segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Um pouco do "Rali dos Sertões 2024"

 



Rali dos Sertões

 

Acompanhar o maior rali das américas e um dos maiores do mundo. Quem quer?

Dias de sol, calor, poeira, acordar cedo, não comer muito bem, dirigir quilômetros e quilômetros.

Ainda quer?

 

SIM!!!!

Eu quero!!!

E fui.

 

Pela primeira vez, consegui acertar minhas coisas e fui. Não para CORRER o rali, mas para ACOMPANHAR o rali.

E de carro novo, a picape Nissan Frontier, que batizei como “Babe Blues” (longa história para esse nome).





A ideia é acompanhar o percurso dos corredores, as vezes usando as mesmas estradas deles. Íamos mais cedo que a largada, parávamos em algum ponto estratégico e esperávamos os caras passarem.

 

Vamos por partes, desde já esclarecendo que não farei um relato detalhado, dia a dia. Será mais um acumulado das minhas impressões.

 

Este ano, o Rali começou em Brasília, terminando lá também.

Para mim, que moro em São Paulo, foi ótimo. Fui até Uberlândia, dormi lá e, no dia seguinte, cheguei em Brasília. Na volta, quase o mesmo caminho, com a diferença que dormi em Uberaba.

Primeiro, um elogio: há uns 15 anos, tinha ido até Brasília de carro. As estradas eram muito ruins, todas de pista simples, esburacadas, lotadas de caminhões.

Agora, estão todas duplicadas, relativamente bem conservadas e com mais algumas obras pelo caminho. Viagem tranquilinha.

No dia da chegada, jantar com o pessoal do grupo, para nos conhecermos.

No primeiro dia em Brasília, foi o momento de adesivar os veículos do meu grupo. A organização do rali exige uma adesivação específica, para facilitar a identificação dos veículos que estavam na categoria “Expedição” e tinham direito a entrar na “Vila Sertões”.

A tal “vila” foi montada no estacionamento do estádio “Mané Garrincha”. ENORME!!!

(file:///C:/Users/malva/AppData/Local/Microsoft/Windows/INetCache/IE/7PE58HCF/VilaSertoes2024[1].pdf)

 

Nesse local, as equipes preparavam os carros, tinham suas barracas, trailers, caminhões e sei lá mais o que. É um ambiente sensacional, para quem gosta de carros e velocidade.





Alguns carros são verdadeiras obras de arte. Exalam potência!!! Lindos!!!

Rolou assistir ao “briefing” e entrevistas com pilotos e com nós mesmos, das equipes de “Expedição”.








E o mais legal: todas as pessoas foram muito gentis, simpáticas e receptivas. Você chega ao lado de uma dessas “oficinas” e o pessoal, gentilmente, até para o que está fazendo para fotografarmos!!!

Conversei com mecânicos, pilotos e navegadores. Não me senti “rejeitado” por nenhum deles. Todos me atenderam gentilmente.






Fiquei pensando... em uma “corrida”, em circuito, onde um piloto compete contra outro, os nervos ficam a flor da pele. Os carros têm que ser “afinados” até o último momento. Não dá para pilotos e mecânicos serem gentis com nós, meros curiosos.

No rali, cada um compete contra si mesmo! Cada carro larga com a diferença de um ou dois minutos entre eles. É preciso conseguir o melhor tempo, a maior velocidade, sem destruir o carro. Raramente alguém ultrapassa alguém, já que “carro avistado é carro ultrapassado” (norma dos ralis), ou seja, quando um carro encosta no outro, o da frente deve dar passagem. Tem até um aparelhinho que sinaliza isso.

Talvez seja esta a diferença entre as competições e entre o humor do pessoal.

Sei lá.

Uma historinha que achei divertida. Na “vila” montada na cidade de Luís Eduardo Magalhães/BA, a noitinha, enquanto eu andava olhando tudo, em um trailer, um cozinheiro preparava o jantar.

Cheguei perto e perguntei, brincando, o que “iríamos” comer. Ele disse o menu (não me recordo qual era) e ME CONVIDOU PARA JANTAR COM ELES!!!

Ri muito, agradeci, mas não jantei com eles. Não poderia atrapalhar a intimidade da equipe. Mas fiquei contente de ter sido convidado.

E este foi o nível da gentileza que encontrei.

No primeiro dia, a competição em circuito fechado, montado ao lado da “vila”. Cheio de poeira, onde se iria decidir a ordem de largada dos pilotos mais bem ranqueados. Na verdade, é uma “largada promocional”, que permite àqueles que não vão acompanhar o rali, terem um gostinho da competição, assistindo a prova das arquibancadas montadas ali.




Ficamos em um local coberto, com comidinhas e bebidinhas. Muito papo, muita risada e um pouquinho de ansiedade pelo começo “real” da competição.

 

No dia seguinte, teríamos estrada até o local onde ficaríamos. Só sei que iriamos acordar de madrugada, lá pelas 3:00hs, para chegar até um local onde ficaríamos esperando os veículos. Mas, frustração: quando o despertador tocou, uma mensagem no grupo de “zap” do pessoal da organização. A etapa havia sido CANCELADA!!!

Uma ponte havia sido “desmontada”, não existindo outro caminho por ali. Obviamente, alguém não queria o rali passando por aquele local. Uma bobagem.

 

Bom, restou voltar a dormir e tomar um belíssimo café da manhã, no belíssimo hotel que estávamos.

Para matar o tempo, demos uma voltinha no “Parque Nacional Grande Sertões Veredas”. Bem bonitinho. Com direito a cafezinho feito pelo guia e, para quem teve coragem, pulo no rio que nasce ali.





Mas, chegou o primeiro momento de competição, em uma cidade chamada Chapada Gaúcha.

Ficamos em uma reta. Os carros, lá longe, faziam uma curva a esquerda e “metiam o pé” na retona. Passavam pela gente em altíssima velocidade. E ali tinha um “degrau”. Alguns carros e motos “decolaram”, rendendo boas fotos.

Eu, metido a fotógrafo, achava que sabia tudo. Depois da passagem do primeiro carro, tive que modificar toda a configuração da minha câmera. A velocidade dos carros exigia alta velocidade do obturador também.

Montada uma barraquinha, entre um carro e outro, uns petiscos e umas bebidinhas (não alcoólicas).








Chegando em Luís Eduardo Magalhães/BA, acabei surpreendido. A cidade é bem grande e bem estruturada. O hotel era bom, ainda que relativamente simples (fiquei no 3º andar, sem elevador... sacanagem com o velhinho aqui...).

 

A “vila” lá estava montada. Também bem grande. Tinha até uma praça de alimentação, com vários “food trucks”.

 

No dia seguinte, mais competição.

Ficamos em uma fazenda, que inclusive nos cedeu um local, um quiosque, com sombra. Chique pacas.




Os carros vinham em uma reta, rasgando. Curva a esquerda, retinha, curva a direita e outra curva a direita. Reta e toca acelerar, levantando poeira.

Para quem gosta desse tipo de competição, é muito legal ver o carro fazendo a curva “ao contrário” (se a curva é para esquerda, o piloto dá um golpe na direção para a direita e, em seguida, para a esquerda, fazendo o carro escorregar para o lado certo da curva), derrapando as rodas traseiras para entrar mais rápido na reta depois da curva.






 

No último dia de prova (para nós), outra reta longa, com uma curva aberta a esquerda. Fomos para lá de madrugada, fazendo um café da manhã comunitário, até a hora da largada.

