Não sei se você se lembra, meu caro
e quase inexistente leitor, mas houve um período na historia da humanidade, lá
perto da pré-história, em que não existiam TELEFONES CELULARES!!!
Acredite ou não, esse tempo existiu.
Naquela época, se você precisasse de
uma carona, por exemplo, você diria para alguém: “estarei no local tal. Quando
você acabar o que estiver fazendo, me pega lá”.
Ou algo assim.
Ou seja: você precisava combinar as
coisas ANTES de sair de casa, já que você não estaria em contato com o seu “caroneiro”.
Nada complicado.
ERA SÓ COMBINAR ANTES!!!
Aí, o homem inventou a bomba atômica.
Depois, chegou na lua.
Depois, inventou o bolo de caneca em
pacotinho.
E criou o CELULAR.
E o celular ficou mais poderoso e,
ao mesmo tempo, mais barato.
Qualquer um tem um celuleba hoje em
dia.
E com isso, criou-se uma nova era na
historia da humanidade.
Ninguém mais combina nada ANTES.
Tudo é combinado na hora, on line,
no susto, de imediato.
Porque todo mundo pode ser alcançado
a qualquer momento, em (quase) todo lugar.
Mas, meu caro e quase inexistente
leitor, se o celular hoje tem uma memória poderosa (seja sincero: você sabe “decór”
– como se escreve isso?* - todos os telefones da família?) a memória do ser
humano continua a mesma.
Aquela memoriazinha de sempre,
levezinha, sujeita a esquecimentos.
E o pior esquecimento possível, hoje
em dia, é justamente ESQUECER O CELULAR!!!
É só você esquecer o tal aparelhinho
em casa, que TODO MUNDO passa a querer conversar com você.
Gente que nunca ligou para você,
naquele momento de esquecimento, liga.
Se você ganhou uma rifa, vão ligar
para você no memento em que você NÃO ESTÁ com o celular.
Se pegar fogo na sua casa...
adivinha?
Pois bem.
Outro dia, eu tinha que sair de
casa, para ir ao supermercado, para – acreditem – ampliar umas fotos.
Faço isso sempre no mesmo super, já que
conheço a mocinha que atende e conheço o resultado que aquela ampliadora me dá.
Como a Su ia sair também, achamos um
absurdo sair com os dois carros.
Fomos com o carro dela, ela me
deixou na porta do super e foi fazer o que tinha que fazer.
E NÃO COMBINAMOS A VOLTA.
Afinal, estávamos, ambos, com o
celuleba, não?
Não.
Eu, como não peguei a chave do meu
carro, e como isso é um ato reflexo e automático, também não peguei o meu
celular...
Estava, pois, nú: com lenço, com
documentos e sem celular.
E só me dei conta disso, obviamente,
depois que ela tinha ido embora.
Pois bem.
Fiz minhas fotos.
E voltei para o lugar onde ela tinha
me deixado, na PORTA do super, pois, na minha mente de homem, tão logo
ela tentasse ligar para mim e não conseguisse, iria voltar ao local onde tinha
me deixado. A p... da porta do supermercado.
Como esperado ela tentou ligar.
O Mateus tentou ligar.
A Marina tentou ligar.
Foram 34.455.475.903 ligações
perdidas.
E ela então, voltou ao super para me
procurar.
Mas, por essas coisas que só
acontecem quando você esquece o celuleba em casa, no exato momento em que eu
descia por uma escada, ela entrou no estacionamento do super.
E não nos vimos.
Assim, fiquei EU na porta e ELA
no estacionamento do super.
Eu não me mexi, esperando que ela
passasse para me pegar.
E ela, o Mateus e a Marina entraram
no super a minha procura.
Eu, obviamente, não estava no setor
de fotos.
Não estava fazendo compras.
Não havia sido socorrido em razão de
algum mal súbito...
E NINGUÉM PENSOU EM ME PROCURAR NA P....
PORTA DO SUPER!!!
Bom, resumindo a guerra, depois de
me mandar anunciar nos alto-falantes do super, acabou ela por entrar em pânico (Assalto?
Ataque do coração? Ato terrorista? Atropelamento? Apocalipse zumbi?) e, aí, pensou
em olhar na p.... da porta do super, onde eu estava, passando frio.
Obviamente, apanhei.
Tudo por causa desse aparelho
infernal que é o celular.
O qual eu nunca mais esqueci.
Tá loco...
* Fui pesquisar: o certo seria "de cor" (falando-se "de cÓr).
O "cor" aqui é latim, significando "coração", mas no sentido de "sentimento".
Algo como "sei, de coração, que a Dilma é inocente!".
Mesmo sem provas, o cara acredita...
Com o tempo, "saber de cor" passou a significar "saber em uma determinada ordem", ou seja, quem sabe a tabuada "de cor", sabe somente na ordem.
Daí surge a expressão "de cor e salteado": é saber mesmo, independentemente da ordem. Ou seja, na ordem ou "salteado", fora de ordem.
É isso.
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