segunda-feira, 18 de abril de 2022

Expedição Pantanal 2022


(trajeto gerado pelo Spot X)

 


O Pantanal sul mato-grossense é uma das “mecas” do viajante motorizado aqui no Brasil.

Mesmo sem se aventurar na época das cheias, com estradas alagadas, da para se divertir muito!

 

Vamos devagar.

 

Nossa viagem pelo pantanal sul-motogrossense foi organizada pelo Marcelo, da “Gaia Expedições”. Um cara tranquilo, conhecedor dos caminhos, super organizado.

 

Nosso comboio seria formado na cidade de Bonito e, além do carro da organização, seríamos em mais cinco carros.

 

Partimos de Guarulhos no sábado, 26/03, pela manhã.

Atravessamos a Capital, pegamos a Rod. Castelo Branco, parando para um café da manhã em um posto grande da estrada (Graal Barueri).

 

Nosso plano era ir até a cidade de Nova Andradina, já no MS, depois de atravessar todo o estado de SP, onde tínhamos hotel reservado (Hotel Primavera Palace). Chegamos no final da tarde, já anoitecendo.

Banho e saímos para jantar.

Em um barzinho, o “Boteco do Boca”, com boa música ao vivo, comemos um frango com queijo, presunto, palmito e sei lá mais o que. “Frango Magnífico”. Valeu a pena.

 

No dia seguinte, café da manhã e estrada.

 

Antes, uma historinha.

 

Viajamos com o RUFUS, meu jipe Troller vermelho.

Ele é todo cheio de adesivos. Entre eles, nas portas, uns adesivos enormes do “Jurassic Park”.

Como os trajetos são, em geral, longos, uso roupas confortáveis, que facilitam a condução por horas.

Assim parei no posto de gasolina, no centro da cidade, vestindo uma calça “de pescador”, de tecido leve e uma camisa do mesmo tipo de tecido, daquelas cheia de bolsos.

Era bem cedo e a cidade estava vazia.

Só sei que estava lá, olhando o abastecimento, pensando na vida, quando chegou uma menininha. Um “toquinho de gente”, toda de cor de rosa, super tímida.

Olhou para mim e perguntou se eu gostava do “Jurassic Park”.

Dando risada da pergunta, respondi que sim, tanto que tinha adesivado o jipe.

Ela perguntou, então, se o jipe era “do filme”. Ri também, explicando que o jipe era meu, nacional e eu havia adesivado.

Por fim - acreditem - ela perguntou se EU havia trabalhado no filme!!!

Caí na gargalhada e disse que não.

Nesse momento, o pai da menininha, que também estava abastecendo, se aproximou e ela falou para o pai de que queria uma foto.

Imaginando que ela queria uma foto do Rufus, comecei a me afastar, quando ela disse que queria uma foto... COMIGO!!!

 

Fizemos a foto, ao lado do Rufus.

Deixei um adesivo do meu estúdio com eles, sendo que o pai publicou a nossa foto no Instagram.

A menininha, MARIA CLARA, ficará na minha história pessoal, como um símbolo da inocência da criança e uma prova do poder dos filmes e da imagem.




 

Depois disso, estrada até a cidade de Bonito, onde encontraríamos o resto do grupo.

Lá ficamos na “Pousada Águas de Bonito”. Um lugar bem bacana, com chalés com pé direito altíssimo. Nosso quarto, enorme, tinha cama de casal e duas camas de solteiro. Tudo muito confortável.

Logo recebemos o “kit da expedição”: camisetas da expedição (serviram para mim! Coisa rara!), adesivos, máscaras da organização, uma “apostila” com o resumo da expedição e dois recipientes com álcool em gel. Cuidados e proteção nunca são demais.





O Rufus recebeu os adesivos da expedição, do “Gaia”, “testeira” e o adesivo com o número “3”, nosso lugar no comboio.







Bom sinal, já que gosto do número “3”...

 

Organização é tudo...

 

Banho, um misto quente (não havíamos almoçado no caminho), descanso e, à noite, saímos para jantar com o grupo.


(foto Sueli Costa)



A cidade de Bonito é daquelas bem típicas das cidades de turismo: na “rua principal”, restaurantes, bares, lanchonetes, lojas. Tudo muito arrumado, limpo e convidativo.

