MAUCO BELEZA

Como as coisas são.

Quem me conhece como você conhece, meu caro e quase inexistente leitor, sabe que eu não acredito muito que “existem mais mistérios entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”.

Acredito em ET´s e discos voadores, apesar de achar que eles não teriam muita coisa pra fazer por aqui.

E acho que tem muita coisa ainda sem explicação, nesse nosso mundinho azul.

Mas às vezes, juro que eu fico meio espantado.

Hoje, por exemplo.

Tive um dia horroroso.

Um MONTE de processos chatos e de solução difícil.

E para cada um que eu me livrava, outro pior aparecia.

E eu fui tocando, fui fazendo, um por um.

A cada bobagem que eu lia, ficava cada vez mais irritado.

E a bobagem seguinte era ainda pior.

Mas, obsessivamente, ataquei aquilo furiosamente!

Só sei que, quando acabei, estava nervoso, alterado, agitado... Não conseguia relaxar.

Liguei a tv e não conseguia me fixar em nada.

Fiquei zapeando loucamente.

Até que, fuçando as coisas que tinha gravado, achei o documentário “Raul Seixas: o Início, o Fim e o Meio” (2012, Dir. Walter Carvalho).

Comecei a assistir meio sem querer, meio que só pra matar o tempo.

E ainda bem que assisti.

MUUUUITO LEGAL!!!

E foi exatamente o que precisava para a minha “neura” de hoje.

Foi o filminho certo, para o dia certo.

Haverá algo de “outro mundo” nisso?

Só sei que fiquei pensando e não me lembrei de acompanhar a carreira do Raul quando ele estava vivo.

Acho que, na época, andava muito ocupado com qualquer outra coisa.

Mas, vendo o documentário, vi que o cara era, realmente bom.

Agora, em retrospecto, vi que ele conseguiu escrever e cantar músicas que, se os censores tivessem algo como 3 neurônios, nunca poderiam ter sido liberadas.

Mas foram.

Ao contrário das músicas dele, todas meio “de protesto” ou meio “down”, o cara viveu muito, amou muito, se divertiu muito.

Mas bebeu e cheirou demais também.

E o cara já ficou pra história.

Imagine, meu caro e quase inexistente leitor, que ele “criou” uma gíria que, até hoje, mais de 20 anos após sua morte, continua sedo usada e não tem nada que possa substituir: “MALUCO BELEZA”.

Rapaz, é sensacional!!!

É a gíria definitiva!!!

Quem de nós não conhece ou conheceu, durante a vida, algum “Maluco Beleza”?

Um cara de bom coração, simpático, que anda com roupas esquisitas, “do bem”, que a gente não sabe muito bem o que faz da vida, mas que sempre tá feliz?

O “Maluco Beleza” é a sublimação do “bicho grilo”, entendeu?

O tal do documentário mostrou que, não adianta querer “ser prefeito”.

Nem mesmo quero ser uma “metamorfose ambulante”.

Mas nada como uma visita a uma “sociedade alternativa”, de vem em quando, pra colocar as coisas em perspectiva.

Minha ação, profissionalmente falando, vai ser a da “mosca na sopa”: vou “abusar” todo mundo!!!

Vai um“A Maçã” aí?