segunda-feira, 17 de maio de 2010

TO CANSADO.

Trabalhei em uma cidade do interior de São Paulo, por algum tempo, há algum tempo.
Era um lugar triste, frio (não no sentido meteorológico da expressão), com excesso de trabalho (podíamos chegar a um expediente de 10/12 horas por dia... e sem computador para ajudar!), poucas opções de diversão, um único restaurante bom (para os padrões da região).
Como era longe de Guarulhos, tinha que morar lá. A rotina era ir na segunda feira cedo, pra voltar na sexta feira no fim do dia.
Três horas de estrada (estrada ruim na maior parte do caminho, pista simples, cheia de curvas e buracos), quando tudo corria bem...
Nessa época, não existia tv a cabo nem internet (tá, pode tirar sarro: foi no tempo do avião a lenha...).

Só sei que trabalhava com um amigo que dizia que quando ouvia o tema de abertura do “
Fantástico”, ele começava a ficar deprimido...
Domingo a noite era dose!!!

Claro que hoje, mais de 20 anos depois, as coisas são outras.
Não me deprimo com o “
Fantástico”, até porque sequer lembro que existe isso: tenho uns 100 canais na minha tv por satélite, fora um monte de dvd’s e minha internet banda larga.
Continuo lendo muito e tenho alguns (uns 30) livros pra começar. Hoje começo a leitura de uma biografia do Adoniram Barbosa.
Sem contar que posso ir a ótimos restaurantes, e tenho o telefone de muitos “
deliverys” que quebram galhos ENORMES!!!

E nem posso dizer que fico “
deprimido”.
É verdadeiramente deprimente gente deprimida.

Mas, realmente, domingo a noite é dose.
Minha rotina me obriga a “
viajar” para Sampa quase todo domingo a noite.
São só uns 20 km. Mas é dose.
Às vezes, a tal da marginal está lotada, a “
23” cheia de motorista “domingueiro” (“domingueiro” é o cara que compra um carro e só saí com ele no domingo. Você conhece o tipo: não usa seta, dirige na pista da esquerda a 20 por hora, nunca sabe bem pra onde está indo... Normalmente, tirou carta pelo correio...), a “9 de julho” cheia de “busão” maluco.

E hoje, especialmente, estou me sentindo pregado, morto de cansaço.
Não posso dizer que seja um cansaço físico. É mais um cansaço “
espiritual”, sem qualquer causa definida.
Algo profundo, que vem lá de dentro.
Algo que me faz pensar na insignificância do homem perante o universo e na finitude e irrelevância da vida humana (que horroroso isso...)
Um cansaço sem causa e sem muita solução.

Ou é uma “
gripe encruada” a caminho, ou é minha paciência que está se esgotando.
Que saco...

Mas sempre passa.

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