Fomos a um restaurante, cuja especialidade eram os peixes pantaneiros: comemos, de entrada, iscas de jacaré e, como prato principal, piraputangas recheadas. Muito bom.

Um “sorvete assado” na sorveteria ao lado e, caminha.

 

No dia 28, fomos, em comboio, para a “Fazenda São Geraldo”, para a primeira verdadeira atividade da expedição: a flutuação no Rio Sucuri.

 

(Antes de falar da flutuação, um comentário.

Quando nos propomos a viajar “em comboio”, entendo que algumas regras devam ser seguidas. O comboio não deve se dispersar, já que alguém pode ter algum problema; a velocidade de deslocamento não pode ser maior que a permitida na via pela qual trafegamos; se temos um número no comboio - o meu era “3”, como já dito-, devemos respeitar essa ordem, quando trafegamos, facilitando assim a localização de todos os integrantes do comboio; todos devem ter radiocomunicador, que se presta a troca de informações entre os integrantes do comboio. Algumas conversas, um pouco de papo furado e algumas piadas são permitidas. Mas não devem ser excessivas, para não se perder a concentração.

E se não gostar das regras, por acha-las desnecessárias ou caso alguém se ache “superior”, sendo as regras somente para nós, os “inferiores”, que não viaje em grupos e/ou comboio.)

 

Em um primeiro momento, a tal da “flutuação” parece ser um programa meio bobo.

Você veste uma roupa de neoprene (apesar do calor ambiente, o rio é frio), um colete salva-vidas, máscara, snorkel e vai para o rio.

Será levado pela correnteza, olhando o que tem lá embaixo. Não se pode mergulhar. Não se usa nadadeiras, para não levantar areia do fundo do rio, nem danificar nada lá embaixo.

E vai.

E é bem legal!

A vida no rio é intensa. Peixinho e peixões nadam a seu lado, sem medo. Quase dá para fazer um carinho neles.

No fundo, formações de pedras, troncos, vegetação, tudo se movimentando no ritmo do rio.

São quase 2 quilômetros nessa brincadeira.





 















A seguir, almoço na fazenda.

Optamos por um peixe assado.

Bem gostoso.

 

Na volta, paramos em um pequeno supermercado, para comprar água para o deslocamento do dia seguinte.

 

A noite, jantar livre.

Optamos por um belo hamburguer, em um local simpático, com som ao vivo.

Depois, naninha.

 

Na manhã seguinte, cedinho, café da manhã e estrada.

O destino era a Serra da Bodoquena (por onde passou o “Rally dos Sertões” em 2018), para ver um mirante, ao lado de uma “reserva indígena” (não vi nenhum índio...).

 

E ao entrar na estrada de terra, uma “barbeiragem” minha.

Estava com os pneus calibrados para asfalto. Super cheios (38 libras) e, na primeira pedra, o pneu dianteiro esquerdo estourou. Rodei alguns metros com ele, até conseguir parar em local seguro e simplesmente DESTRUÍ o pneu.

O pessoal da organização e os demais viajantes ajudaram na troca do pneu. Na verdade, trocaram o pneu para mim, já que eu quase nada fiz... OBRIGADO, GENTE!!!

 

(Em uma parada, em uma borracharia na beira da estrada, consegui um pneu usado para colocar no estepe, por “módicos” R$ 350,00, pois não queria ficar sem estepe. Ao chegar em casa, comprei um pneu novo, que junto com o balanceamento de rodas e alinhamento de direção me custou R$ 1.983,00. O pneu de R$350,00 foi para o lixo. Lição aprendida: REDUZA A PRESSÃO DOS PNEUS AO ENTRAR NA TERRA!)




 

O destino final do dia foi Corumbá.

Belas paisagens e muito chão.

No caminho, paramos próximo a uma ponte.

Sob a ponte, um lago, simplesmente LOTADO de jacarés.

Não sei calcular quantos eram. Mas eram MUITOS.

Toca a fotografar os bichinhos.

Primeiro, de longe.

Depois, a coragem foi aumentando e fomos chegando perto.

No local, uns moradores, acostumados com os bichinhos, jogavam pedaços de carne para os animaizinhos, que chegavam cada ver mais perto.

