“Um homem precisa viajar.
Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV.
Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu.
Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor.
Conhecer o frio para desfrutar o calor.
E o oposto.
Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto.
Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser.
Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.”
Amyr Klink
Estivemos no Jalapão.
Eu e a Su fomos, no Rufus,
até lá.
Uns 4.000 quilômetros de
estrada, ida e volta.
Asfalto, terra, areia,
pedras, lama, sol, chuva, neblina, dia e noite.
“Porque se submeter a esse
‘sofrimento’?”, talvez pergunte você, “Já inventaram o avião!”, dizia “alguém” antigamente.
Vou tentar explicar neste
“super textão”.
Mas, vamos por partes.
Uma rápida historinha:
No ano de 2018, pensando
em uma futura aposentadoria e na assunção (“oficial”) da minha condição de
fotógrafo, comprei o Rufus.
Para quem ainda não sabe (alguém
não sabe...?) o Rufus é um jipe Troller, vermelho, comprado 0km.
A ideia era ter um
“veículo de expedição”. Não vou fazer “trilhas”, mas queria um veículo que me
permitisse entrar em uma estrada de terra, com uma boa garantia de que sairia
inteiro do outro lado.
Pesquisei um pouco e optei
pelo Troller.
Os “Lands”, mesmo usados, eram
caríssimos. Não queria outra picape (já tive uma Frontier, que era ótima. Mas
não queria outro carro “imenso”) e o Troller acabou se mostrando uma ótima
opção.
Relativamente pequeno
(quer a verdade? É um carro para DUAS pessoas. Você rebate os bancos traseiros
para poder levar a bagagem...), motorzão 5 cilindros, 3.2 cilindradas, uns 200
HPs, diesel, tração nas quatro rodas, reduzida, boa altura em relação ao solo, posição
“de jipe” para dirigir, com “modernidades” indispensáveis, como ar
condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, temporizador no limpador de
para-brisa, som, a viatura é FERA DEMAIS.
Acabei por me aposentar em
2019 e, para “treinar”, fizemos algumas pequenas viagens, mais para “passeios”
que para “expedições”.
Quando nos preparávamos para, efetivamente, cair na estrada, veio a pandemia.
Um IMENSO balde de água
fria.
Um ano e meio trancados
dentro de casa, o Rufus empoeirando na garagem e uma vontade enorme de ir
fotografar o mundo.
Se a ideia original era sair meio sem destino, parando onde desse na telha, com a pandemia, assistindo vídeos e mais vídeos nos streamings da vida, surgiu a ideia de visitar lugares realmente distantes, que pudessem ser atingidos de carro. Ou com um “veículo de expedição 4x4”.
Sem poder viajar de avião,
o turismo rodoviário (junto com o aparente aumento de “casinhas móveis”,
montadas em Kombis, vans, ônibus e caminhões) teve um aumento. Ao menos na
minha percepção.
São inúmeros os canais, no
Youtube, dedicados a viagens, destinos, viajantes e seus veículos.
Com a tal da pandemia,
obrigados a ficar em casa, passamos a consumir, vorazmente, esse conteúdo.
E o Jalapão surgiu como
uma opção muito interessante.
Quando a pandemia começou a ceder (e depois de vacinados) resolvemos aventurar.
Como a Su está
trabalhando, precisávamos adequar a viagem às férias dela. Os vídeos acabaram
nos levando a “colecionar” empresas de viagens de aventura no Facebook e
Instagram. E, para as datas que tínhamos, surgiu a opção da “Overland
Expedições”, empresa de Santa Catarina, que tinha uma viagem marcada para o
início de novembro de 2021, que “cabia” na nossa agenda.
Assim, mesmo sem conhecer o pessoal da “Overland”, sem qualquer indicação, optamos por fechar a viagem com eles.
“Pô, precisa ir com uma
empresa? Não dá para ir sozinho?”, você pode perguntar. Responderei mais a frente.
Mas, o que é o JALAPÃO?
O Parque Estadual do
Jalapão é uma área de 158.970,95 hectares (Wikipedia), situado nos municípios
de Mateiros e São Felix do Tocantins, situado no estado de Tocantins.
A região é rica em rios, cachoeiras,
lagos, “fervedouros” e formações rochosas, dentro do cerrado do Brasil central.
Na nossa expedição,
praticamente “circundamos” o parque, pernoitando nas cidades de Natividade,
Ponte Alta do Tocantins, São Felix do Tocantins e Mateiros.
