Tem pouquíssimo tempo que escrevi sobre preto, branco &
cinza.
E, cada vez mais, essa escala, quando se trata da vida e não
só de fotografia, tem muuuuito cinza e pouco preto & branco...
Eu sempre disse que ninguém é totalmente mau.
Nem totalmente bom...
Você, caro e quase inexistente leitor, deve ter visto aquele
mané que foi roubar um caixa eletrônico e levou o filho junto, porque não tinha
com quem deixar.
O cara é bandido.
Mas é um bom pai.
Acabei de assistir a “Adeus
meninos” (“Au revoir les enfants”,
1987 – Dir. Louis Malle), um filme francês.
Durante a Segunda Guerra, um internato, no interior
da França ocupada, dirigido por padres, esconde alguns meninos judeus.
A história foca na amizade de dois garotos, sendo um judeu.
Não vou contar o enredo todo, mas vocês podem imaginar o que
acontece.
Algumas coisas me chamaram a atenção.
Primeiro, o internato é para meninos ricos. E para eles, a
guerra é uma coisa “nebulosa”, meio
longe demais.
Em dado momento, um menino pergunta pro irmão, um pouco mais
velho, o que é um “judeu”.
O irmão responde que é alguém que não come porco.
O outro completa perguntando: “E o que nós temos contra eles?”.
Em outra cena, em um restaurante chique, há um homem fino,
judeu, almoçando.
Entra no local um grupo de “colabôs” (os franceses abertamente colaboracionistas) que, para
agradar alguns alemães que estão no restaurante, começam a gritar e a exigir
que o judeu deixe o local.
Um oficial alemão se levanta, incomodado com a gritaria, e
manda os colaboracionistas deixarem o local.
Não há, parece, ninguém totalmente mau.
Ou totalmente bom.
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