domingo, 3 de março de 2013

O ANIVERSÁRIO DA "DIL".


Ando meio estressado.
Assim, resolvi escrever um post maldoso.
Totalmente de graça.
Maldoso e chato.
Só pra descarregar.

Fui a um restaurante, almoçar.
Era um restaurante simples, onde servem costela no bafo, com um calor infernal, sob um telhado de metal e com ventiladores que não servem pra nada.

Mas a comida é boa.

Enfim, quando chegamos, havia uma faixa, indicando que rolava uma festa:


Parabéns Dil pelos 40 anos


Na verdade, o apelido da moça não era “Dil”.
Mudei só pra não constranger ninguém.

Lá pelas tantas, apareceu a “Dilmara” (o nome também não era esse...).
E pude perceber que, chamá-la de “moça” também não era exatamente adequado.
Baixinha, tinha entrado na fila dos peitos umas três ou quatro vezes e tinha o cabelo curtinho. Sem maquiagem de nenhuma espécie. Trajando uma belíssima camiseta verde.
E, maldosamente, comentei que ela devia ser “pegadora”: tinha jeito de quem teria “pegado” todas as amigas que estavam ali.

A tchurma era aquela que não ficaria deslocada em qualquer churras de laje de qualquer perifa desse nosso Brasil varonil: um misto de mulheres desprovidas de boniteza, acompanhada de seus filhotes barulhentos, corredores e ranhetas, com os maridos fashion, de camiseta regata, com os pelos que existem embaixo do braço todos a mostra, divididos em duas ou três longuíssimas e barulhentas mesas.
Uma beleza.

Havia um conjuntinho tocando loucamente.
Mesmo o som altíssimo não permitia que você conseguisse ouvir o que eles tocavam, já que era tudo muuuuito ruim.
Menos mal.

Maldosamente, fiquei pensando no que poderia fazer para animar a festa.

Minha primeira idéia foi a de ir cumprimentar a aniversariante, a quem, obviamente, eu não conhecia:

“- Dil, querida, você tá linda!!!
Parabéns, felicidade e tudo de bom!!!

A seguir, depois de um forte abraço na aniversariante, sairia, mandando que minha conta fosse incluída nas mesas do aniversário.
Mas achei pouco.

Minha segunda idéia seria a de ir até o palco, tomar o microfone do conjunto e cantar “Borbulhas de amor” e "Esse cara sou eu" dedicando as músicas para a “Dil”.
Mas, além de eu não saber a letra da segunda música, o conjunto estava tão ruim, que fiquei com medo de ser ovacionado...

A minha melhor idéia, contudo, foi a de pedir silêncio e fazer um lindo discurso, mais ou menos assim:

“- Dil, é verdadeiramente um prazer imenso estar aqui hoje.
Apesar de tudo o que os médicos disseram, de todos os prognósticos negativos, você conseguiu!!!
Ninguém esperava, ninguém acreditava, ninguém tinha mais esperanças, mas você sobreviveu, apesar de todos os seus problemas!!!
E foram só 8 cirurgias!!!
Quem poderia acreditar?
E olha, nem parece que está fazendo 60 anos!!!
Ninguém daria mais de 50 pra você!!!!

Continuaria mais uns 30 minutos, contando toda a juventude dela, suas aventuras no “Ferro´s Bar”, suas idas aos estádios de futebol no meio da torcida uniformizada de algum time grande,  os campeonatos de braço de ferro, a tristeza que se abateu sobre nós no ano que ela passou presa por tráfico de entorpecentes, etc., etc., etc.

Mas a Su não deixou.
Não sei porque.



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