E, na verdade, quase não
entramos no parque, ficando na “periferia” dele.
As exceções são as visitas
a “Pedra Furada” e as “Dunas”, que ficam no interior do parque.
(Uma informação que recebi
por lá e que não posso confirmar a veracidade: os “fervedouros” seriam todos de
propriedade PARTICULAR e ficariam em áreas FORA do parque. Por “acordos” com o
governo do estado, os proprietários cumpririam algumas regras para explorar,
turisticamente, os “fervedouros”. Isso porque o governo não teria dinheiro para
desapropriar aquelas áreas, acrescentando-as ao parque...)
Saindo de Guarulhos/SP,
cruzamos todo o estado de São Paulo, em direção norte, depois Minas Gerais e Goiás,
até chegarmos ao estado do Tocantins.
Na nossa viagem passamos pelas
cidades de Ribeirão Preto/SP, onde pernoitamos (só para conhecer mesmo. Mas
chovia muito. Não deu para ver quase nada). Uberlândia/MG (ponto de encontro do
grupo), Ceres/GO, Natividade/TO, Ponte Alta do Tocantins/TO, Mateiros/TO, São
Felix do Tocantins/TO e Alto Paraíso/GO, esta última na chamada “Chapada dos
Veadeiros”. Dizem que tem ET´s por lá...
As estradas, mesmo as
asfaltadas, fora de São Paulo, em geral são... como direi... sem querer
ofender... péssimas.
(Tá... sempre tem algumas
boas, especialmente na volta...)
Em Minas Gerais são ainda
razoáveis. Mas, em Goiás e Tocantins a coisa é feia.
Quase todas são de pista
simples, duas mãos, esburacadas, sem sinalização, sem acostamento, sem
fiscalização. Lotadas de caminhões pesados, com seus motoristas meio
“perigosos” (Ok, ok... também encontramos ótimos profissionais do volante, que
cediam passagem, ajudavam nas ultrapassagens, dirigindo com cuidado e atenção.
A esses, os meus sinceros agradecimentos). Postos de gasolina muito precários. Enfim,
uma “aventura do mundo moderno”.
(Durante o deslocamento
por essas estradas, o comboio se movimentou em uma velocidade que me pareceu
desnecessariamente alta – cheguei a andar a 135km/h. Indaguei do nosso Glorioso
Líder o porquê disso. A resposta foi que EU, por estar no meio do comboio,
tinha que andar MAIS RÁPIDO para poder acompanhar os carros da frente, que iam
mais devagar.
Confesso que achei essa
resposta absolutamente absurda.
Segundo os preceitos da
física tradicional, se um ponto móvel se move mais rápido que outro que vai a
sua frente, em um momento “X”, esse ponto mais veloz vai ULTRAPASSAR o mais
lento.
Mas, pesquisando, descobri
que, segundo a “Física Quântica”, combinada com preceitos da “Teoria da
Relatividade Geral” de Einstein, os ensinamentos neo-malthusianos, mais as
sábias palavras do Mestre Quintino, um borracheiro aqui perto de casa, quando
se desloca em “COMBOIO”, não se aplicam as leis da física tradicional!
Assim, em “comboio”, para
se acompanhar o veículo líder que vá, por exemplo, a 80km/h, o veículo do meio
do “comboio” precisa andar a 120km/h!
Olha que loucura!
Extrapolando, se o
“comboio” tiver 27 carros, o último deverá ser uma FERRARI, para poder andar a
347km/h para acompanhar o líder que se move a 80km/h!!! – brincadeirinha, Amado
Líder...)
No Jalapão em si,
“asfalto” é só lenda. Histórias que os pais contam para as crianças dormir: “em
um mundo muito, muito, muito distante, existem estradas que não tem
buracos...”.
Lá, tudo é terra, areia,
buracos, costelas-de-vaca e pedras.
Demos, de certa forma,
muita sorte. Pegamos um período de chuvas que, se impediu a visita a alguns
“fervedouros”, fez com que as estradas ficassem menos poeirentas, uma
característica do Jalapão.
Assim, chovia, criavam-se
alguns pontos de lama (pouco complicados para os poderosos 4x4 que estávamos
usando), que iam secando (tudo lá é areia!), sem tempo para levantar o
característico poeirão!
Os carros ficaram mais
sujos de lama que de poeira.
E é absolutamente necessário,
para essa viagem, que o veículo seja 4x4?
A meu ver, sim.
Veículos com tração 4x4
são mais robustos e mais altos que veículos 4x2. E são mais potentes, em geral.
