terça-feira, 4 de setembro de 2018

Quem foi pra Portugal, perdeu o "lugal"...




Tenho dois amigos que falam que querem morar em Portugal.

Um deles acredita que Portugal seria um lugar melhor e mais seguro, para criar os filhos adolescentes.

O outro, não sei bem porque quer ir para lá.

Ambos os amigos são pessoas cultas, instruídas, inteligentes, classe média alta.

Como eu, ambos são funcionários públicos. Trabalham muito e seriamente.

Lembrei de “Um ensaio sobre a cegueira”, do Saramago (um português...), e comecei a pensar em um “roteiro de ficção cientifica” para um livro ou um filme: o que aconteceria se, apocalipticamente, houvesse um êxodo no Brasil?

Não um êxodo qualquer.

Um “êxodo qualificado”.

Imagine, MCeQIL, se de um dia para outro, todos os funcionários públicos, de todas as esferas de poder, pedissem exoneração e deixassem o país.

E se junto com eles, deixassem o país os pequenos e médios empresários.

Os comerciantes.

E os professores.

E os pensadores, os cientistas, os pesquisadores, os médicos especialistas, os engenheiros, os desenvolvedores de software, todos, sem nenhum tipo de violência, sem nenhum tipo de revolta, repentinamente, cansados de tudo, fossem embora.

Todos eles, com o espírito derrotado, sem perspectivas, exaustos, iriam embora.

O que sobraria no Brasil? O que aconteceria aqui?

O meu roteiro ficcional exigiria que ficassem aqui, os pobres e os analfabetos.

Ficariam os menos favorecidos pela sorte, os incultos, os intelectualmente menos favorecidos.

Ficariam os aproveitadores.

Os militares.

Os criminosos.

Os “loucos de todo gênero”, como se dizia antigamente.

Os políticos, claro.

O que aconteceria então?

Ninguém morreria de fome”, dirão alguns, “já que não partiriam os trabalhadores rurais”.

Será?

A agricultura hoje é muito mais mecânica que humana
.
Ora”, dirão outros, “são só 'intelectuais'. Não farão falta. Tudo ficará bem”.

Será?

E quando as máquinas quebrarem, quando se precisar de médicos, de engenheiros, de juízes, promotores, advogados? De computadores que funcionem? E quando os celulares pararem de funcionar?

E os políticos?

Começariam a RESOLVER problemas ou terminariam de saquear o país?

Seria o caos ou tudo, com o tempo, entraria nos eixos?

E quais seriam esses "eixos"?

Em resumo: somos minimamente importantes na ordem geral dos fatos? Fazemos (ou faríamos...) alguma diferença?

Como terminaria o meu livro/filme?

Não vou deixar o Brasil.

Não porque sou patriota empedernido ou porque “amo de paixão” este país.

Acho que muito mais por preguiça que por qualquer outra coisa...

Não tenho mais idade e paciência para aprender outra língua, ou para me acostumar com sotaques diferentes, ou para assistir filmes sem legenda.

Depois, porque seria assumir a derrota. E eu não gosto de perder. Ou, pelo menos, não gosto de admitir que perdi...

Na verdade, por filosofia, sou separatista: quem quiser sair e fazer o seu próprio país, que o faça. Um país do tamanho do Brasil, com os políticos e governos que temos, não pode funcionar, como efetivamente, não funciona.

Não pretendo iniciar nenhuma revolução.

Aliás, espero que não ocorra nenhuma.

Mas tá difícil viver (sobreviver?) por aqui.

Vejo o museu em chamas e penso que jogamos nosso passado fora.

Ninguém tem o mínimo interesse em preservar a história.

Em verdade, nos últimos anos, ficou clara a intenção de se APAGAR a história...

Vou ficando por aqui.

Mas, MCeQIL, medite um pouco e faça o seu próprio roteiro de filme: o que acontecerá com este nosso paíseco?



ATENÇÃO: 
nenhum brasileiro foi maltratado para elaboração deste post.

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