quarta-feira, 25 de maio de 2011

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE GENTE DIFERENCIADA.




Estou sem luz em casa.
Estão mudando um poste aqui na frente e cortaram a luz da rua.

Mas - viva! – em tempos de alta tecnologia, consigo acessar a internet com o meu netbook, mais um modem 3G. Menos mal.

Mas, em verdade, quero falar de outra coisa.
Ainda estou com a pulga atrás da orelha com a história do metrô em Higienópolis e a tal da “gente diferenciada”.
Sei que já faz algum tempo, sei que os jornais já esqueceram da história, mas ela ainda está na minha cabeça.

Acho que ninguém tem dúvidas de que a “pessoa não diferenciada” que usou a expressão “gente diferenciada” pisou, violentamente, no tomatinho.

Primeiro, porque não querer uma estação do metrô na esquina de casa beira a insânia.
Já pensou, eu aqui em Guarulhos, pegar o metro ali na esquina e ir bater no centrão de Sampa? Seria o máximo!

Mas a “madama” (parece que foi uma senhora quem reclamou...) não quer.

Só sei que fiquei pensando: de onde ELA veio, para não se achar tão “diferenciada” quanto o resto da população brasileira?

Pense bem, meu caro e quase inexistente leitor.
Tirando o Cabral, que era um almirante (seja lá o que significasse isso nos idos de 1500), o resto da portuguesada que veio pro Brasil (sim, sou TAMBÉM descente dos portugas!!!), ou era “degredado” e bandido, ou era nobre falido!

Os negros, capturados e escravizados por seus pares na África, foram os únicos que vieram obrigados, sem querer vir.

Os italianos (sim, TAMBÉM sou descendente de italianos!!!) e alemães eram pobres sem terra em seus países, e vieram para cá em busca de um mundo melhor.

Os japoneses, da mesma forma, vieram em busca de terras para viver.

Fora os árabes (fugindo das guerras), os chineses, os coreanos,  bolivianos e todos os outros povos que habitam nossas plagas. Todos tiveram que sair de seus países, provavelmente com uma mão na frente e outra atrás, para tentar viver por aqui.

Somos todos, caro e quase inexistente leitor, descendentes de gente pobre, provavelmente analfabetos, sem posses. Eram todos eles, "gente diferenciada".
Seu único bem era sua força de trabalho.

E, quer se queira ou não, foi essa gente que fez este país.
Ainda cheio de mazelas, cheio de coisas erradas, mas é onde vivemos.

Assim, querer afastar de sua vizinhança a “gente diferenciada” é, na verdade, negar sua origem.

Ei Madama: ao invés de jogar o lixo pra debaixo do tapete, porque não pensa em fazer alguma coisa por quem tem menos que você? Porque não ajuda no combate às drogas? Porque não trabalha pelo bem dos feios e desdentados?

Diminuir as diferenças, Madama, é prova de grandeza.

Negar transporte a quem limpa a sua casa, é absurdo.

Madama: antes que eu me esqueça, VÁ CATAR COQUINHO!

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