, quando chegamos, havia uma faixa, indicando que
rolava uma festa:
“Parabéns Dil pelos 40
anos”
Na verdade, o apelido da moça não era “Dil”.
Mudei só pra não constranger ninguém.
Lá pelas tantas, apareceu a “Dilmara” (o nome também não era esse...).
E pude perceber que, chamá-la de “moça” também não era exatamente adequado.
Baixinha, tinha entrado na fila dos peitos umas três ou
quatro vezes e tinha o cabelo curtinho. Sem maquiagem de nenhuma espécie.
Trajando uma belíssima camiseta verde.
E, maldosamente, comentei que ela devia ser “pegadora”: tinha jeito de quem teria “pegado” todas as amigas que estavam ali.
A tchurma era aquela que não ficaria deslocada em qualquer
churras de laje de qualquer perifa desse nosso Brasil varonil: um misto de
mulheres desprovidas de boniteza, acompanhada de seus filhotes barulhentos, corredores e
ranhetas, com os maridos fashion, de camiseta regata, com os pelos que existem
embaixo do braço todos a mostra, divididos em duas ou três longuíssimas e
barulhentas mesas.
Uma beleza.
Havia um conjuntinho tocando loucamente.
Mesmo o som altíssimo não permitia que você conseguisse
ouvir o que eles tocavam, já que era tudo muuuuito ruim.
Menos mal.
Maldosamente, fiquei pensando no que poderia fazer para
animar a festa.
Minha primeira idéia foi a de ir cumprimentar a
aniversariante, a quem, obviamente, eu não conhecia:
“- Dil, querida, você tá
linda!!!
Parabéns, felicidade e
tudo de bom!!!”
A seguir, depois de um forte abraço na aniversariante, sairia,
mandando que minha conta fosse incluída nas mesas do aniversário.
Mas achei pouco.
Minha segunda idéia seria a de ir até o palco, tomar o
microfone do conjunto e cantar “Borbulhas
de amor” e "Esse cara sou eu" dedicando as músicas para a “Dil”.
Mas, além de eu não saber a letra da segunda música, o conjunto estava tão ruim, que fiquei com medo de ser
ovacionado...
A minha melhor idéia, contudo, foi a de pedir silêncio e
fazer um lindo discurso, mais ou menos assim:
“- Dil, é
verdadeiramente um prazer imenso estar aqui hoje.
Apesar de tudo o que
os médicos disseram, de todos os prognósticos negativos, você conseguiu!!!
Ninguém esperava, ninguém
acreditava, ninguém tinha mais esperanças, mas você sobreviveu, apesar de todos os seus problemas!!!
E foram só 8
cirurgias!!!
Quem poderia
acreditar?
E olha, nem parece que
está fazendo 60 anos!!!
Ninguém daria mais de
50 pra você!!!!”
Continuaria mais uns 30 minutos, contando toda a juventude
dela, suas aventuras no “Ferro´s Bar”,
suas idas aos estádios de futebol no meio da torcida uniformizada de algum time
grande, os campeonatos de braço de ferro, a tristeza que se abateu sobre nós no ano que ela passou presa por tráfico
de entorpecentes, etc., etc., etc.
Mas a Su não deixou.
Não sei porque.
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