Porque a morte dos jogadores da Chapecoense, dos repórteres e
da tripulação do avião nos tocou tanto?
Pensemos bem: a maioria de nós só conhecia a Chapecoense
porque, algum dia, o time jogou contra o nosso time do coração.
Muitos sequer conhecem a linda e Santa Catarina.
Eu conheço.
Tenho até um amigo que mora lá, em Pomerode.
Mas pouco ou nada sabia (sei?) de Chapecó e da Chapecoense.
MCeQIL, pense no seguinte: com certeza, no Brasil,
diariamente, morrem mais gente em acidentes de trânsito que os que morreram
naquele voo.
Com certeza, temos mais homicídios por dia, que o número de
mortos no voo.
E, talvez, tenhamos um número maior de suicídios que o
número de mortos daquele voo.
Mas nada disso nos choca tanto, quanto a queda do avião dos
jogadores da Chapecoense.
E porque é assim?
Não sei.
Mas vou chutar.
Quando pegamos um avião, nos colocamos inteiramente nas mãos
de terceiras pessoas.
Não conhecemos o piloto, o copiloto, o engenheiro, o
controlador de voo, o cara que aperta a porca que segura a rebimboca da
parafuseta do avião.
Mas contamos que, todas essas pessoas, mais um monte de
outras que cuidam daquele avião, fizeram tudo certinho e que, por isso,
chegaremos tranquilamente onde pretendemos ir.
Quando cai um avião, ficamos pensando: quem fez M?
De quem é a culpa?
Só temos certeza que a culpa NÃO É de nenhum passageiro.
E sempre pensamos: poderia ser comigo... poderia ser o avião
que eu vou pegar na minha próxima viagem...
Sou fatalista.
Acho que, quando chegar minha hora, chegou.
Pode ser numa queda de avião, numa batida de carro, “algum
punhal de amor traído” que “completará o meu destino” (como canta Belchior I, o
Sumido), ou em alguma cama de hospital mesmo.
Ando de carro com o cinto de segurança, procuro não passear
por lugares “perigosos” (seja lá como se possa definir isso...) e olho a cara
da coxinha do boteco antes de comer, pra ver se ela não se mexe.
Mas é só.
O que tiver de ser, será.
Ao pessoal de Chapecó, as famílias de todos que morreram um
sincero abraço.
Comecei a escrever este texto no sábado.
Acabei não conseguindo terminar e acabei não postando.
Na verdade, já tinha desistido de postá-lo pois, de sábado pra
cá, coisas aconteceram, vi outras coisas, ouvi outros assuntos.
Só sei que hoje, por coincidência, fui olhar os filmes que
eu tinha gravado da TV a cabo.
E entre eles estava “Boleiros”, filme de 1998, onde velhos
jogadores contam velhas historias de futebol.
E lá pelas tantas, um daqueles velhos jogadores menciona o MARIO SÉRGIO.
Hoje em dia, só acredito naquilo que pode ser visto, ou ouvido,
ou medido, ou pesado.
Ou em coisas invisíveis, mas cientificamente provadas.
Mas achei que tinha que publicar este texto.
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