Os mais corajosos chegaram a “acariciar” o “rabinho” dos bichos.

Preferi a distância.






 

No final do dia, chegamos a Corumbá.

Hotel Golden Fish, do grupo Candeias.

O calor estava simplesmente INFERNAL, o que parece ser o normal por lá.

Entramos no quarto e estava, acho, mais quente que lá fora. Com o ar condicionado no máximo, deitei diretamente sob ele, para poder descansar um pouco.

As paredes do quarto estavam quentes. Juro que não é exagero.

Jantamos no hotel mesmo, uma comidinha simples, nada chique, que serviu para matar a fome. Foi suficiente.

 

Na manhã seguinte, café e estrada, rumo a Fazenda San Francisco.

(Ficamos, ao longo da viagem, em duas “fazendas” que, na verdade, são “hotéis rurais”. Ambos muito bem arrumados e confortáveis.)

 

Lá, uma surpresa sensacional: tinha EMAS passeando junto ao nosso quarto!!!

São uns bichos meio “esquisitos”, grandes, parecendo avestruz. Mas, a sensação de ver esses bichos de pertinho é muito boa.





 

À noite, aventura total: SAFARI NOTURNO.

Pegamos um caminhão, da própria fazenda, com bancos e um toldo, e saímos pelos caminhos da fazenda.

Um guia, com um holofote, ia iluminando o caminho e nos mostrava os bichos noturnos.

Encontramos um coelhinho (que eu não vi...) um cervo e uma jaguatirica (ou gato do mato, não lembro direito).

Mas, lá pelas tantas, choveu.

Não foi uma chuvinha... foi chuva “de gente grande”!

Obviamente, o toldo do caminhão não foi suficiente.

Acabamos voltando mais cedo, encharcados, mas felizes pelos bichos avistado.



(este bicho não está preso. Isto é uma estrutura, como um "observatório", onde o bichinho se escondeu)



Na manha seguinte, passeio, ainda dentro da fazenda, em uma “chalana” (um barquinho de “dois andares”), que deu uma voltinha para vermos jacarés e aves. Alguns expedicionários se arriscaram na pescaria. Mas, com o tempo frio, não deu muita coisa.







Almoçamos na fazenda e, estrada. Agora rumo a “Fazenda Aguapé”, onde chegamos no fim de tarde. Jantar e dormir.

Aqui, um detalhe: estava frio! Isso não é comum por lá.

Eu não havia levado NENHUMA roupa de frio. “Imagine se faz frio no Mato Grosso”, disse eu. Fez.

Mas, nada que uma camiseta com uma camisa por cima não resolvesse.

Mas dormimos de cobertor.

 

Na manhã seguinte, passeio no rio em “voadeiras”, que são barcos, tipo “botes”, para umas 8/10 pessoas, com motor de popa.

Saímos para ver os bichos do rio. Entre eles, jacarés (claro... são onipresentes...), capivaras, aves. Mas o mais legal foi um macaco (macacA?) com o filhote nas costas. E ela pulou de uma árvore para outra! Infelizmente, a foto saiu fora de foco. Uma pena.




(o macaquinho pulando de uma arvore para outra com o filhote nas costas. A foto, infelizmente, saiu fora de foco. Mas, acreditem: ele pulou de arvore para outra...)


À tarde, depois do almoço, mais um “safari”.

Novamente saímos pelas estradas da fazenda, vendo jacarés (claro...), capivaras, um lobinho, emas, gaviões e cervos. Muito legal.

 

À noite, sabadão, programa especial no jantar: além de um ÓTIMO churrasco de picanha, apresentação de música sertaneja, com violão e acordeão.

Nos ficamos na música e parte do grupo saiu para outro safari noturno. E esse pessoal perdeu a MINHA interpretação de “Fio de Cabelo”. Sorte deles.

Logo após o jantar e antes do safari, “parabéns a você” para a SOPHIA, integrante do grupo, que viajava com o pai e completou seus 17 aninhos.

Ficou toda emocionada... Muito legal!







A "Pousada Aguapé" tem uma peculiaridade: os bichos, "selvagens", ficam a nossa volta, inclusive na hora das refeições. Araras, tucunos. papagaios, maritacas, lobinhos, tatus. Todos bem pertinho da gente.