Estas características são muito bem vindas nas estradas de terra, areia e
pedras do Jalapão.
Mas é POSSÍVEL andar lá
com um 4x2?
Talvez. Mas EU não
arriscaria.
Mesmo com a tração ligada,
volta e meia o Rufus dava uma “escapada”, que só não era problemática porque o
4x4 “segurava” o carro na rota.
Tivemos, inclusive, um
trecho (pequeno, é verdade) em que foi necessário engatar a reduzida.
Revise, cuidadosamente,
seu veículo antes de ir para lá. Troque óleo e filtros, cheque os freios e
aperte os parafusos da suspensão.
Leve filtro de ar e de
combustível sobressalentes. E leve os filtros CERTOS. Eu, acreditem, precisei
trocar o filtro de combustível e tinha levado um errado... sorte que alguém no
grupo tinha um compatível.
E o que vamos fazer e ver
no Jalapão?
O que tem lá, que justifique rodar 4.000km de estrada?
Como já disse, são rios,
lagos, cachoeiras e formações rochosas interessantes.
E os tais “fervedouros”.
E o que é um “fervedouro”?
Um “fervedouro” é um
pequeno lago, de água absolutamente limpa, com fundo de areia clara. E
peixinhos.
Mas o maluco da história é
o seguinte: tem um “buraco” no tal do “fervedouro”, de onde sai a água. Esses
buracos podem ser absurdamente fundos (estivemos em um que o tal buraco teria
90m de profundidade!) mas, VOCÊ NÃO AFUNDA!
A explicação que nos deram
é que a força da água que sai, não deixaria você afundar. Pesquisando no “São
Google”, descobri que isso se chama “ressurgência” e, efetivamente, é a força
da água que sobe que impede você de afundar. Esquisito, né?
Mas, o certo é que você
não afunda.
Em razão do tamanho, só é
permitido de 8 a 10 pessoas por vez em cada “fervedouro”. E por tempos que
variam de 15 a 20 minutos somente.
Além disso temos lagos
totalmente límpidos, como a “Lagoa do Japonês” (não, não descobrimos quem era o
tal japa da lagoa).
O cânion do Sussuapara é
uma formação, obviamente em forma de cânion, com uma queda d´água no “fim”,
produzindo um riacho que corre entre pedras. Muito lindo.
Importante: nas atrações
“aquáticas”, por causa dos peixinhos, é proibido usar protetor solar,
maquiagem, repelente e etc.
A Pedra Furada, uma
formação de pedra que, obviamente, tem um buraco no meio, ótimo para fotos.
A Pedra da Catedral, outra
formação de pedras (na verdade um grande “morro”) que lembra uma igreja. Nesta,
não pudemos chegar perto, fazendo as fotos da estrada.
Interessante, também, é o povoado “Mumbuca”. É um assentamento “quilombola”, onde os moradores fazem artesanato com o tal “capim dourado”, que só nasce, parece, naquela região. Tem umas coisas bem bonitas. Até trouxe uns “suportes de copos”, que vou usar em fotos de estúdio.
Tem as Dunas do Jalapão. “Montes” de areia, altos pacas, que ficam lindos na luz do fim do dia.
E é isso.
Paisagens lindas, várias
“versões” do cerrado, muita estrada e uma visão de mundo muito diferente do que
estamos acostumados.
Detalhe: o Tocantins tem
baixa densidade populacional. Andamos por aquelas estradas, as vezes por horas,
sem cruzar com outros veículos.
Algumas informações e
dicas que podem ser interessantes para o viajante não acostumado a expedições:
Como dito, as condições do
veículo devem ser checadas e rechecadas. Converse com seu mecânico sobre que
peças sobressalentes levar, além dos imprescindíveis filtros de combustível e
de ar.
Não precisamos usar, mas,
cintas de reboque, guinchos (não tenho), pranchas de desatolagem (também ainda não
tenho), ferramentas, manual do veículo, calibrador de pneu, lanterna, sempre
são bem vindos.
Normalmente, o pessoal do
grupo tem esses equipamentos. Mas, nem sempre é possível contar com isso.
Melhor ter e não usar do que precisar e não ter.
No Rufus eu ainda tinha um
GPS (Garmin Montana 680 – excelente para gerar um mapa da viagem toda), um
comunicador por satélite Spot X (ótimo para a família acompanhar seu trajeto e
não ficar preocupada), celular (ATENÇÃO: VIVO quase não funciona por lá. Se
pude, leve um chip CLARO).