O local até que era legal, mas não havia como fugir da poeira. Nos espalhamos pelo espaço, aguardando os carros.

Só sei que, lá pelas tantas, uma picape passa por mim e some na curva. Em seguida, barulhos de metal. A picape tinha capotado, ficando de cabeça para baixo.

O pessoal do grupo que estava mais perto, correu e ajudou o piloto e o navegador a saírem do carro. Ao mesmo tempo, outros foram para a reta, acenando para os carros que vinham, avisando-os do perigo.

Quero acreditar que o grupo ajudou para que o acidente não fosse ainda mais grave.

Após, um outro carro da equipe desvirou a picape que, ao final da prova, voltou andando. E, acreditem: largou no dia seguinte!!!






 

Almoço no restaurante de “Mainha”. Uma baiana muito engraçada e feliz. Comida gostosa, em um lugar muito lindo, com um rio de águas muito limpas.






Já estávamos começando a voltar para Brasília e fomos para o Parque da Terra Ronca (acho que o nome era isso), para pernoitar em uma pousadinha.

E aí a coisa pegou.

Claro que não é culpa de ninguém. Mas, que pousada ruim!!!

Tudo meio “largado”, meio improvisado. Para ter uma ideia, pedi uma garrafa de água para um dos “funcionários”. A resposta: “não tem água em garrafa. Bebe da pia...”. Antes de eu perder as estribeiras, o Leli, da organização, apareceu com uma garrafa de água.

No jantar, pizzas pedidas para uma moradora das imediações. Não foi a pior pizza que já comi na vida (esse título fica para uma pizza de Capitólio/MG. Mas isso é outra história) mas, estava longe de ser a melhor. Muuuuuito longe.

Não vou comentar mais nada. Só sugiro que NÃO parem por lá.

 

Fomos visitar um “cavernão”, bem bacana.





Depois, muita estrada, de terra e de asfalto, até voltarmos para Brasília.

E lá, subimos a rampa, ganhamos medalha de participação.




(As duas últimas fotos de Haroldo Nogueira de Sá Júnior)


A noite, jantar com o grupo e no dia seguinte, toca voltar para casa.

 

Foi mais ou menos isso.

Devo ter confundido alguma coisa, mas o resumo é esse.

 

O que mais dizer?

Foi bom. Foi divertido. Foi cansativo.

E deu uma tremenda vontade de voltar ano que vem.

Ao pessoal que estava no grupo, um imenso abraço.

Ao pessoal da “Gaia Expedições”, além de um imenso abraço, meu obrigado pela organização e pelo trabalho realizado.

 

Vamos aguardar o roteiro do ano que vem.

Quem sabe dá para ir novamente.



E este é o trajeto feito, em mapa gerado pelo meu Spot X.

Foram mais de 4.000km de pura diversão!!!

 

terça-feira, 7 de novembro de 2023

 

“Mas, por que o Egito?”

 

O Egito é um daqueles lugares que estão sempre na nossa imaginação.

Quem nunca quis ir ver uma pirâmide?

Quem nunca quis ir ver uma múmia? Ver o deserto, os camelos, a esfinge?

 

Para nós, que temos abundância em rios e águas, é difícil imaginar um país que tem tão somente UM ÚNICO RIO...!!!

 

Mas, vamos por “capítulos”.

 

Não dá para ir para o Egito sozinhos (eu pelo menos acho isso).

Língua diferente, costumes diferentes, logística maluca.

Assim, procuramos uma empresa “especializada em Egito”, que nos prometia tranquilidade e exclusividade no atendimento.

Mas, não foi bem assim...

Não foi também um “terror”. Mas faltou um pouco de agilidade, transparência e honestidade.

Na verdade, tenho alguma dúvida se o problema foi da empresa do BRASIL ou da contratada deles no EGITO.

De toda forma, contratei a empresa daqui.

Que se virem para me atender bem LÁ.

 

Continuando.

O “pré-viagem” já é um “parto”.

Além de estarmos indo para um país diferente, de calor absurdo, temos a questão da religião e dos costumes, que exigem, especialmente das mulheres, um cuidado extra.

Fomos eu, a Sueli, o Sergio, meu irmão, e a Janne, namorada dele.

A viagem em si, já é uma aventura: 12 horas de voo até Istambul e mais umas duas horas e meia até o Cairo.

Fomos de Turkish Airlines, que tinha o melhor custo-benefício.

Sendo eu já do grupo dos velhinhos, optamos pela “businnes class”. Sim, é uma grana...

Mas, não se viaja para o Egito todo dia.

 

Logo de saída, aqui em Guarulhos, avião atrasado uma hora.

Depois do embarque, mais uma hora (mais ou menos) com o avião parado, por causa da chuva.

O avião é chique.

Você escolhe, no cardápio, o que quer comer.

Para quem gosta, vinhos.

Além de água, refri, sucos, café e chá.

Mas, com nem tudo são flores, na TVzinha, somente filme dublado em português. Nenhum com legenda em português. Não suporto filme dublado.

Ainda assim, assisti a uma imensa bobagem chamada “Avatar II” (ou algo assim). Que dublado em português deve ter ainda ficado pior que o original em inglês.

Depois, naninha. Deitadão (ou quase, pois sou claustrofóbico e tive que deixar a “cama” um pouquinho levantada para não ficar sufocado. Todo mundo tem sua porção “maluco”) até consegui dar umas cochiladas.

Depois de 12 horas de voo, aeroporto de Istambul. A conexão para o Cairo deveria ser de 5 horas. Levou 10 horas.

Para nossa sorte, o lounge (antiga “sala vip”) da Turkish é bem legal. Comidas e bebidas a vontade. Mas, dez horas lá foi complicado.

Novo voo e desembarcamos no Cairo.

E aí a coisa começa a ficar interessante.

Como era de se esperar, o aeroporto é uma zona.

Logo na chegada, um “guardinha” veio pedir o comprovante de vacinação de febre amarela. Só para os brasileiros. Tínhamos, claro.

Paramos em um balcãozinho para preencher um formulário. Tudo ok.

Nosso guia foi nos encontrar dentro do aeroporto, ainda na área interna. De algum modo (não sei e não quero saber...) ele veio com as etiquetas do visto e ele mesmo colou em nossos passaportes!

“Polícia Federal” (ou equivalente) para que, se o guia faz o mesmo serviço?

 

Enfim, entramos na van e toca ir para o hotel.

Nós quatro, pregados e o guia, o engraçadíssimo Ahmed, animadão. Ele era simpaticíssimo, falava um “portunhol” bem passável. E quando descobriu que a Su era professora, só falava com ela chamando de “professora”.

(E quando descobriu que o Sérgio gostava de uma cervejinha - entre outras coisas - passou a chama-lo de "picador" - "pecador"... muito engraçado!!!)

Ele mesmo se dizia “um gato” e dava engraçadíssimos “meows” (em bom português, “miau”...). Assim mesmo, com sotaque gringo.

Nós querendo chegar no hotel e ele, todo gentil, parou no meio do trânsito (isso vai render um capítulo à parte... credo...) para nos comprar uns sanduiches, a título de boas-vindas. Um de frango, um de carne e outro de ... batata frita. Isso. Sanduba, no pão árabe, de batata frita.

Para não sermos ingratos, demos algumas mordidas e, reconheço, o de frango estava bem gostosinho.

No hotel, feito o check in, ainda deu tempo de pegar o café da manhã (teremos um capítulo sobre comidas também). Depois uma dormidinha.

