Frio.
E chuva.
O transito, obviamente, infernal.
Deixei o carro, quentinho, no estacionamento e de posse do instrumento de tortura MAIS TERRÍVEL já inventado, o GUARDA CHUVA, fui fazer o meu caminho.
Pé molhado, barra da calça molhada, ombros molhados (pra que serve o tal do guarda chuva mesmo?), parei junto a uma faixa de pedestres. Tinha que atravessar a rua.
No local, não tinha semáforo.
E fiquei ali, esperando o melhor momento para não ser atropelado.
Do outro lado da faixa, um velhinho.
Muito velhinho, já arcado pela (muita) idade, todo encapotado (roupas simples, em camadas para proteger do frio), de bonezinho de propaganda, com um guarda chuva.
Também esperava o melhor momento.
Muito trânsito.
Até que uma alma boa parou.
E o velhinho não percebeu.
O motorista, passou a tocar a buzina para chamar a atenção do velhinho.
E o velhinho não ouviu.
Iniciei a travessia.
No meio da rua, no meio da faixa de pedestres, chamei o velhinho e fiz sinal, com as mãos, para ele atravessar.
Fiquei ali, plantado no meio da rua, segurando o trânsito, esperando os passinhos curtos atravessarem a rua.
Quando ele chegou do outro lado, terminei minha travessia também.
Acabei me sentindo como o Huguinho, o Zezinho e o Luizinho: um perfeito escoteiro-mirim, fazendo minha boa ação do dia.
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