E não conte com internet.
Mesmo nos hotéis que disponibilizam o serviço, este não é confiável.
Radiocomunicador é
imprescindível para andar em comboio. Os melhores, obviamente, são aqueles
instalados no veículo, que são mais potentes e confiáveis. Se não tiver, algum
HT pode quebrar bem o galho (os da marca BAOFENG tem bom custo/benefício).
O Rufus, como todo
Troller, tem o interior muito pequeno. Não tem porta-malas. Como estávamos em
dois, rebati os bancos traseiros para levar as bagagens. Optamos por bolsas ao
invés de malas rígidas. As bolsas são “amassáveis”, facilitando o
armazenamento. Acabamos por levar várias, passando as roupas de uma para outra,
a medida que usávamos, já que era desnecessário (e cansativo) tirar toda a
bagagem do carro a cada parada. Tirávamos do carro somente as roupas para o dia
seguinte, pijamas, remédios e coisas assim. Mesmo assim, a coisa ficou uma “zona”
lá atrás em certos momentos...
Levamos, também, vários
pacotes de salgadinhos, balas, doces, para “enganar a fome” durante os longos
trajetos.
Fiquei na dúvida se
comprava ou não uma “mini-geladeira” para levar. Acabei levando somente uma
bolsa térmica que funcionou bem. Mas, se tiver alguma dessas geladeiras, não é
espaço perdido.
Demos sorte, também, com a
temperatura ambiente.
Ouvimos histórias de
temperaturas de 50ºC! Mas, não pegamos nada parecido com isso. Mesmo assim,
roupas leves o tempo todo. Eu gosto daquelas roupas de “pescador”: calças de
tecido de secagem rápida (“tac-tel”), camisetas de “dryfit” (melhores que as de
algodão) e coisas assim.
Levei, também, bermudas
leves, calção de banho, camisetas comuns e etc.
Não dirijo de chinelos.
Assim, levei tênis e meias para o dia-a-dia e um tênis próprio para esportes em
locais com água, da marca Salomon, para usar sem meias, que usei nos dias de
visitas a fervedouros e outros locais com água.
Além disso, óculos
escuros, chapéu, boné.
Para as meninas, as mesmas
coisas, basicamente, acrescentando, obviamente, biquínis, saídas de banho,
sapatilhas aquáticas (para as cachoeiras e lagoas).
E para todos, toalhas, de
preferência de secagem rápida.
Nestes tempos de pandemia,
máscaras descartáveis.
Importante: leve seus
remédios de uso contínuo. Não conte que vá conseguir compra-los lá.
Por fim, tenha no veículo,
com fácil acesso, produtos de higiene pessoal como papel higiênico, lenços de
papel, lenços umedecidos, escova de dente, pasta, fio dental e coisas assim.
E precisamos, REALMENTE,
viajar em grupo e com uma empresa?
A melhor resposta que
consigo pensar é... depende.
Uma viagem dessas, em
termos de logística, é complicada.
As cidades pelas quais
passamos, são pequenas, simples, com recursos limitados. Não é possível chegar
e, somente então, procurar um hotel.
É preciso ter tudo
programado, com hotel reservado, para não ficar na rua.
Além disso, não existem
placas indicando os caminhos. Até meu GPS, volta e meia, não mostrava a estrada
em que andávamos.
Um guia, portanto, é
imprescindível. E também é preciso um guia local para se entrar em alguns dos
locais que se pretende visitar.
Eu, pessoalmente, achei a
experiência de contratar os serviços da “Overland Expedições” muito positiva.
Tudo organizado, hotéis bons (para os padrões do Jalapão), restaurantes
razoáveis (para os padrões do Jalapão), além de conhecerem os caminhos.
Ir sozinho, eu acho
temerário.
Ir em grupo (sem uma
empresa para organizar) pode ser possível. Mas, não sei se vale a pena.
Dicas para FOTÓGRAFOS:
Se você, como eu, é
fotógrafo, sabe que a proteção do equipamento deve ser a maior possível. São
equipamentos caros e sensíveis.
Levo meu equipamento em
uma mala de couro, rígida, colocando-a sobre as bolsas de roupa, para diminuir
a vibração dos “pulos” da estrada.
Para sair fotografar,
tenho duas estratégias: se vou levar somente a câmera com uma objetiva, tenho
uma bolsa para a câmera, totalmente estanque. Se preciso levar mais
equipamentos (outra objetiva, flash, pilhas, e qualquer outra coisa), tenho uma
mochila estanque, também absolutamente a prova d´água, que garante a minha
tranquilidade ao passar próximo a quedas d´água ou se pegar chuva. Ambas as bolsas
são da marca Naturehike.