O atraso em Istambul deu uma bagunçada na programação do guia.

Passeios foram remarcados.

Mas a noite, com o Ahmed, fomos a um barco, para um fake-jantar-típico, navegando no Rio Nilo.

Comida “internacional”, um show de dança do ventre, um dervixe rodando que nem maluco. As meninas até se animaram a dar uma “balançada no esqueleto”.






E vamos dormir, pois a coisa ia pegar.

 

1º dia:

 

Depois do café da manhã, pegamos a van para ir para as pirâmides de Ghizé (Sim... tem outras em outros lugares...).

Mais uma pausa, para falar desse café da manhã em especial.

O hotel estava bem cheio. E acho que todas as empresas pegam todo mundo meio que no mesmo horário.

Assim, disputamos com uns orientais (Chineses? Coreanos? Japoneses?), quase que a tapa, um espacinho para pegar pães e outras coisas.

Foi punk.

Mas, deu tudo certo.

Aliás, o café em si é meio “esquisito”.

Nesse hotel, o “Gran Nile Tower”, tínhamos pães, doces e salgados (não, esqueça o nosso bom e velho pão francês...), um balcão para pedir omeletes (não, nem pensar em uma tapioca...) e, aí, começam as coisas meio estranhas.

Tinha sushi, feijão, arroz, saladas, aquelas pastinhas árabes e sei lá mais o que.

Não, não tinha pão de queijo.

E, como estávamos no mundo árabe, muçulmano, nem pensar em um baconzinho, para acompanhar o ovo mexido. Não tem porco por lá. Então, sem bacon, sem presunto, sem linguiça...

Mas, vamos para a estrada. Pelos filmes, temos a impressão de que as pirâmides estão no meio do deserto, cercadas de dunas de areia.

Que nada... as pirâmides estão quase DENTRO da cidade do Cairo!!!

Se é demorado para chegar, é por causa do TRÂNSITO!

Enfim, aquilo é muito louco.

As pirâmides de Queops, Quefren e Mikerinos, aquelas “tradicionais”, são muito grandes!

Mas muito grandes MESMO!

Junto a pirâmide de Queops, a esfinge. Lindona.

A gente fica imaginando como fizeram aquilo, sem ajuda dos ET´s. Se é que não tiveram ajuda...







 Depois, a MEU pedido, fomos ver a pirâmide de Sakara.

Aqui, cabe algumas explicações.

Sakara é considerada a PRIMEIRA pirâmide. Pelo que andei vendo, ela foi quase que um “teste” para as pirâmides de Ghizé.

Os egípcios ainda não tinham toda a tecnologia para fazer aquelas pirâmides com faces “lisas”, assim, fizera Sakara em DEGRAUS.

Outra história, é de que queriam fazer um treco ALTO e foram “empilhando” andares.

Eu queria ver essa pirâmide, que foi incluída como uma visita “opcional”.

Outro “171”. Eu tinha certeza que Sakara ficava no meio do deserto, lá longe.

Nada. Alguns quilometrinhos depois de Ghize, e lá estava Sakara.

Antes da pirâmide em si, fomos ver a tumba de um “juiz”, chamado Kajemni, que devia ser amiguinho do faraó Djoser, que mandou fazer a pirâmide. O túmulo fica fora da pirâmide, a alguns bons metros dela. Mas, pertinho.

Está muito bem preservado.

Os registros entalhados nas paredes, mostram o que deve ter sido o cotidiano daquele povo. O tal do Kajemni deve ter sido bem rico. Pelos registros, ele tinha gado, seus funcionários pescavam, e ele devia ter um monte de empregados.




É muito legal.

Aí, toca a andar até a pirâmide.

Calor. MUITO calor. Não tinha um termômetro comigo, mas tenho certeza que estávamos de 40ºC para cima.

E eu, que tinha enchido o saco para ver Sakara, não consegui andar até ela. Fotografei de longe, meio morto de calor.

Mas, garanto, é uma linda obra.




Saímos e fomos para Memphis. Não, não é a cidade no Tennessee, mas a antiga capital do Egito.

Esse passeio eu “passei”.

Fiquei no ar-condicionado da van. Já assumi que sou velhinho.

Mas, contaram que lá tem o túmulo Memnes, que parece que foi o primeiro faraó do Egito e a estátua de Ramsés II.

 

Depois, almoço, já que ninguém é de ferro. Ou de pedra.

Restaurante buffet, comidinha honestinha, nada excepcional.

Após, lojinha de papiros (“171”)(levei bronca – a Su falou que “não era tão ‘171’ assim, já que uma menininha explicou como eram feitos os papiros”. Ok) e de coisas de linho (outro “171”. Mas, faz parte).

Voltamos para o hotel, depois de enfrentar o trânsito do Cairo.

 

E vamos logo falar do trânsito.

Se você é paulista/paulistano, certamente já reclamou do trânsito de São Paulo. E só fez isso porque NÃO conhece o CAIRO.

Rapaz, aquilo é coisa de louco.

Imagine: carros velhos, todos com amassados de batidas. Disputando o espaço, temos vans, caminhões, ônibus, tuk-tuks, carroças, cavalos, burros e pedestres. Tudo junto. Ao mesmo tempo.

Avenidas imensas, de duas pistas. E os tuk-tuks NA CONTRAMÃO!!! Ruas estreitas e os tuk-tuks na contramão!





Os pedestres levantam a mãozinha e saem atravessando, levando “finas” dos veículos.

Segundo um dos guias, até existem semáforos no Cairo. Que não são respeitados! Os únicos que são respeitados são aqueles que tem câmeras e que multam os carros.

O motorista da nossa van, em dado momento, em uma avenida tipo “23 de Maio” de São Paulo, a noite, simplesmente parou e... DEU RÉ.

Sobrevivemos.

Meu irmão, resolveu que queria comprar alguma coisa, do outro lado da avenida em que estava o hotel.

Pois bem, não conseguiu atravessar a avenida. Até que um velhinho taxista egípcio, condoído, parou seu carro no meio da avenida, pegou meu irmão pela mão e levou até o outro lado... Turista sendo turista.

 No hotel, mortinhos de calor e cansaço, só deu para um banho, um lanche lá mesmo e caminha.

 

2º dia:

Acreditem: 4:15 da manhã, a van esperando para nos levar para o aeroporto, para o voo até Assuã (ou Assuan. Ou Aswan. Pode escolher a grafia) que saia as 7:00hs. O Ahmed providenciou umas sacolinhas, com o nosso “café da manhã”: um pêssego meio seco, suquinho, um sanduichinho de queijo.

No aeroporto, voo interno, tivemos um susto: nossos nomes, nos cartões de embarque, estavam TODOS ERRADOS.

Assim, viramos: “Celso Mendonça de Alvarenga”; “Sueli Santos da Costa Mauro”; “Sérgio Eduardo Mendonça” e “Janne de Castro Righetto Alvarenga” (a Janne ficou sendo minha irmã ou minha mulher, já que ela não é “Alvarenga”; o Sérgio perdeu o “Alvarenga” eu não era mais “Mauro”, já que a Sueli ganhou esse nome...).

Medo. “Conseguiremos embarcar com esses nomes errados?”

Sem qualquer problema!!! Nem olharam para os cartões de embarque!!!

Voo tranquilinho e, aproximadamente depois de 90 minutos, chegamos em Assuã.

Perrenguezinho no aeroporto para pegar as malas (nada digno de narração) e van para o barco.

E aqui, perrengão.

