No dia 13 de março de 2012, faço bodas de prata.
Não daquela bobagem “pequeno burguesa” de casamento, mas de algo muito mais importante: faço 25 anos de Ministério Público.
Quero começar a comemorar.
No dia 13 de março de 1987, no pequeno gabinete do Dr. Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo (na época, Dr. Paulo Salvador Frontini), ainda no 15º andar do Fórum João Mendes Jr., recebi, das mãos do meu pai, minha carteira vermelha de Promotor de Justiça Substituto do Estado de São Paulo.
Foi em uma sexta feira.
Na segunda feira, assumi minhas funções, auxiliando o Promotor de Justiça titular da Comarca de Batatais Dr. João Carlos Bianco.
Não tive essa mamata de “curso de adaptação” de um mês.
Rapaz, e como faz tempo!!!
Naquela época, carro não tinha ar condicionado, não tínhamos computadores portáteis (e nem computadores de mesa), não tínhamos celulares.
Era tudo na “raça”, na máquina de escrever manual.
O “kit promotor” da época era: códigos, alguns livros de consulta e o Manual do Dr. Hugo Mazzili. No carro (quem tinha...) levávamos até papel timbrado.
De lá para cá, muita coisa mudou.
O MP cresceu.
E eu envelheci.
Não no sentido de ficar “velho”, mas no sentido de ficar mais maduro.
Tá, fiquei velho também...
De lá pra cá, descobri que a consciência tem nome: chama “travesseiro”.
E é tão mais confortável quanto mais leve ela for.
Descobri que o homem pode ser mau. Muito mau.
Descobri que o homem pode ser INFINITAMENTE bom.
Descobri que JUSTIÇA, nem sempre é sinônimo de “certo”.
Descobri que cultura não é sinônimo de sabedoria.
Descobri que dinheiro não é sinônimo nem de cultura e muito menos de sabedoria.
Descobri que a minha Verdade e a minha Justiça podem não se as mesmas de outras pessoas.
Descobri que, às vezes, o pequeno só quer ser ouvido por uma “otoridade”, ainda que tal “otoridade” muito pouco ou nada possa fazer por ele.
Descobri que Justiça é “dar a cada um o que é seu” e devemos tratar os outros como queremos ser tratados.
Não devemos fazer aos outros o que não queremos que façam com conosco.
Descobri que posso (e devo) me indignar com certas coisas.
Descobri que adoro o que eu faço, e que só devo parar de fazer, quando morrer ou quando atingir a idade da aposentadoria compulsória.
O que acontecer primeiro.
Descobri que meu maior patrimônio são aqueles do meu sangue e os meus amigos.
Descobri que um sorriso, um abraço, uma piada, no momento certo, curam quase tudo.
Descobri que um sorriso, um abraço, uma piada, do meu filho, curam tudo.
E descobri que a sensação de dever cumprido, é a droga mais poderosa e viciante que existe.
Aos amigos e colegas, meu muito obrigado.
E vamos para os próximos 25 anos.
Parabéns, Mauro! Parabéns pra nós! Forte abraço, te vejo na festa!
ResponderExcluirParabéns Dr. Mauro!
ResponderExcluirPude num curto espaço de tempo aprender muito como sua estágiaria deste glorioso MPSP.
Obrigada pelo aprendizado e pela amizade que perdura até hoje e nos próximos 25 anos.
Por trás deste ilustre promotor tem um ser humano muito especial e com um enorme coração.
Um forte abraço com muita admiração e carinho.
Adriana Giron
Mauro,
ResponderExcluirParabéns para nós termos você ao nosso lado!
Parabéns porque quanto mais você envelhecia entre nós, mais "bobagens" dizia, não aquelas que podem soar rídiculas aos jovens de 20 e poucos anos que entravam no MP (como nós) e achavam que podiam beber o mundo e a vida como um copo de coca-cola, mas aquelas que nos fazem rever que "a floresta não é apenas lenha para nossa fogueira".
Amadurecemos, mas continuamos dizendo bobagens, que talvez, para a vida façam algum sentido.
O sorriso de nossos filhos é a grande diferença entre um dia nublado e o céu azul.
Se acreditas, que Deus te abençoe e continue a te dar caminhos, piorando os seus defeitos e abranadando suas virtudes (quem sabe assim me pareço um pouco com vc!)
Um abraço!
Li seu artigo por indicação do Blog do Dr. Saad. Realmente um belíssimo texto. Muito poético e cheio de bons sentimentos. Valeu o meu domingo :)
ResponderExcluirabs!
Lorenzo