Ao chegar aos hotéis,
retirava o equipamento da bolsa, deixando no quarto, com o ar condicionado
ligado, a fim de diminuir a umidade. E passava um pano seco no interior das
bolsas para seca-las de alguma eventual umidade que tivesse entrado.
Uma curiosidade: no Rufus
mandei fazer um “compartimento”, no apoio de braços entre os bancos, onde a
câmera se encaixa perfeitamente. Tenho assim, nos deslocamentos, acesso fácil e
rápido à máquina, facilitando quando quero fazer uma foto.
Levei um tripé robusto,
que usei pouco, somente para fazer umas fotos de uma cachoeira e umas fotos
noturnas. Mas, melhor ter e não usar do que precisar e não ter. Ficou encaixado
ao lado do banco do passageiro, ocupando pouco espaço.
Por segurança, levei um
notebook, antigo, somente para descarregar os cartões de memória, garantindo
assim a preservação das fotos feitas.
Resumindo:
Viagem para ficar na
história. Doze dias de tirar o fôlego, de testar a capacidade de viajar, de
dirigir, de manter o foco e a concentração.
Não tivemos, por sorte,
grandes problemas.
Tudo funcionou
perfeitamente. A chuva, que atrapalhou alguns passeios, garantiu uma viagem
mais tranquila nas estradas de terra.
Como fotógrafo, gostaria
de ter tido mais oportunidades para parar o carro e fotografar. Mas, entendo
que esta não foi uma “expedição fotográfica” e não poderia prejudicar os demais
componentes do grupo, com frequentes paradas.
O grupo, aliás, foi ótimo.
Pessoas alegres, que
estavam ali para se divertir.
Conversamos mais com uns
que com outros, como é normal nessas circunstâncias. Mas todos, sem exceção, se
mostraram gentis e simpáticos.
A maioria dos carros era
da Bela e Santa Catarina. Gente boa, que acolheu os paulistas com o coração
aberto.
Três carros da Grande São
Paulo e um de Ribeirão Preto (acho que não esqueci ninguém. Se o fiz,
desculpe!!!).
Nossos organizadores, o
Eduardo, a Pâmela e o Renato (Rastur 4x4), além do mecânico Fênix, se mostraram
atenciosos, procurando resolver os problemas de todos.
Somente um carro teve
problemas sérios e precisou ser rebocado, voltando para São Paulo de guincho.
Os ocupantes foram distribuídos pelos outros veículos, mas acabaram indo para
Palmas, de onde voltaram para casa. Uma pena.
Mais uma pergunta, que
certamente você deve estar fazendo:
quanto custou ir para o Jalapão de carro?
Fizemos umas contas.
A primeira conclusão é que
NÃO É BARATO.
Mas, emoção, conhecer
lugares novos, conhecer gente nova, tem preço?
Assim, gastamos:
Serviços da Overland
Expedições (incluindo aqui as estadias com café da manhã, as entradas nas
atrações, camisetas, adesivos, guias locais e todo o acompanhamento da
expedição: R$ 7.700,00
Combustível: R$ 2.600,00
(aproximadamente)
Refeições Jalapão: R$
1.240,00
Pedágios: 350,00
(aproximadamente)
Diversos (estadia em
Ribeirão Preto, compras, refeições e etc.): R$ 2.560,00 (aproximadamente)
TOTAL: R$14.450,00
Distância percorrida: 4.444km
Então, finalizando, posso
dizer que recomendo uma viagem para o Jalapão.
Desestressa.
Chegar ao hotel, a noite,
pregado e dormir o sono dos justos. Bom demais. Faz a gente respirar mais
fácil. O cansaço físico descansa a mente. E aumenta a autoestima.
Deixa você com a sensação
de vencedor, mesmo não sendo uma competição.
Que venha a próxima
expedição!!!
(Serra do Corvo Branco?
Missões?
Interior de São Paulo?
Lagoa dos Patos?
Caminhos do nordeste?
Serra da Capivara?
Pantanal?
Instituto Terra – Aimorés/MG?
Quem sabe...?)
Que maravilha! Parabéns pela viagem e pelo texto.
ResponderExcluirNossa Maurao! Que bela viagem. Vou incluir nós meus projetos futuros. Valeu as dicas e comentários. Abração
ResponderExcluir