Pela nossa programação, haveria um guia nos esperando no aeroporto. Pelo nosso contrato, todos os guias falariam português ou, ao menos, espanhol.

O do aeroporto, só falava inglês (acho... não entendi nada do que ele falava...).

Bom, pegamos as malas, fomos para a van e chegamos no barco, onde desceríamos o Rio Nilo, vendo os templos.

Pois bem.

No barco, OUTRO guia. E este, nem inglês falava!

Conseguimos entender que deveríamos ficar no salão do barco, até que as cabines fossem arrumadas. Nossa entrada seria lá pelas 14hs. E eram 9:30hs!

Junto com a gente, outro grupo de brasileiros, um casal e uma mulher. Acabamos nos entrosando com eles, o que garantiu uma mesa só de brasileiros no restaurante e muitas risadas gostosas.

A ideia era sair do aeroporto e passar um uma loja de “essências” e outra de “especiarias”. E teríamos ainda, pela manhã, passeio em uma “feluca”, um barquinho a vela deles. Isso não aconteceu.

E cadê o guia que falaria português? Nada.

Sei que entramos na cabine as 12hs, almoçamos com os brasileiros, que iriam fazer alguns passeios com a gente.

Lá pelas 15hs, a van veio nos buscar para o tal passeio. Guia? Nada.

Paramos em uma esquina, no meio da cidade, esperando o guia. Por “zap-zap”, falando com o receptivo do Egito, descobrimos que o guia... estava chegando do Cairo! Tinha pegado um avião até Assuã e estávamos esperando por ele! Na esquina!

Enfim chegou.

Num ótimo “portunhol”, o MENEN se apresentou, já dizendo que era só lembrar do presidente da Argentina para não esquecer o nome dele.

E ele era tão boa gente, que quase esquecemos os desencontros ocorrido.

Fomos, então, direto para o templo de “Philae”, que fica em uma ilha. Barquinho a motor, gostosinho.

O templo é bem legal.

Aliás, como tudo que é antigo lá no Egito.





Depois de um pôr-do-sol egípcio, dentro do Rio Nilo, aí sim fomos para a loja de essências.



Achei que iria ser uma “roubada”. E sabe que até não foi?

Um moleque, falando espanhol, explicou as essências, de onde vinham, quais os perfumes “famosos” que usavam aquilo.

A mulherada ficou maluca!!!

Na sala ao lado, enquanto elas compravam, um egípcio começou a fazer “massagem” nas minhas costas. E acabou me levando para um sofazinho, me deitou e fez uma massagem de primeira!! Quase dormi ali.

Depois, ele pegou meu irmão, no mesmo ritual.

Só sei que o egípcio acabou ganhando 5 dólares de cada um.

Saímos e fomos para a tal loja de especiarias. Essa eu passei. Fiquei na van, tomando café egípcio com o Menen.

Mas, a Su gostou da loja, voltado com alguns pacotinhos de tempero.

Barco, jantar e dormir.

 

3º dia:

 

Ainda em Assuã, fomos para o passeio de “feluca” (ou “faluca”), um barquinho a vela deles lá. Divertidinho, superseguro e tranquilo. O barqueiro tinha até uma “vendinha” lá, onde compramos um camelo de madeira.








De lá, passamos para outro barco, a motor, para ir para “Vila Núbia”. Nesse trajeto, uns molequinhos, em pranchas de surf, “perseguiam” o barco... cantando!

Obviamente, queriam uns trocados.

Chegamos em um ponto, no deserto. Sim, o rio Nilo atravessa o deserto e, nesse ponto, era DESERTO mesmo, com areia, camelos e uns “beduínos” (sei lá se era isso mesmo).

Ali teve, banho no Nilo, salto de cima do barco, compra de “lâmpadas de Aladin”, passeio de camelo (mentira. Foi só foto em cima do camelo).










Aí você lembra daqueles filmes, em que o herói anda dias e dias no deserto, sem água e depois ainda mata o bandido...

Simplesmente impensável.

Claro que estou fora de forma. Claro que não estou acostumado com o calor (40ºC fácil!!!). Mas, andar 100 metros naquela areia fofa é suficiente para te causar estafa.

Subimos uma escadaria e fomos para a “Vila Nubia”. O Menen, todo solicito, queríamos que tomássemos chá. Quente.

Fiquei na água gelada, quando queria mesmo era um Gatorade.

Aí, toca a andar. Aquilo parece uma feira, com lojinhas vendendo quinquilharias.

O engraçado é que no Egito (e na Turquia...) parece que todo mundo fala algo parecido com português.

É engraçadíssimo. Eles têm um “ouvido apurado”: quando percebem que estamos falando português, começam os gritos de “samba”, “futebol” e “Ronaldinho” (eu respondia “que Ronaldinho nada, o negócio agora é Rafinha”. Obviamente, eles não entendiam nada).

Tivemos até uns gritos de “melhor que na 25 de março” e “aqui é mais barato que nas Casas Bahia”. Muito engraçado. E isso foi em todo lugar!

Ainda na Vila Nubia, fomos em uma casa, onde tinha um crocodilo preso. Parece que estava lá a uns 20 anos. Fiquei com dó do bichinho.

Essa casa, surpreendentemente, era muito mais fresca que o exterior. Sem qualquer ar-condicionado. Era a construção da casa que deixava o calor de fora.

A Janne aproveitou para fazer uma tatuagem temporária.




Dali, fomos para o ponto alto desse passeio.

Fomos até uma escolinha. A Su, professora que é, vibrou.

E lá, um professor deu uma aula para a gente: aprendemos como falar as letras árabes e os números, além de aprender como escrever nossos nomes nas letrinhas deles.

Não lembro de mais nada.

O professor, colocou o Sérgio de castigo, quando ele não soube responder algo.






E achei o filminho!!!




Muito divertido.

Saímos, e para eu não morrer de estafa, voltamos para o barquinho de tuk-tuk.

Se não sabe o que é isso, imagine uma motocicleta, na verdade um triciclo, com uma “carretinha” atrás.

Medo.

E essa volta foi com “emoção”. O piloto quase atropelou a vila inteira. Mas, não acertou ninguém.

Só eu que, para descer, pateticamente, levei um tombo. Sabe aqueles tombos em câmera lenta? Foi isso. Nenhum dano.

Voltamos para o barco, que começou a navegar. Almoço e deslocamento.

Lá, já anoitecendo, templo de Kom Ombo, onde tem... crocodilos mumificados. Que coisa mais feia.

Volta para o barco, jantar, trocando impressões e naninha, com o barco indo para Edfu.

 

4º dia:

 

Em Edfu, saímos do barco, acreditem, as 5hs da manhã. Pegamos umas “charretes” e fomos para o templo de Órus. Que só abria as 6hs...

Ficamos em uma fila, que só aumentava, uma meia hora, até abrir a visitação. E, claro, todo mundo teve a mesma ideia.

Na verdade, tudo lá é assim: os passeios são os mesmos, os barcos saem todos no mesmo horário, todos descem nos mesmos lugares.

Assim, tudo está sempre cheio de turistas. É praticamente impossível um momento de tranquilidade para, realmente, apreciar as obras, ouvir o guia, fazer uma foto mais “artística”.

Templo como todos: hieroglifos, estátuas, colunas e turistas.






Voltamos para o café da manhã no barco, que iniciou a navegação.

Não entendi direito a logística da coisa, mas o barco tinha que sair cedo, para poder passar na eclusa que tem no rio, em Esna, para podermos chegar em Luxor.