E no dia seguinte, mais estrada, até Campo Grande, final da viagem.

No caminho, uma estradinha de terra para subir no mirante do Paxixi, de onde vemos um pedação enorme do pantanal.

Um lugar lindo, alto pacas, que nunca pensamos em existir no meio da “planura” que é o pantanal.







 

Em Campo Grande, o grupo já havia se dispersado um pouco, alguns tinha ido embora e outros tinha outros compromissos.

Mas, os que ainda ficaram, tiveram o último jantar com o grupo.

 

No domingo, para mim e para a Sueli, estrada até Presidente Prudente, onde ficamos no “Hotel JR”, um hotel “de negócios”, super gostoso e confortável.

E o interior é especial.

O hotel não tinha restaurante.

Mas, nos deram o cardápio de um restaurante próximo, onde pedimos uma pizza no jantar.

O hotel nos emprestou pratos e talheres, além de “emprestar” para o restaurante um refrigerante gelado, já que o deles estava sem gelo!

Sensacional!

 

E na segunda, mais estrada até em casa, onde chegamos no meio da tarde.

 

E esta foi a “Expedição Pantanal 2022”.

Claro que não dá para explicar e mostrar tudo.

Só estando lá para ver o que é o pantanal.

Tudo muito grande, muito amplo e muito bonito.

 

Considerações finais:

 

- Da para ir de veículo 4x2?

 

Talvez, na época da seca. Mas não aconselho, se for fazer os mesmos programas que fizemos.

Tem muita estrada asfaltada, boa. Mas, tem alguns longos trechos de terra que demandam um veículo ALTO, ainda que a tração, nesta nossa viagem, não tenha sido tão utilizada.

 

- Qual o preço de uma viagem dessas?

 

Bom, mesmo você indo com seu veículo, não é uma viagem barata.

Lembre-se que são vários hotéis (durante o percurso), várias refeições não incluídas no “pacote”, água, refrigerante, coisinhas para comer na estrada, sem contar o COMBUSTÍVEL.

Rodamos, saindo e voltando de Guarulhos, 3.451km, consumindo 384 litros de diesel, sendo que o Rufus fez uma média de 8,98km/l (lembro que tivemos longos trechos de terra, com o veículo em 4x4). Nosso gasto, somente de combustível, foi de R$ 2.593,00.

De pedágios, gastamos aproximadamente R$260,00, sendo este valor uma estimativa, pois somente lembramos de anotar os valores dos pedágios na volta.

Assim, sem contar o “pacote” da expedição, nosso gasto com combustível, pedágios, hotéis e “extras”, ficou em R$ 4.921,86.

 

- Jalapão ou Pantanal?

 

São coisas muito diferentes.

No Jalapão, andamos muito para ver “águas”: fervedouros e cachoeiras.

As distâncias são muito grandes, em geral por terra, nos obrigando a trafegar em velocidades mais altas, nos impedindo de apreciar (e fotografar) as belas paisagens.

No pantanal, as distâncias são um pouco menores, muito deslocamento por asfalto, facilitando olhar e fotografar tudo.

Além do que, a fauna é muito mais visível. E “fotografável”.

 

- Amazônia ou Pantanal?

 

Resposta “curta e grossa”: Amazônia para pescar; pantanal para fotografar.

 

E foi isso.

Nossos agradecimentos, meu e da Sueli, aos amigos “expedicionários” Neimar & Terezinha; Silvana & Patrícia; Fábio & Cristina; Fábio e Sophia, que muito colaboraram para a expedição ser um passeio alegre, divertido e feliz.

Nos encontraremos, de novo, nas estradas da vida.

 

E um agradecimento especial ao pessoal da “Gaia Expedições”, Marcelo, José Augusto e Haroldo (nosso fotógrafo oficial), pela atenção, cuidado e organização.

Voltaremos a viajar com vocês!

3 comentários:

  1. Espetacular! Qualquer dia quero ouvi-lo cantando "Fio de Cabelo"... Rsrsrsrs

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  2. Parabéns 👏👏👏 leitura gostosa e com várias dicas. Pantanal é uma aventura emocionante!

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