Meu caro e quase inexistente leitor: você não tem a
sensação, de vez em quando, de que você não pertence a este mundo?
Ou, ao contrário, você não tem a sensação de que SÓ VOCÊ pertence
a este mundo? Todo o resto é um bando de ET´s descabeçados?
É interessante como às vezes, eu me pego falando em alto e bom
português, mas, mesmo assim, tenho a sensação de que não sou entendido.
Preciso repetir as coisas, vezes sem fim, de várias maneiras
diferentes, até ser entendido.
Outro dia fui fazer umas compras.
Entrei na loja, escolhi o que queria, perguntei o preço e mandei
embrulhar.
Na hora de pagar, puxei o cartão de crédito.
A mocinha, “assustada”, disse que estava sem internet.
Precisava da internet para fazer a cobrança em cartão.
Pegou, então, uma outra maquininha de cartão, ligada
diretamente no telefone.
E disse que não ia ser possível fazer a cobrança, já que
aquela outra maquininha, que não precisa de internet para funcionar, não estava
funcionando.
Peguei o talão de cheques (o valor da compra era
relativamente alto) e ela disse que não aceitavam cheques.
E eu fiquei ali, com cara de mané, olhando para a pasmada da
vendedora, sem saber o que fazer.
Obviamente, fui embora sem comprar o que tinha que comprar.
Fiquei imaginando como aquela loja poderia sobreviver...
Entendeu?
Pois é.
Nem eu.
Liguei para o “serviço”,
a fim de tirar uma dúvida. Coisa simples. Apenas uma questão de logística.
O anta que me atendeu, primeiro não entendeu o que eu
perguntava; depois foi buscar a resposta com outra pessoa; por fim, me deu uma
resposta que não batia com a pergunta...
Foi mais ou menos como se eu perguntasse as horas e o cara
respondesse: “ácido acetil salicílico”.
Entendeu?
Pois é.
Nem eu.
Aí, fui até o shopping, hoje.
Passei na farmácia e comprei uns remédios.
Um deles teria um “desconto do fabricante”.
Ao passar pelo caixa, descobri que com o tal desconto, o
remédio ficaria mais caro que SEM o desconto do fabricante.
Entendeu?
Pois é.
Nem eu.
Pra completar, parei em um quiosque, daqueles que você tem
que pagar antes de comer, pedi um café com leite e um folhado de queijo.
A mocinha bateu em umas teclas da registradora, e deu o
preço: R$ 5,50.
Paguei e sentei em uma mesa, esperando o pedido.
Dali a pouco, outra moça trouxe o café.
E mais nada.
Perguntei pelo salgado, e a pasmada do caixa disse,
simplesmente, que não tinha cobrado.
Olhei para ela, sem entender nada, pois eu TINHA PEDIDO o
tal do salgado.
E ela ficou me olhando, como se eu não tivesse pedido um prosaico
folhado de queijo, como aqueles que estavam na estufa ao lado do caixa, mas sim
um foguete Saturno 5, totalmente preparado e abastecido para um vôo até a lua.
Depois de constrangedores segundos, durante os quais eu devo
ter demonstrado, no meu rosto, minha total perplexidade pelo absurdo da situação, ela
serviu o tal folhado e disse que eu poderia pagar depois de comê-lo.
Comi, bebi e, quando fui ate o caixa pagar o salgado, ela
olhou para mim e perguntou, gentilmente, o que eu queria...
Entendeu?
Pois é.
Nem eu.
Realmente, às vezes eu acho que não sou deste mundo.
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