quinta-feira, 24 de maio de 2012

ESCALA DE CINZA.





Quando fiz meus cursos de fotografia, mais ou menos no tempo do avião à lenha, fui ensinado a pensar em “escala de cinza”.
Mesmo quando tirava fotos coloridas, para fazer corretamente a fotometria, tinha que pensar se o que eu ia fotografar era branco, cinza claro, cinza médio, cinza escuro ou preto.
Ou seja, nos extremos da tal escala, tínhamos o preto e o branco. No meio, variações de cinza.
E o mais interessante. Para a fotometria, uma pessoa BRANCA, não era branca: é cinza claro. E uma pessoa NEGRA, é cinza escuro.

Assim, o branco, é o branco absoluto. E o preto, o preto absoluto. Todo o resto, não passa de tons de cinza.
Mais ou menos o que temos na foto acima.

Imagine, caro e quase inexistente leitor, a confusão que às vezes isso dava.
Nem sempre era fácil definir qual o grau de cinza determinada cor tinha...
E lembre-se que estamos falando de um tempo de fotografia não digital, quando você não tinha uma telinha na máquina para ter uma idéia de como tinha ficado a foto.

E mais. 
Uma foto preto & branco, para ser “ótima”, tinha que ter TODOS os tons da escala, de preto a branco, passando pelos cinzas todos...
Dureza...

Daí, é que outro dia, me trouxeram um problema, uma questão verdadeira, e pediram minha opinião.
Ouvi a história, pensei um pouco e pontifiquei: “Pra mim é crime. Chama a polícia!
O perguntante arregalou o olho e disse, candidamente: “Mas a pessoa não é bandida!”.

Interessante isso.
Tenho, como diz meu pai, “a boca torta pelo uso do cachimbo”.
Pra mim, “criminoso” (aquele que pratica crime) é sinônimo de “bandido”.
Mas, parece que nem sempre seria assim.
Acho que é sinal dos tempos.

Vemos, diariamente, movimentos “populares” pedindo que “corruptos”, sejam presos.
E, na contramão, vemos leis cada vez mais brandas e decisões cada vez mais “pró bandidos” ou “pró criminosos”.
Querem cadeia para o criminoso de colarinho branco e para o político corrupto.
Já vi quem defendesse cadeia, até para quem maltrata animais.
Mas se aceita, placidamente, a prestação de serviços à comunidade para o traficante.

Talvez porque “criminosos” não sejam “bandidos”.
Mas, eu tenho que perguntar: e quem define quem é “bandido” e quem só é “criminoso”?

Acho que está, realmente, chegando a hora de eu me aposentar.
Minha escala de cinza, tem muito preto, muito branco e pouco cinza...

QUERO E PRECISO FOTOGRAFAR MAIS.

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