E, como já disse, TODOS os barcos fazem isso. É uma imagem até interessante, aquele monte de barcos “apostando corrida” até a tal eclusa.

Outro detalhe interessante: os barcos acabam parando um ao lado do outro. E, as vezes, para chegar ao nosso barco, tínhamos que atravessar três ou quatro outros barcos.

Engraçado.




Foi uma viagem legal, com um monte de vilazinhas no caminho. Quem quis, aproveitou até a piscininha que tinha no deck superior do barco.

Apesar do calor, com o movimento do barco, tinha até um ventinho, permitindo que ficássemos por lá, desde que na sombra.

Passamos a eclusa (uma “eclusinha” na verdade...) e chegamos em Luxor, uma cidade maiorzinha e até bonitinha (para os padrões egípcios).

Lá é tudo meio “espalhado”. Fomos de van até o templo de Karnak. Lá tem um monumento em que tem que dar sete voltas para ter um desejo realizado. Fiquei quietinho no meu canto, enquanto o Sergio deu oito voltas. Sei lá se o desejo se realizou.




Não vou descrever os templos. Melhor colocar algumas fotos e pronto.

De lá, o templo de Luxor. Mais uma vez o calor me venceu e fiquei na van, no ar-condicionado.

Quem foi disse que tinha a avenida das esfinges e outras coisas típicas de templos egípcios. E tem um obelisco, cujo “irmão gêmeo” está na França.




Voltamos para o barco, para jantar e dormir, pois, no dia seguinte, novo acordar cedo.

 

5º dia:

 Alvorada as 5hs (de novo...).

Programação: passeio de balão!!!

Atravessamos o Nilo em um barquinho onde teve até um cafezinho com um bolinho egípcio, tipo “Ana Maria”.

Chegamos ao “balãozódromo”. UM MONTE DE BALÕES voando, sendo enchidos, já descendo... Tudo ao mesmo tempo.

Recebemos instruções básicas de voo (das quais não entendi nada...) e fomos para o “nosso” balão.

A “barquinha” recebeu 20 pessoas mais o “piloto”, sendo que é dividida em 9 compartimentos (salvo engano).

Como eu e o Sérgio somos grandes, não deixaram a gente ficar nas pontas da “barquinha”. Ficamos no meio, bem embaixo do “queimador”, aquele treco que solta fogo para o balão subir.

Mas, apesar do desconfortável calor do fogo, o voo foi muito legal. Voamos por quase uma hora. Subindo e descendo. Tirando o som do fogo, quando o cara aperta o “acelerador”, silêncio.

Vista linda.

Vimos os “Colossos de Menon” e o “Templo Mortuário” da Rainha Hatshepsut que, para mim, depois das pirâmides de Ghize, é o monumento mais legal do Egito (Não tivemos a oportunidade de ir a Abu Simbel, que parece ser o top dos tops).









Findo o voo, passeio para ver, de perto, os “Colossos de Menon” e o Vale dos Reis (onde também não desci da van) onde foi achada a tumba do Tutancamon, e o templo da Hatsepsut que, já disse, é muito lindo.




Os tais “Colossos” são duas estátuas enormes. Segundo o que se apurou, no passado, o vento passaria por dentro delas que, então, “falariam”. Mas, quando Heródoto, historiador grego – acho que foi ele -, passou por lá, elas já não falavam.

Voltamos para a van e, “lojinia, brimo”.

Fomos para uma fábrica de produtos de alabastro.

Eu não tinha qualquer interessa naquilo, mas desci da van, com a promessa de que o ar-condicionado da loja estava no último.

Sentei-me em um cantinho, enquanto a Su, o Sergio e a Janne “exploravam” a loja, que era bem grande.

Só sei que, sentadinho ali, acabei vendo um almofariz de alabastro (um pilãozinho) pelo qual me apaixonei. Fiz a Su pechinchar com o egípcio, saindo de lá com ele, além de um “quadrinho” com o “Olho de Órus”. Tudo por 40 dólares.

BARATO!!!



(Olha a foto pensada e executada!!!)



A partir daqui, perrengue novamente.

Saímos pela manhã do barco, deixando as malas arrumadas.

A ideia era, passeios, almoço e deslocamento, por van, até a cidade de Hurgada, na beira do Mar Vermelho.

Lá ficaríamos por 3 dias, só descansando em um resort.

Pois bem.

Nem queríamos almoçar. Estávamos muito a fim de cair na estrada logo (seriam uns 300ks de deslocamento. Umas quatro horas de viagem).

Perguntávamos para o guia, quando a van iria nos pegar. A resposta era, “está chegando”, “já saiu”, “10 minutos”.

No restaurante, um lugar enorme, self-service, sem ar-condicionado, optamos, eu e a Su por almoçar sorvete. O Sergio e a Janne acabaram almoçando comida.

E a van? Nada.

Fomos ficando irritados.

Só sei que, bem mais tarde, apareceu um ONIBUS, com um monte de espanhóis – uma molecada – e foi esse o nosso transporte até Hurgada.

Agora, imagine o seguinte: nós, paulistas e paulistanos, estamos acostumados a pegar estrada e, a cada 10km, tem um posto, com uma bela lanchonete, banheiros limpos, café expresso.

No Egito, obviamente, esqueça isso.

Só sei que depois de umas 3 horas de estrada, paramos em algo que lembrava, vagamente, uma lanchonete.

Fui no horrível banheiro do local. Para os homens, sempre é mais fácil se virar com banheiro.

As meninas, não conseguiram usar o banheiro delas.

Peguei uns pacotes de batata frita e fui para o balcão pagar.

Não tinha ninguém ali.

Eu e os espanhóis ficamos esperando aparecer alguém. Até que, por uma janelinha, vimos um egípcio, sem camisa, falando alto.

Só sei que o nosso motorista, literalmente, TOMOU os pacotes de batata da minha mão e da mão dos espanhóis, devolveu tudo. Pelo que entendemos, o cara da lanchonete NÃO QUERIA VENDER.

Simples assim.

Saímos dali e o busão foi até outra lanchonete pertinho.

Ali, as meninas conseguiram usar o banheiro e eu e os espanhóis conseguimos comprar batatinhas.

Egito, baby...!!!

Chegamos a Hurgada exaustos, onde um guia super profissional, falando espanhol, nos ajudou com o check in.

Banhinho tomado, jantar legalzinho e dormir.

Ainda não sabíamos, mas, nesse dia, começava a guerra em Israel.

 

6º, 7º e 8º dias

 

Hurgada é uma cidade praiana.

Nosso hotel, o “Movenpic Soma Bay Resort”, é um resort bem legalzinho. Mas, deixou, ao menos para mim, a impressão de estar meio decadente.

O edifício é bonito, mas está um pouco “usadinho”. Tudo funciona, sem problemas. Mas, é tudo um pouquinho “antigo”.

Dá para entender este sentimento?

Ou estou só sendo “chatinho”?



 Enfim.

Tínhamos todas as refeições incluídas, inclusive um jantar “especial” em um dos outros restaurantes do complexo.

O restaurante principal, é do tipo buffet.

O interessante é que não tinha muitos pratos típicos do mundo árabe. Tinha sempre aquelas pastas (homus, babaganush, uma vermelha docinha que não sei o nome e outras), azeitonas e doces árabes.

O resto era comida “internacional”: massa, frango, carne e peixe. Nada ruim. Mas nada excepcional e inesquecível.

