PALAVRA DA MODA

De tempos em tempos, palavras e expressões entram e saem de moda, sem que ninguém possa explicar o porquê.

Lembra, algum tempo atrás, como era comum o “a nível de”?

Tinha também o “enquanto” usado erradamente no lugar de “como”: 

“Eu, enquanto blogueiro, 

odeio usar 'enquanto' a nível de 'como'".

Lindo!!!

O gerundismo, apesar de moribundo, ainda sobrevive nos “call centers” da vida: 

“Vou estar enchendo o seu saco, 

caro e quase inexistente leitor”.

Também bonitinho.

A molecada adora o “tipo”.

Mas já escrevi a respeito do “tipo”, tipo assim, sugerindo a sua troca por “orangotango”.

Mas hoje o que me irritou profundamente, foi o tal do “proativo”.

Estava em uma reunião com bem mais de 5 pessoas (número máximo, na minha humilde opinião, para uma reunião possa ter alguma utilidade e ser produtiva).

Normalmente, uso essas reuniões para exercitar a arte zen de dormir de olhos abertos.

Mas, como tinha um assunto que me interessava, prestei atenção aos falantes.

E era um tal de “proativo” daqui, de “devemos ser mais proativos” de lá...

O “proativismo” foi levado às últimas conseqüências, sem que ninguém, porém, me desse um exemplo claro dessa coisa, do que é ser ou não “proativo”...

Como não fiz administração de empresas, economia, engenharia de processos (existe isso?), psicologia, nem nunca escrevi ou li um livro de “auto-ajuda”, não sei o que quer dizer, exatamente, “proativo”.

Mas acho meio preconceituoso: porque só “pró-ativos”? E os “pró-passivos”?

Acho que as entidades gays, enquanto defensoras dos direitos homossexuais, a nível de correção da língua portuguesa machista e preconceituosa, deveriam se manifestar quanto a isso.

Sejam mais pró-ativos e pró-passivos, pô!!!