Cantava a minha musa pessoal SIMONE, lá
pelos idos da década de 80-e-eu-era-criancinha:
“Só
uma coisa me entristece
O
beijo de amor que não roubei
A
jura secreta que não fiz
A
briga de amor que não causei...”
Cantava a baiana, sobre o arrependimento
amoroso, sobre o que deveria ter feito para e pelo seu amor e não fez.
E eu quero falar sobre o “arrependimento fotográfico”.
Quero falar sobre a foto que não tirei.
Não sei se acontece com você, caro e quase
inexistente leitor.
Mas eu, mesmo quando não tenho minha máquina
fotográfica à mão, estou sempre olhando o mundo com um “olhar fotográfico”. Estou sempre procurando motivos para uma foto,
uma ângulo inusitado, uma luz diferente.
E não é incomum eu falar para quem está a
meu lado: “Isto daria uma foto legal!”.
Normalmente, não tiro essa foto, porque não
estou com a máquina perto.
Às vezes, não tiro a foto, porque, apesar
de estar com a máquina, não consigo parar o carro (por exemplo) para tirar a
foto.
Mas (e é aqui que eu queria chegar), as
vezes não tiro a foto por pura VERGONHA...
Explico com um exemplo, de uma coisa que me
aconteceu ONTEM.
Estou de férias, aqui na minha Campos do
Jordão.
Assim, passo muito tempo com minha máquina
na mão.
E ontem, saí para uma prosaica ida ao
mercado para comprar detergente.
No caminho, o trânsito parou por alguns segundos.
E, em uma “pracinha” que tem por aqui, surgiu a oportunidade de uma foto
maravilhosa.
A tal “pracinha”
tem alguns equipamentos de ginástica.
E em uma barra horizontal, uma mulher se
exercitava.
Eu só a vi de costas, não podendo dizer
qual era a sua idade.
Pelos movimentos que realizava, não era uma
“senhora de idade”.
Mas, não sei dizer se era uma “menina”, uma “moça” ou uma “mulher”.
Só sei que, enquanto eu estava parado, ela
alçou o corpo sobre a barra, ali se equibrando, colocando toda a parte superior
do corpo acima da barra.
E como estava vestida com uma roupa de ginástica
de um vermelho vivo, mais o contraste com o verde da pracinha, com os trilhos
do trenzinho ao fundo, a luz do sol de montanha vindo de lado, a cena ficou linda!
Mas o trânsito andou.
Não deu tempo nem de pensar em pegar a máquina.
Havia, mais a frente, um local onde eu
poderia ter parado o carro.
Mas não deu coragem.
Já pensou eu parando o carro, pegando a máquina,
voltando para a tal pracinha e pedindo para a menina/moça/mulher para repetir o
movimento, para que eu a fotografasse?
Mesmo explicando minhas intenções, mesmo
esclarecendo que eu sou só um fotógrafo amador a procura de uma boa foto, de duas
uma: ou ela chamaria a polícia, me chamando de tarado ou, mais prática, me
daria um tabefe ali mesmo...
Dirão alguns: “Tá, mas talvez ela ficasse orgulhosa de seu interesse e permitisse a
foto”.
E isso, nunca saberemos.
“Só
uma coisa me entristece...”
(EM RAZÃO DA MINHA COVARDIA EM TIRAR A FOTO,
ESTE POST NÃO SERÁ ILUSTRADO COM NENHUMA IMAGEM)
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