Na minha opinião, a melhor refeição do hotel (e talvez de toda a viagem) era o café da manhã.

Café, leite, algum pão parecido com os que temos por aqui, manteiga. Ovos mexidos ou omelete. Sucos. Pães doces, estilo “americano”. Queijos. Frios, poucos, já que não comem porco. E batata frita. Sim, batata frita no café da manhã. Além de uma mesa de saladas.

 Uma piscina enorme, bonita, mas que eu não ousei usar, já que o sol é cruel.

O engraçado é que, no meio da piscina, tem um “bar molhado”. Onde não tinha bebida alcóolica. Você para ali para tomar água e suco.

E não tem nenhum “petisco” ou um sanduba. Só bebidas. Sem álcool. Sem batata frita (aquela que tinha no café da manhã), sem salaminho com limão, sem porção de camarão frito. Nem pastel de vento.

Nesse momento, achei que os árabes tem muito a aprender com os brasileiros, no quesito “boteco”...

 


A praia é ali.

Mar de um azul absurdo, apesar do Mar ser Vermelho (péssima piadinha).

Areia fininha. Sem nenhum vendedor. Ou ladrãozinho.

Mas com aqueles “animadores”, querendo que você vá fazer alguma coisa. Então, tá.






Tínhamos direito a UM jantar “especial” em um restaurante libanês, ou um japa, ou um mongol, ou um chinês, ou em um italiano.

Tínhamos que “fazer reserva” com um dia de antecedência (não entendemos o porquê, já que os restaurantes estavam vazios). Acabamos dando um nó na mocinha e conseguimos DOIS jantares especiais.

 Uma noite, então, fomos no restaurante libanês. Na outra noite, no restaurante italiano.

O libanês estava bonzinho. Tivemos até um PASTEL, como esse nosso aqui.

Mas o italiano... rapaz... que saudades das nossas pizzarias e cantinas.

Pedi, de entrada, uma sopa de tomates. Estava bem boa.

E pedi uma pizza. Acho que foi a pizza com mais gosto de isopor que comi na vida!!! Que coisa mais sem graça!!!

Mas foi divertido, especialmente para ficar falando mal da comida sem ninguém entender.

Tínhamos, já contratado aqui no Brasil, um passeio.

O tal passeio era descrito como “um passeio com quadriciclos, seguido de um jantar com beduínos”.

Imaginamos que sairíamos no meio da tarde, uma voltinha de quadriciclo e um “jantar” com os fake-beduínos.

Como somos inocentes...

O guia ligou para avisar da saída. No dia seguinte, as 9:00hs.

“Ué”, pensamos, “não era JANTAR com os caras?”.

Resposta: é um passeio de dia inteiro, de quadriciclo, no DESERTO, acabando com um jantar, lá pelas 20hs!!!

Não ia rolar. O dia inteiro no sol, andando de quadriciclo, veículo que nenhum de nós já tinha conduzido na vida...?

Assim, acabamos por trocar esse passeio por outro mais “light”: um passeio de barco, no Mar Vermelho. Esse barco tinha umas “janelas” no fundo, para podermos olhar os peixinhos. E tinha ar-condicionado lá embaixo!!!

Foi a melhor escolha.

Ficamos quietinhos, gostosinhos, olhando peixinhos e tomando Coca-Cola.

Os caras tiraram um monte de fotos da gente, que compramos. Só de farra. Foi divertidinho.




Três dias de morgação total.

 

Depois, voo rapidinho para o Cairo.

Antes.

Como dito, a guerra começou quando chegamos em Hurgada.

Os canais de tv disponíveis, em todos os hotéis, eram em inglês ou árabe (ou turco, na Turquia). Assim, nem nos dávamos ao trabalho de ligar a tv. Naquela correria toda, nem olhei jornal, mesmo estando com o tablet por lá.

Até que uma prima da Su entrou em contato, via whatsapp, perguntando se estávamos bem.

Sem entender nada, fui a um jornal em português, aqui do Brasil. E só aí tomamos ciência do que estava acontecendo. A partir daí, tv ligada na CNN ou BBC, mesmo em inglês, durante todo o tempo que estávamos no quarto.

Deu um friozinho na barriga, quando descobrimos que Hurgada estava só a uns 600km de Israel. Qualquer foguetinho chegaria lá.

Mas não vimos nada.

O cotidiano de lá não foi afetado em absolutamente nada.

 

9º e 10º dias

 

Cairo novamente.

Tínhamos dois passeios marcados: visita a uma mesquita e a “Fortaleza de Saladino” e visita ao museu do Cairo. Era para ser feito tudo em um único dia, mas optamos por dividir em dois dias.

A tal mesquita é, legal. Mais uma mesquita, dentre um monte que visitamos.

A fortaleza é junto com a mesquita. Ou a mesquita está dentro da fortaleza.

Aí, o tal do guia (esse era um tremendo CHATO!!! – tratou a gente como se fossemos um bando de adolescentes!!!) levou a gente a uma igreja católica ortodoxa. O papo era que ali, a Sagrada Família teria se escondido por alguns meses.

Não sou versado em religião. Mas, o que eu sei, é que os Evangelhos não tratam da infância de Jesus.

Pentelhamente, perguntei a ele onde estava escrita essa história. Resposta: em papiros... ok, está certo “Magda”.

Já estávamos nos encaminhando para o fim da viagem. Cansados. E desistimos do almoço que estaria incluído nesse passeio.

Acreditem: o carinha ficou bravo com a gente!!! Que deveríamos tê-lo avisado, mais cedo, de que não iriamos almoçar.

Enfim, voltamos para o hotel e comemos por lá.






(Em toda mesquita, é obrigado tirar o sapato...


... e ficar só de meia)


No último dia de Cairo, museu.

E um guia SENSACIONAL!

O cara disse ser “professor de hieroglifos” e escreveu o nome de todos nós com aquelas figurinhas.

Depois, no museu, vimos que ele era realmente culto e sabia do que estava falando. Foi, talvez, o guia mais culto e educado que tivemos.









 Saindo, fomos a um “mercado”.

Diversão garantida.

Os vendedores chamam a gente em português, um deles só chamou a Sueli de “Maria”. E tem que pechinchar, antes de comprar qualquer coisa.

Você pega o valor que eles dão e divide por 10, fazendo a contraoferta.

O carinha, então, diz que não é possível, que vai ter prejuízo... e a negociação prossegue. Acaba sendo engraçado no começo. Depois, fica chato pacas.

Desde que saí do Brasil, eu tinha na cabeça a ideia de comprar duas coisas: um “masbaha”, o terço árabe de oração e um daqueles “lenços”, o “shemag” que eles usam, na cabeça, amarrando de diversas formas. Imaginei fazer umas fotos com aquilo.

Comprei o meu “masbaha” e comprei o “shemag”.

Mas, em razão da guerra, preferi guardar o lenço, para fazer fotos em tempos menos sombrios.







(Meu "masbaha" fotografado no estúdio. O da direita é o que comprei nessa viagem)


Nesse bazar tinha um “boteco”.

Segundo o guia, era um bar antigo, em que um determinado poeta escreveu alguma coisa importante para eles. É o "Bar dos Espelhos".

O engraçado é: nesse “bar” só serviam café, chá, água e algumas outras bebidas. Tudo sem álcool. E não tinha nada para comer! Nem um petisquinho!

Mais uma vez: os egípcios tem muito que aprender com a gente no que toca a bares & botecos.




E aqui, acabam as aventuras egípcias.

Ou quase.

Fomos para o aeroporto, para pegar o voo de volta a Istambul.

Acabamos chegando muito cedo e tomamos um “chazinho de canseira”, até conseguir despachar as malas.

Pois bem.

Despachadas as malas, fomos para o embarque.

E lá, toca a passar minha “mala de bordo” pelo milésimo raio X.

Minha mala de bordo só tem equipamento fotográfico: a câmera, lentes, acessórios, cabos, um kit de limpeza e coisas assim.

Apesar de eu não ser super organizado, tenho cuidado com meu equipamento, separando as coisas por “categorias” e colocando em cases separados. Um case com cabos, outro com filtros e etc.

E não é que um guardinha cismou com isso?

O cara passou a gritar comigo (sim, GRITAR!), em um péssimo inglês. Não entendi nada.

Até que a Janne “descobriu” que ele estava “desconfiado” dos meus cases. Abriu alguns, viu que não tinha nada “ilegal”. E perguntou quanto dinheiro eu tinha. Puxei a minha “doleira” e mostrei que tinha dinheiro em espécie, além de cartões de crédito.

O carinha não se conformou. Explicou que eu não podia embarcar com todos aqueles cases. Peguei alguns, dividindo entre a Sueli, a Janne e o Sérgio.

Aí ele liberou. Fomos para o embarque, onde guardei tudo novamente na minha mala...

Não entendi nada: eu estava INDO EMBORA!!! Porque ele precisava saber do dinheiro que eu tinha?!?!? E QUAL O PROBLEMA DE TER VÁRIOS CASES?!?!??

 Mas, deu tudo certo e fomos para Istambul.


11º dia

 

Chegamos a Istambul de madrugada.

Havia guia nos esperando, embarcamos na van e toca ir para o hotel.

Foi quase uma hora de viagem. O aeroporto fica longe da cidade.

Chegamos no hotel, um tipo de hotel “de negócios”, mais para simples que para luxuoso.

Aí, PERRENGÃO.

Enquanto a Sueli dava um jeito na bagagem, fui tomar banho.

E estou eu lá, felizão, quando percebemos que o ralo do chuveiro estava entupido e a água já tinha vazado para o quarto!!!

Terminei meu banho e coloquei o pijama.

E a Sueli desceu para reclamar.

SAGA!!

Tinha dois funcionários no balcão. Um só falava turco. O outro falava inglês, língua que a Sueli não fala...

Enfim, depois de muita mímica e usando o tradutor do celular, ela conseguiu fazer o cara subir para olhar.

Ele olhou o entupimento, pediu “five minutes” e desceu.

E não voltou!!! Nem deu qualquer sinal de vida!!!

A Sueli desceu novamente e exigiu, obviamente, outro quarto.

Pesquisa que pesquisa no computador, chegaram a conclusão que, em outro andar, tinha um quarto. Só que com duas camas de solteiro.

Ok, pregados, aceitamos, com a promessa de que trocaríamos no dia seguinte.

Agora, imagina a cena: eu, de pijama e tênis, puxando malas, entrando no elevador.

Enfim, quarto novo, camas separadas, mas sem vazamentos (ou entupimentos...)!

 

11º dia

 

Pois bem.

Depois da saga-do-banheiro-que-vaza, dormimos direitinho e, pela manhã, fomos para o café. Simples, mas honesto.

E recebemos o guia para mais passeios. Hipódromo romano (que de hipódromo não tem mais nada), mais uma mesquita, e o palácio Topkapi.

Tudo muito cheio, muitos turistas.

Mas, pelo menos a temperatura não era a do Egito. Bem mais amena, facilitou a andança.

Mas, a saga-do-banheiro-que-vaza ainda não tinha acabado.

No meio do passeio, a agência liga para a gente. O hotel ia dar outro quarto para nós, de casal. Só precisava tirar as nossas coisas do quarto. Dissemos que não seria possível, já que havia coisas de higiene no banheiro e havíamos deixado coisas no cofre.

Esclarecemos que, tão logo voltássemos do passeio, faríamos a troca.

Ok, tudo muito bom, tudo muito bem, até a agência ligar novamente.

O rapaz, muito gentil, informou que o hotel iria cobrar uma “taxa”, em razão de não fazermos a troca naquela hora, mas a agência iria cobrir isso. Ora, não aceitamos. A agência não tinha responsabilidade por nada. O erro foi do hotel. Falamos que, então, era melhor deixar como estava. Ficaríamos no quarto com camas de solteiro e pronto.

 Andamos mais um pouco e nova ligação.

O rapaz da agência informou que, o hotel nos esperaria até as 16hs. Se chegássemos até essa hora, fariam a troca de quarto sem qualquer taxa.

Não tínhamos, obviamente, a mínima ideia da hora em que voltaríamos, mas aceitamos para acabar o assunto. Se chegássemos até as 16hs., ok. Senão, ficaríamos lá mesmo.

Mas, no fim das contas, após as visitas e o almoço, chegamos lá antes das 16hs.

Fizemos a troca de quartos e, tudo resolvido!

Aí, toca a campainha. Pensei: “Deu M.... ! Vamos ter que trocar de quarto novamente”. Estava totalmente errado.

A título de desculpas pelas bobagens, o hotel nos enviou uma bandeja com frutas! Agradecemos a gentileza. Fizeram bobagem, mas se redimiram. Parabéns. É assim que se trata o cliente.

Voltando um pouco.

Fomos almoçar, por sugestão do guia, em um restaurantinho bem simples. Pedimos uns “espetinhos” meio que típicos de lá.

E não é que estava bem gostosinho?

A bebida típica é algo parecido com um “iogurte salgado”. Não gostei, ficando no refri mesmo.

Na rua, outra coisa típica: uma sorveteria, em que o carinha sacaneia você para entregar o sorvete.







Divertido. Mas nossos sorvetes são mais gostosos.



Estava no Palácio Topkapi, em uma fila para ver alguma coisa, quando vi umas meninas sentadas.
A maioria delas com a cabeça coberta, o que indicava serem elas muçulmanas e respeitaram os comandos de sua religião.
Respeito toda e qualquer religião.
E procuro respeitar os costumes dos outros.
Fiquei pensado: “isso daria uma foto linda... Mas, diante de todas as restrições do mundo muçulmano, será que posso fotografar essas moças? Não as conheço, não sou da família. Será que é permitido?”
Quando a fila andou e me aproximei delas, vi que elas viram a minha câmera, deram risinhos e comentaram algo entre si.
Dei o meu melhor sorriso, mostrei a câmera para elas, “pedindo em silêncio” autorização para a foto.
Elas devolveram o meu sorriso e, como toda e qualquer adolescente em qualquer lugar do mundo, posaram para mim.








Este é o mosaico, na Igreja de Santa Sofia, representando o Cristo Pantocrator.
É bem bonito.



Fechando o passeio, o famoso “Gran Bazar”. Que está totalmente descaracterizado, parecendo um shopping. Andamos um pouco, não compramos nada e saímos desiludidos.




Voltamos para o hotel.

A Sueli tinha visto, em algum lugar, um restaurante que tinha uma área aberta e você dava comidinhas para umas gaivotas. Durante o dia...

Resolvemos, eu e ela, irmos JANTAR lá.

Cada povo com suas manias. O Uber lá são os taxis. Você chama e só é cobrado o valor no fim da viagem. Estávamos tranquilos, pois havíamos marcado, no app, o destino. Não precisaríamos falar nada com o motorista.

O taxi chegou. Entramos, e o taxista estava no maior papo, em turco, com uma mulher. Pois bem, a mulher, em inglês, nos cumprimentou, perguntou de onde éramos e... os dois continuaram conversando!!! O maior papo!!! A viagem toda!!!

Em dado momento, liguei, discretamente, o tradutor do celular. E o papo era: “amor, estou indo para aquele lugar que adoramos!”

Muito engraçado.

O tal restaurante era em um hotel, no último andar. Subimos, num elevadorzinho minúsculo e pedimos, nem sei bem como, uma mesa lá fora.

Ok. Quando nos sentamos, um frio imenso!!! Vento gelado!!! E nenhuma gaivota pedindo comida. Deram até uns cobertorezinhos para a gente.

Comi um file, a Su comeu camarão. Bem gostosinho.

Na hora de ir embora, duas moças entraram com a gente no elevador. Uma delas vira para nós e pergunta, em bom português: “vocês são brasileiros?”.

A moça era suíça, filha de uma brasileira. Havia morado um tempo no Brasil.

Foi divertido. Ainda bem que não falamos mal de ninguém...



Vista do restaurante


Essa escada caracol é um charme!!!


12º dia

 

Café e sair para passeio.

O guia só falava turco. Assim, a agência arrumou um “tradutor”, que só falava espanhol... eu acho até que esse cara devia ser o dono da agência. Bem-vestido, culto. Sabia bastante de história.

Segundo esse “tradutor”, em razão da guerra lá em Israel, um monte de gente que ia para lá, não foi. E um monte de gente que conseguiu sair, ficou em Istambul. A cidade estava lotada por causa disso, acabando por causar transtornos até para as agencias de viagem.

Fomos a uma mesquita. Fomos a outra. Essa tinha uma vista bonita e um cemitério, do tempo da ocupação árabe. Interessante.




Os muçulmanos não fazem "estatuas" humanas. Assim, para mostrar que o tumulo era de um soldado, colocaram um chapéu sobre a lapide.


Depois, um passeio de barco pelo Bósforo. Divertidinho.




 E, finalmente, fomos para o “Mercado Egípcio”.

Esse valeu a pena.

Lojas e mais lojas de doces, especiarias e produtos típicos. O cheiro do lugar era maravilhoso. E os vendedores falando em “português” com a gente: “samba”, “Ronaldinho”, “futebol”...






 Enfim, entramos em uma loja e compramos R$500,00 em doces. Sim, você leu direito: QUINHENTOS REAIS EM DOCES.

Mas, valeu. Uma delícia.


Um longo parêntese.

A Janne queria ir a um “banho turco”.

Conversamos com o guia e ele indicou um “old school”, já que teria muita coisa “modernosa” e “fake”.

E ela foi, enquanto eu e a Sueli voltamos para o hotel, para arrumar a tralha para a volta.

E aqui, o relato dela, em primeira mão!!!

 

“Você pode escolher só o banho ou banho com massagem. Escolhi banho com massagem por se tratar de um local não “moderno”. Tem alguns lugares que dão banho turco porque está “na moda”. Mas esse que foi indicado pelo guia, que mora em Istambul. Era um “das antigas”.

Lá dentro, tirando a moça da recepção, só se fala turco.

Você entra e elas te dão um kit com biquini descartável, chinelos e duas fichinhas, sendo uma para o banho e outra para a massagem.

A senhora que me atendeu no banho deveria ter uns 50 anos e falava bem alto. Ela pegou na minha mão e me levou até uma sala que era tipo uma sauna enorme, me deitou em cima de tipo uma mesa de mármore e ... trocou de roupa na minha frente! Tirou toda roupa e colocou um biquini, sendo que nessa sala tem mais pessoas.

Lá ela me deitou nessa mesa e me deixou por uns 15 minutos, fazendo sauna mesmo.

Quando ela voltou, ficava gritando alguma coisa tipo “IALA” que, obviamente, não faço ideia do que era.

Mas eu estava relaxando, de olhos fechado. E, de repente, ela vem com um balde de água quente, balde mesmo do tipo que temos na lavanderia, e me joga essa água, sem avisar, na minha cara!

Levei o maior susto, queria sair correndo! Mas depois foi muito legal.

Ela me deu um BANHO mesmo. Com uma esponja descartável. Parecia esfoliação. Como se eu fosse um neném...

Lavou meu cabelo; passou condicionador; me enxugou.

Na hora do banho ela fez alguma coisa com o sabão e a esponja que faz muita espuma e te cobre toda com uma espuma diferente.

Parece estranho escrevendo, mas foi muito boa a sensação.

Depois, pegou na minha mão e me levou até a sala de massagem. Lá eu recebi a melhor massagem que já tive na vida, de uma outra senhora.

Ela massageou até atras da minha orelha!

Foi bem legal.

Eu faria de novo com certeza.”


Era nosso último dia e resolvemos, eu e a Su, ir para o hotel, onde comeríamos alguma coisa e começaríamos a arrumar a “tralha” para voltar. Eu e a Su optamos por um saudável “Méqui”.

A noite, tínhamos pegado com o guia o endereço de um restaurante. Segundo ele, era muito bom.

Ok. Olhamos na internet e, realmente, tinha a fotografia de uns pratos bonitos. Frutos do mar.

 Chegamos, pegamos uma mesa e... o cara, que devia ser o dono, veio nos atender. Sem falar inglês.

Depois de muita confusão, conseguimos entender que deveríamos ir até um balcão frigorifico e ESCOLHER o peixe que queríamos comer. Não havia cardápio. Ou melhor, até tinha, digital, mas sem fotos do prato.

Bom, fui até o tal balcão, e escolhi, para todos nós, um peixe vermelho, acho que era “peixe escorpião”. Uma saladinha. E a Su foi de polvo.

Mas, na verdade, não sabíamos o que esperar.

Quando chegaram os pratos, estavam ótimos, com guarnição de arroz e batatas. Bem bonzinho.

Mas foi caro.

Voltamos para o hotel, pois na manhã seguinte, volta para o Brasil.

Só para fechar, um último perrenguinho.

No aeroporto, em um dos muitos raio-x, a moça da “PF” deles cismou com minha mala de bordo. Novamente.

Mas, diferentemente do egípcio, foi ela muito gentil. Pediu para abrir a mala, olhou, olhou e acabou abrindo o case onde estava o meu kit de limpeza das lentes.

Pegou um trequinho que eu tenho ali. Parece uma caneta, um pouco mais grossa. E ela olhava aquilo, olhava, até que perguntou o que era. Mostrei que era, simplesmente, um PINCEL, usado para tirar poeira das lentes.

Ela acabou rindo muito e nos dispensou. O resto foi tudo tranquilo.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

 

“Mas, por que o Egito?”.

Essa pergunta foi feita pela minha mãe, quando falamos que íamos para lá.

Respondo agora: aquilo é muito lindo. E muito louco. Os monumentos milenares, contrastam com a feiura e a pobreza das cidades “modernas”.

Ficamos com a impressão de que tudo está “inacabado”. A sujeira das ruas, o louquíssimo trânsito, tudo nos dá a impressão de “largado”, “improvisado”.

Mas, pensar que construíram tudo aquilo, a um monte de anos no passado é impressionante.

O calor violento faz pensar em como eles conseguiam trabalhar naquela época.

Essa é uma viagem linda. Cansativa. Mas, o coração vem de lá mais leve.

E fica aquela sensação: EU VI AS PIRÂMIDES!!!